Prefeitura de Nova York tira carros particulares de uma importante via. Se essa rua fosse sua, o que você faria? Motoristas e passageiros estão adorando a nova velocidade das viagens
A prefeitura de Nova York está fazendo um experimento agressivo de reengenharia urbana: novas regras de trânsito proíbem a circulação de automóveis por um trecho de um quilômetro de uma de suas artérias: a Rua 14. Obrigar os carros a sair do caminho transformou a linha de ônibus M14. Ela era a mais lenta de todas e agora seus ônibus circulam a velocidades com as quais os passageiros de outros itinerários só podem sonhar.
A linha de ônibus M14 era a mais lenta de todas e agora seus ônibus circulam a velocidades com as quais os passageiros de outros itinerários só podem sonhar
O mais espantoso não foi apenas a corrida, e sim a vista ao longo da rua. Sentados em um ônibus que se dirigia para o lado oeste, pudemos ver todo o trajeto da Primeira à Terceira Avenida, ou seja, dois quarteirões de Manhattan, sem trânsito algum.
“Às vezes, a gente ficava parada por cinco minutos. Agora, o caminho é livre”
O porteiro Rafael Sanchez esperava os dois filhos que estavam no M14 e voltavam da escola. “Definitivamente, é uma viagem mais rápida”, disse Tyler, de 13 anos, ao abraçar o pai. Silvia Kahley, outra passageira, contou que agora demora apenas 16 minutos para voltar da casa de uma amiga, “enquanto antes levava 25”. Jessica acha que proibir o tráfego de automóveis acabou com um engarrafamento perpétuo. “Às vezes, a gente ficava parada por cinco minutos. Agora, o caminho é livre.”
+MOBILIDADE URBANA E A VIDA NAS CIDADES
As autoridades estão satisfeitas com os primeiros resultados. Oficialmente, carros só podem trafegar pela Rua 14 para fazer entregas e pegar ou deixar passageiros das 6h às 22h. Depois de uma quadra ou duas, eles precisam sair. Diariamente, 21 mil veículos circulavam na Rua 14 e 28 mil pessoas viajavam de ônibus. Agora, é esperado que mais passageiros sejam atraídos para o transporte público.
Informações de James Barron para o jornal The New York Times. Traduzido para o Estado por Anna Capovilla