Preconceito e falta de conhecimento. Essas condições motivam algumas pessoas a dizer e fazer coisas que podem prejudicar a autoestima e o tratamento.
Para começar, fale menos, ouça mais, mostre que está disponível e não force a barra dizendo frases que até podem sugerir que a pessoa “tem culpa” de estar doente.
É por isso que, às vésperas do Dia Mundial do Câncer, celebrado anualmente em 4 de fevereiro, resgatamos esta reportagem do E+, do Estadão. Ela refrases e atitudes para evitar e adotar diante de uma pessoa com câncer.
Com reportagem de Ludimila Honorato, O Estado de S. Paulo
O breve “manual” foi elaborado com a ajuda da palestrante Roberta Perez, diagnosticada com câncer de mama em julho de 2016 e atualmente em remissão, e da empreendedora social Luciana Holtz. Ela é presidente do Instituto Oncoguia, uma organização engajada em produzir informação de qualidade e defender direitos de pacientes oncológicos.
- Não minimize nem dramatize a situação
“Que bom que é só o cabelo, depois cresce”, “nossa, você nem tem cara de doente” e “que triste, fulano morreu assim” são colocações que devem ser evitadas. Dar a entender que uma pessoa com câncer tem uma aparência específica demonstra preconceito e pode interferir na autoestima.
Roberta conta que um familiar dela apenas chorou quando soube da doença e outro não conseguia olhar para ela quando estava sem cabelo. “Eu entendi que mais difícil do que ter câncer é contar que você tem, a sociedade não está preparada para isso”, diz. A palestrante também ouviu dizerem ao marido dela que era um homem especial porque, no lugar dele, “já teria ido embora faz tempo”. A frase foi dita na presença de Roberta, mas como se ela não estivesse ali.
- Fale menos e ouça mais
Qualquer frase a ser dita, mesmo que no intuito de ajudar, tem risco de causar sofrimento. “Tentar olhar de verdade o que é concreto, se aproximar da pessoa e entender o que ela está vivenciando e, antes de falar, ouvir”, orienta Luciana Holtz.
Há casos em que, após o diagnóstico de câncer, a pessoa realmente não quer ouvir nada, apenas ser abraçada e ficar em silêncio. “As pessoas acham que falar é mais importante que estar”, diz Roberta.
- Seja sincero com você e com o outro
Muitas vezes, nos sentimos obrigados a dizer ou fazer algo para ajudar quem está com câncer, mas se não sabemos como agir: se você não dá conta de ir ao hospital, tudo bem, diga. Mas mande uma mensagem, ligue, esteja à disposição para ajudar mesmo do lado de fora. - Ajude, mas pergunte antes
Ver uma pessoa com câncer como alguém incapaz e começar a fazer coisas por ela sem consultar é indelicado. Continuar com as atividades diárias e se “desligar” da doença é o que muitos buscam. Se for o caso, diga que está disponível para ajudar e pergunte do que ela precisa. - Fale de outros assuntos
Quem está com câncer não quer conversar sobre isso o tempo todo. “Quanto mais puder falar de vida, melhor. A pessoa quer se sentir útil e envolvida com outras questões. Quer poder ser o que é, ficando o mais próximo possível de um dia a dia sem doença”, afirma Luciana. - Evite falar de religião
“Você precisa ter mais fé” não combina com a situação, porque mais uma vez coloca a culpa na pessoa que está com câncer. Embora espiritualidade — não religião — e medicina se unam na saúde, associar a doença a uma conotação moral e religiosa punitiva desvia a atenção do real problema.
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Sofri muito quando criança por ser filho de Babalorixa quando eu passava me chamavam de macumbinha, eu ficava muito chateado. Hoje sou um homem de 53 anos feito de Santo a 44 anos e amo minha religião o Candomblé.
Oi, Adriano
O Expresso na Perifa agradece sua mensagem.
Acreditamos que o comentário é dirigido a esta outra reportagem, por isso vamos deixar o link aqui,
Um abraço
https://expresso.estadao.com.br/naperifa/no-dia-de-iemanja-lideres-religiosos-de-matriz-africana-pedem-fim-da-intolerancia-religiosa/