Estadão Expresso
  • Na Perifa
    • Home
    • Ação social
    • A voz é delas
    • Cidadania e Política
    • Ciência e Saúde
    • Colunas
      • Barkus
      • Gerando Falcões
      • Joel Luiz Costa
      • Mulheres da periferia, Nós
    • Crianças
    • Cultura e Lazer
    • Direitos Humanos
    • Educação
    • Esporte
    • Finanças
    • Meio Ambiente e Sustentabilidade
    • Mobilidade
    • Mulheres da Periferia
    • Podcast Expresso na Perifa
    • Segurança Pública
    • Artigos
      • Embarque no Direito
      • Lá da Favelinha
      • PerifaConnection
      • PerifaConnection
  • Expresso São Paulo
No Result
View All Result
  • Na Perifa
    • Home
    • Ação social
    • A voz é delas
    • Cidadania e Política
    • Ciência e Saúde
    • Colunas
      • Barkus
      • Gerando Falcões
      • Joel Luiz Costa
      • Mulheres da periferia, Nós
    • Crianças
    • Cultura e Lazer
    • Direitos Humanos
    • Educação
    • Esporte
    • Finanças
    • Meio Ambiente e Sustentabilidade
    • Mobilidade
    • Mulheres da Periferia
    • Podcast Expresso na Perifa
    • Segurança Pública
    • Artigos
      • Embarque no Direito
      • Lá da Favelinha
      • PerifaConnection
      • PerifaConnection
  • Expresso São Paulo
No Result
View All Result
Estadão Expresso
No Result
View All Result
Conteúdo sobre as periferias pelo olhar de quem vive nelas
Home Na Perifa Coletivos

88% das meninas no 5º ano da rede pública realizam tarefas domésticas

Schirlei Alves, repórter da Gênero e Número Por Schirlei Alves, repórter da Gênero e Número
11 de outubro de 2023
em Coletivos, Na Perifa
0 0
0

Foto: Cottobro Studio/Pexels

Share on FacebookShare on Twitter

Meninas que cursam o 5º ano do ensino fundamental na rede pública de educação fazem mais tarefas domésticas do que os meninos. Por volta dos 10 anos de idade, 88% delas afirmam trabalhar dentro de casa, enquanto 76% dos meninos dizem fazer o mesmo. 

Levantamento feito pela Gênero e Número a partir de dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de 2021, revela também que 20% dos meninos e 12% das meninas trabalham fora de casa.

Segundo especialistas, o problema do trabalho doméstico não são as pequenas tarefas que comportam a capacidade etária, como arrumar os brinquedos, mas há uma linha tênue entre parceria e responsabilidade, que pode comprometer a infância e o futuro da criança. 

Para Quéli Anschau, professora de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as meninas são responsabilizadas por tarefas invisibilizadas socialmente, que envolvem o cuidado da casa e de pessoas. “O menino vai dizer ‘eu ajudo’, mas a menina tem a responsabilidade de fazer”. 

Cuidar dos irmãos menores, segundo Anschau, é um exemplo de que a criança está sendo responsabilizada precocemente por uma função que não é dela. A divisão de tarefas por gênero desde o início da vida vai impactar na formação superior, uma vez que as mulheres acabam sobrerrepresentadas em cursos relacionados ao cuidado, explica a assistente social. “Uma criança de três anos pode levar o talher da mesa para a pia. Uma criança de cinco, o talher e a xícara. Uma criança de 10 anos, pode tirar a mesa. A questão é que não dá para largar a criança sozinha fazendo isso, porque ela vai sendo adultizada”.

Outros estudos, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) sobre Outras Formas de Trabalho, demonstram que as mulheres são responsabilizadas por tarefas mais rotineiras, como lavar a louça e cozinhar, enquanto que os homens fazem tarefas mais esporádicas, como limpar o quintal e jogar o lixo fora. 

Na avaliação de Raquel Lima, professora de sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), esse padrão se inicia logo na infância e penaliza muito mais as meninas do que os meninos.

“Não se trata de dizer que as crianças de 10 anos não devam ser ocupadas com pequenas tarefas no ambiente em que estão colocadas”, reforça Lima. “O problema são as rotinas que demandam tempo considerável e que competem com o descanso, lazer e contraturno dedicado à escolarização básica”.  

Na divisão social do trabalho por gênero, os meninos acabam responsabilizados pelo trabalho fora de casa, pois precisam compor a renda familiar, especialmente entre as famílias mais vulneráveis. As meninas, lembra Raquel Lima, já estão ocupadas com as tarefas de casa, preparando o jantar para o adulto quando ele chegar, por exemplo.

“Podemos fazer, sem extrapolar, uma hipótese de contextos familiares nos quais a escassez de rede de apoio e a sobrecarga de tarefas recaem em determinados grupos sociais. Há uma sobrerrepresentação de crianças negras em famílias mais pobres, monoparentais, sobretudo com chefia de mulheres, que têm mais chances de ser ocupadas por essas tarefas”.

Ao menos 13% das crianças que responderam ao questionário do Saeb não preencheram ou não quiseram declarar o quesito raça. Ao considerar apenas os casos em que essa informação está disponível, os dados mostram que 24% dos meninos pretos trabalham fora do domicílio, enquanto 18% dos brancos realizam essas atividades. 

Trabalho afeta desempenho escolar – Os dados do Saeb também indicam o impacto negativo do trabalho no desempenho escolar das crianças. Em comparação com estudantes que não trabalham fora de casa, os que precisam realizar esse tipo de atividade têm notas 13% mais baixas em Língua Portuguesa e 8% mais baixas em Matemática.

Segundo Lima, o trabalho infantil fora de casa é um dos fatores que mais impacta na evasão escolar e na reprovação, porque ocorre de forma muito precária e compete com o tempo de estudo. 

A socióloga alerta que, no caso das famílias mais vulneráveis, a responsabilidade é também do Estado, que deve contribuir para a rede de apoio com mais vagas em creches, centros de referência social mais atuantes, opções de contraturno escolar qualificado e outras políticas públicas. 

Trabalho artístico é exceção – O artigo 403 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) diz que é proibido qualquer trabalho a menores de 16 anos. A única exceção é para a condição de “aprendiz” a partir de 14 anos. No entanto, esse trabalho não pode afetar o desenvolvimento do adolescente e nem a frequência escolar. A Constituição Federal também proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos.

Além do trabalho de aprendiz, a única exceção é para o trabalho artístico, prevista na Convenção 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil. Assim como a OIT, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina a necessidade de autorização judicial para esse tipo de atividade. 

Outra convenção da OIT, a 182, sobre as piores formas de trabalho infantil, regulamentada no Brasil, também proibe o serviço doméstico que demande esforço físico intenso, isolamento, abusos e outras sobrecargas físicas e mentais. 

Para Sandra Regina Cavalcante, advogada e pesquisadora de direitos da infância pela Universidade de São Paulo (USP), o problema está na falta de regulamentação da atividade artística e de políticas públicas de orientação tanto do mercado quanto das famílias sobre os direitos dos artistas mirins.

“A regulamentação da atividade seria uma lei especial para explicitar um parâmetro mínimo de proteção, como acompanhamento psicológico, uma conta poupança [para que a criança possa usufruir do dinheiro quando adulta] e a proibição de trabalho que atrapalhe a escola”, exemplifica Cavalcante, que estudou o trabalho infantil desempenhado por artistas como Larissa Manoela. 

Como o trabalho artístico não é regulamentado, cabe ao juiz definir os limites ao expedir a autorização. A pesquisadora avalia que o deslumbramento social com esse tipo de atividade  leva os responsáveis pela criança a não se dar conta das consequências.

“Quando um filho quer pôr o dedo na tomada, a gente não deixa porque tem certeza das consequências. Mas os pais não têm noção do que vai implicar o comprometimento daquele contrato assinado. Vai haver um dia em que a criança vai estar com febre, chorosa, e os pais vão ter que exigir que ela cumpra o contrato para não receber multa”, adverte a advogada. 

Tags: EducaçãoGênero e NúmeroSaebSchirlei Alves
Anterior

Prefeitura do Rio recebe 21 dos 337 ônibus com tecnologia menos poluente Euro 6

Próxima

99Plus: nova categoria foca em conforto, conveniência e segurança

Próxima
99Plus: nova categoria foca em conforto, conveniência e segurança

99Plus: nova categoria foca em conforto, conveniência e segurança

Recomendados Expresso Na Perifa

Aplicativos se tornam aliados das mulheres em situação de violência 

26 de março de 2024
“O funk é libertador”: Deize Tigrona, uma das maiores funkeiras do país, fala sobre seu novo álbum

“O funk é libertador”: Deize Tigrona, uma das maiores funkeiras do país, fala sobre seu novo álbum

22 de março de 2024

E eu não sou uma mulher? 

21 de março de 2024

Conheça Concita Braga, a mulher que comanda o ‘Boi de Nina Rodrigues’

20 de março de 2024

Sobre o Expresso na Perifa

O Expresso na Perifa é um hub de conteúdo multimídia produzido por quem vive e conhece o dia a dia das comunidades e periferias do Brasil. É composto por este site, mídia social e vídeos e faz parte de um projeto da 99, empresa de mobilidade e conveniência, em parceria com o Estadão e coletivos periféricos. Oferece uma leitura leve, rápida e sem complicação para ajudar você a compreender questões importantes da vida, da cidade e do mundo.

Categorias

  • Cultura e Lazer
  • Direitos Humanos
  • Educação
  • Meio Ambiente e Sustentabilidade
  • Segurança Pública

Tags

#fiqueemcasa 99app Amazônia Amazônia Centro do Mundo App de transporte Bem-estar Cinema Coronavírus Covid-19 Cultura Desigualdade Direitos humanos Economia Educação Educação financeira Embarque no Direito (SP) empreendedorismo Favela em Pauta (RJ) Finanças pessoais governo federal Juca Guimarães (SP) Literatura Livros Meio ambiente Mobilidade Mobilidade Urbana Motoristas de aplicativo mulheres da periferia Na Perifa Indica Nós Mulheres da Periferia Pandemia Passeios PerifaConnection (RJ) Periferia em Foco (PA) Quarentena Racismo Receitas Roteiro cultural Saúde Segurança Sustentabilidade São Paulo Tecnologia transporte por aplicativo Violência policial
  • Sobre
  • Como Anunciar
  • Expediente Expresso
  • Expediente Expresso na Perifa

©️ 2019-2021 Produzido por Estadão Blue Studio | Todos os direitos reservados

No Result
View All Result
  • Na Perifa
    • Home
    • Ação social
    • A voz é delas
    • Cidadania e Política
    • Ciência e Saúde
    • Colunas
      • Barkus
      • Gerando Falcões
      • Joel Luiz Costa
      • Mulheres da periferia, Nós
    • Crianças
    • Cultura e Lazer
    • Direitos Humanos
    • Educação
    • Esporte
    • Finanças
    • Meio Ambiente e Sustentabilidade
    • Mobilidade
    • Mulheres da Periferia
    • Podcast Expresso na Perifa
    • Segurança Pública
    • Artigos
      • Embarque no Direito
      • Lá da Favelinha
      • PerifaConnection
      • PerifaConnection
  • Expresso São Paulo

©️ 2019-2021 Produzido por Estadão Blue Studio | Todos os direitos reservados

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In