24 outubro 2022 em Desenvolvimento Econômico
Empregos voltam ao patamar anterior à pandemia, segundo estudo solicitado pela Prefeitura
O setor de gastronomia da cidade de São Paulo, considerado um dos mais importantes na economia da capital, recuperou na metade deste ano o patamar de empregabilidade anterior à pandemia de Covid-19.
Considerados os empregos formais e informais, hoje são cerca de 350 mil pessoas ocupadas em diversos segmentos como bares, restaurantes e produção de alimentos – equivalente ao primeiro trimestre de 2020. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que fez um estudo a pedido da Prefeitura de São Paulo e apresentou os resultados nesta segunda-feira, 24.
O setor gastronômico foi o mais impactado na economia da cidade durante a fase aguda da crise pandêmica. Cerca de 40% dos pisos de trabalho chegaram a ser perdidos, segundo o Dieese.
A informalidade e a remuneração baixa na área de alimentação, porém, estão entre as principais preocupações apontadas pelo estudo. A cidade de São Paulo viveu um pico sem precedentes da informalidade nesse setor durante a recuperação da atividade.
No primeiro trimestre de 2022, a quantidade de postos informais de trabalho chegou ao ponto mais alto desde 2016, ultrapassando a taxa de 50% de informalidade pela primeira vez em seis anos. A informalidade caiu entre abril e junho, mas se mantém em um patamar elevado.
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Quero receber!O economista César Andaku, do Dieese, que apresentou os dados, diz que esse é um desafio permanente do setor.
“A informalidade é uma característica do setor, não é um desafio que surge (agora) e sim algo inerente, já existia antes e, na minha opinião, é porque é um setor muito heterogêneo. Estamos falando de pessoas que vendem café da manhã na entrada do Metrô, estamos falando de uma informalidade estrutural”, diz Andaku.
Outro problema é que o nível de renda para quem trabalha no ramo da gastronomia está muito abaixo da renda média na cidade. Quem trabalhar nesse setor ganha, em média, R$ 2,5 mil por mês. Quando é considerado o conjunto de setores da Capital, a renda média está acima de R$ 4 mil.
“A gente não pode achar que está tudo bem. Não houve ganho de renda, pelo contrário, houve muita perda durante a pandemia”, disse a secretária municipal de Desinformação Econômico e Trabalho, Aline Cardoso, apesar da recuperação.
Sugestões
O evento teve a presença de empresários do setor gastronômico, que opinaram sobre quais providências a Prefeitura poderia tomar para ajudar a impulsionar o setor. A principal reivindicação é a implantação de um selo de inspeção municipal (SIM) para produtos artesanais e industrializados, como embutidos, charcutaria, pães, queijos e geleias, por exemplo.
Hoje, os restaurantes podem vender esses produtos feitos em suas cozinhas no próprio estabelecimento, mas não podem vendê-los para mercados e outros estabelecimentos comerciais, o que seria facilitado pelo SIM. Segundo a secretária, a Prefeitura está em via de criar esse serviço, com foco em produtos de origem animal.
Tulio Kruse