Na correria para o Natal e o réveillon, muitas vezes não paramos para avaliar a ansiedade que toma conta de quase tudo. Como atravessar esses dias sem enlouquecer (muito)?
Comércio lotado, trânsito tenso, a pressão do relógio, os encontros e os desencontros, a cobrança por estampar no rosto o maior ânimo de festejar. Para muita gente, aliás, há um desafio a mais: os inúmeros compromissos sociais que pedem para “celebrar” até com quem não se tem muita afinidade. Ou seja: como se não bastasse a correria habitual da temporada, não é de espantar que nesse período intenso que antecede as festas de fim de ano tantas pessoas sintam angústia, desânimo e frustração.
A sensação de ansiedade aumenta com o estresse gerado por cobranças externas e internas no trabalho (…), no plano emocional e afetivo e nos objetivos de vida que não puderam se cumprir (Marcia Tabone, psicóloga)
No começo, os pensamentos estão cheios de expectativas. Ao longo do ano, porém, a vertigem dos dias e tudo o que acontece na vida privada e na pública podem fazer com que o indivíduo tenha a sensação de que o tempo passou tão rápido que o atropelou e ele não conseguiu realizar tudo o que queria.
Para o neuropsicólogo Fábio Roesler, além desse sentimento de não ter completado todos os planos, cansaço, aspectos financeiros e fatores individuais são os motivos mais comuns para o aumento da ansiedade
É preciso, portanto, saber que vai passar, que tem mais gente nesse barco e, não menos importante, fazer um esforço para atravessar os dias, tirar deles alguma alegria, encontrar brechas para descansar e chegar do outro lado mais disposto. É isso mesmo: tudo certo, nada resolvido; vem aí um ano inteiro pela frente. Para o bem ou para o mal, ele promete.
TENTE
- Refletir sobre o que é realmente essencial para ficar em paz.
- Desapegar de valores consumistas.
- Pensar no óbvio: se um ano termina, outro começa e dá para virar uma nova chave.
- Relacionar-se consigo e com o mundo de modo mais pessoal.
- Autorizar-se a não ser só o que os outros esperam de você.
Com reportagem de Camila Tuchlinski. Fontes: Marcia Tabone, psicóloga; Fábio Roesler, neuropsicólogo