Organização voltada ao ensino de programação, robótica e cultura maker para crianças e adolescentes da periferia, a Jovens Hackers foi criada pelo empreendedor social Arthur Gandra, de Franco da Rocha.
Há dez anos, quando observava um movimento muito forte no exterior sobre o ensino de tecnologia para crianças, Arthur começou a pesquisar maneiras de ensinar programação para o irmão mais novo e o sobrinho. Encontrou a maior parte do conteúdo em inglês, e decidiu adaptar linguagem e formas de transmitir conhecimento. Ele ainda não tinha se dado conta, mas já estava desenvolvendo uma metodologia própria para apresentar um conteúdo acessível e divertido.
“Apesar de tudo, eu tive alguns privilégios. Estudei com bolsa de 100% pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) e queria devolver isso para a sociedade”, diz Arthur. “Quando a gente recebe uma criança aqui, ela pode ter um emprego na área de tecnologia e também acessar outros aprendizados, como criatividade, trabalho em equipe e raciocínio lógico, para usar na vida, independente da profissão que escolher”, conta.
Em 2017, o projeto da Jovens Hackers foi contemplado no edital municipal do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (Vai Tec). Já na primeira turma, conseguiu formar 500 crianças entre 8 e 12 anos. Um público de alta vulnerabilidade social.
Surgia ali uma escola que cobra (de quem pode pagar) o equivalente a 25% do valor de cursos particulares convencionais. E há aulas gratuitas online para quem não tem como arcar com a mensalidade. Adolescentes de 13 a 17 anos também são atendidos. A partir dos 16, são oferecidos cursos de empreendedorismo e mercado de trabalho. Ao todo são 1.200 alunos em 24 Estados e no Distrito Federal. O sonho agora é montar um banco de talentos e encaminhar a juventude para o mercado de trabalho por meio de parcerias com empresas.
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