A ABF espera que em 2019 o setor de franquias cresça 10%. “Estamos otimistas, mas sabemos que não será fácil. Toda vez que há recessão, em seguida o setor cresce, porque tem muito investimento represado.”
Otimismo, trabalho e sorte. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) espera que em 2019 o setor de franquias tenha um aumento de 10% a 11% na receita. “Estamos otimistas, mas sabemos que não será fácil”,
afirma Altino Cristofoletti Junior, ex-presidente da ABF – André Friedheim assumiu o cargo em janeiro.
Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto e um dos fundadores da ABF, explica que os investimentos reprimidos durante a crise devem entrar no mercado, uma boa notícia aos franqueadores. “Toda vez que há recessão, em seguida o setor cresce, porque tem muito investimento represado, demanda reprimida. Não vai ser fácil, porque todo mundo vai estar lutando pelos mesmos investimentos”, diz Cherto.
Para o empresário, nesse cenário quem ganha são marcas que aproveitaram a crise para rever procedimentos e se readaptar. “Mesmo quando você sabe que a economia vai ser uma desgraça, o mercado de franchising cresce, porque acaba sendo uma saída para quem perde o emprego.”
Um dos legados do período de incertezas foi a redução no número de marcas franqueadoras. A queda mais abrupta foi de 6%, entre 2016 e 2017. Mas Cristofoletti Junior avalia que, mesmo se a economia crescer, o número atual de redes de franquias, de aproximadamente 2.800, não deve sofrer grandes mudanças. “Isso mostra uma maturidade do sistema. Se dividirmos o número de unidades por marca, temos aproximadamente 50 lojas por franqueador.
“A franquia traz transferência de experiência. Você paga por isso, mas te economiza um tempo de aprender de forma empírica, sozinho”
(Luiz Fernando Canizares, que tem duas lojas Divino Fogão e quer abrir a terceira ainda em 2019)
Há países que têm 200. Estamos caminhando para esse número.” A quantidade de lojas deve crescer de 3% a 4% em 2019, segundo a ABF. Atualmente, são cerca de 150 mil. O publicitário Luiz Fernando Canizares abriu sua primeira loja do restaurante Divino Fogão em 2007. “Na crise, aprendemos a trabalhar cada vez mais com eficiência. Diminuímos a equipe e os gastos para equilibrar a rentabilidade, que caiu”, revela. Em 2019, Canizares pretende partir para a terceira unidade da franquia. Para ele, a segurança de já conhecer a marca facilita na expansão e na operação de mais de uma. “A franquia traz transferência de experiência. Você paga por isso, mas te economiza um tempo de aprender de forma empírica, sozinho”, diz.
TRÊS PERGUNTAS PARA A ABF
Eleito para a presidência da ABF para o biênio 2019-2020, André Friedheim acredita que neste ano o varejo vai ficar mais aquecido. “O apetite de novos franqueados vai aumentar. Marcas internacionais vão aportar mais no mercado brasileiro e brasileiras vão buscar o internacional.”
1. Que tipo de franqueador vai sair na frente?
Eu acho que muita franquia de serviços. Na área médica, tem muita coisa. Estética, beleza, esporte, qualidade de vida, cuidados com idosos. Estamos passando por uma profissionalização bacana no setor.
2. Que mudanças pretende implementar na ABF?
O primeiro programa que vou implementar é a mentoria. A ideia é que principalmente os franqueados de menor porte, que estão começando, tenham acesso a mentores que possam dar instruções.
3. Uma dica para quem pretende investir em franquia?
Tem de fazer uma autoanálise, para entender se tem perfil de franqueado. Foque em dois ou três segmentos que você tem afinidade, em que o mercado esteja crescendo, faça estudo de mercado e converse com franqueados que já são da rede para entender o grau de satisfação com o franqueador
VEJA TAMBÉM
- Como escolher um banco digital (e mais: uma tendência que ajuda o varejo online a vender mais)