Aí vem outro Dia dos Pais, outra data a movimentar a economia, outra vez filhas e filhos perdidos no shopping sem saber direito como agradar e tentando se convencer de que mais do que o presente o que importa é o gesto. Então, é quase inevitável você se perguntar: o que ele precisa, o que ele quer, o que ele gosta.
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Talvez seu pai não dê a mínima. Talvez você não dê a mínima. Talvez os dois não deem a mínima juntos. Mas, para quem vai celebrar a data, que neste ano cai no dia 12 de agosto, separamos formas de presentear que, no fundo, no fundo, levam para um mesmo lugar: passar um tempo juntos. Veja qual dessas ideias tem mais a ver com vocês.
PASSEAR EM SÃO PAULO
A lista é enorme. Piquenique no Jardim Botânico ou no Instituto Butantan. Um domingo na Paulista sem carro. Ir da Japan House ao IMS, passar pela Casa das Rosas, o Masp, o novo Sesc. Pegar um cinema, espiar as livrarias. Almoçar no Balaio. Flanar pela calçada ou no meio da rua, já que no domingo o passeio é livre. Pedalar.
Outra ideia é, no Museu da Imigração, aproveitar para resgatar um pouco da história dos imigrantes a bordo de uma locomotiva modelo Baldwin, construída em 1922. Ela puxa dois carros que fazem o passeio: um de primeira classe dos anos 1950 (R$ 20) e outro de 1928 (R$ 25). O trem parte da estação histórica do Museu da Imigração só no primeiro fim de semana de cada mês (sábado e domingo, das 11h às 16h). Nos outros fins de semana, ele sai da plataforma da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (abpfsp.com.br), que fica em frente ao museu. R. Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca, 2692-1866. 9h/17h (dom., 10h/17h; fecha 2ª). R$ 10 (acesso ao museu). Passeio de trem: sáb. e dom., 11h/16h. R$ 20/R$ 25.
Depois, vocês podem ir até a cantina do museu e, para fomes maiores, um bar, restaurante ou lanchonete do bairro (Hospedaria, Don Carlini, Cantina do Marinheiro, Pizza da Mooca, Cateto, Cadillac Burger, Hot Rod Dog…).
VINHO OU CERVEJA?
Pode ser em casa ou nos bares de vinho ou de cerveja especializados (e que definitivamente não estão em falta).
Bares de vinho: Vino Bar (Pinheiros), Bardega (Vila Nova Conceição), Bendito Bar (Morumbi), Café Journal (Moema), Enoteca Saint Vin Saint (Itaim).
E tem o muito especial Sede 261, de Daniela Bravin e Cássia Campos. Não espere poltronas. Bebe-se na calçada, sem afetação e com muito bom gosto. São os vinhos garimpados pelas duas, oferecidos em taças a partir de R$ 22. A trilha sonora é ótima e o clima também. Não tem cozinha, mas pode pedir entrega de pizza, comprar um hambúrguer ao lado ou levar comida japonesa ou o que mais desejar. Elas harmonizam. Aos sábados, há ostras frescas de Santa Catarina (acompanhe a programação no Instagram @sede261). É um desses lugares que dá vontade de ficar mais. E voltar. (Sede 261. R. Benjamim Egas, 261, Pinheiros. 17h/23h (sáb., 14h/22h; fecha dom. a 4ª).
Bares de cerveja: Frangó (pioneiro e fora do ‘obaoba’. Fica na Freguesia do Ó), Cateto (cervejas, embutidos, queijos e uísques. Em Pinheiros e na Mooca), Sensorial (discos e cervejas na região da Augusta), O Sobrado (futebol, perto do Palmeiras).
LER
Vai além de ir até a loja, comprar um livro e entregar. Se os dois gostam de ler, façam isso juntos (mesmo que separados, lendo coisas diferentes). Também dá para ler o mesmo livro e trocar ideias sobre ele, por que não? E se o pai não lê por alguma razão, mas tem interesse em boas histórias, o filho e/ou a filha pode ler para ele. Inventem uma rotina de leitura, encontros regulares.
Outra ideia bacana: presenteie com a assinatura de um clube de livros. Um exemplo é a Tag Curadoria, um selo da Tag Experiências Literárias. Todo mês, eles mandam para a casa do assinante uma caixinha contendo um livro surpresa escolhido por um grande nome da literatura (um curador diferente a cada mês), uma revista, um marcador de página e um presente que tem relação com o universo literário e do livro (taglivros.com). As edições, em tiragens limitadas que não são encontradas em livrarias, têm capa dura, papel creme e acabamento especial.
FAZER NADA
Convide seu pai para dar um tempo. Se você acha que ele corre demais, ofereça um dia (quem sabe um fim de semana inteiro?) de desconexão, sem compromissos outros que não ficar de pernas para o ar: dolce far-niente.
Em um texto no Estadão, o colunista Sergio Augusto refletiu há alguns anos sobre a importância de ficar à toa: “São os ociosos que transformam o mundo, escreveu Camus, ‘porque os outros não têm tempo algum’. (…). Os ociosos transformam o mundo criando e meditando. Usar a inteligência sem finalidade lucrativa, não submeter o ócio ao negócio, retirar-se da pressa e das agitações mundanas para poder refletir melhor, este é o trabalho dos ociosos, permanente e sem fim.”
Vocês podem fazer uma viagem para o interior ou a praia, ir pescar, ficar em casa vendo maratonas em série na televisão, colocar as cadeiras na varanda, na calçada ou no quintal e se entregar ao fazer nada. Juntos.
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