Há 30 anos, Paulina Alzamora deixou o Chile para passar um tempo no Brasil. Formada em design gráfico, a ideia inicial era estudar e trabalhar por apenas quatro meses, mas acabou ficando em São Paulo. Também apaixonada por culinária, diz ter conquistado os paulistanos com suas receitas. Montou então negócios nas áreas de gastronomia e do artesanato, produzindo roupas e acessórios com tecidos africanos.

Mas a pandemia de Covid-19 trouxe tempos difíceis e Paulina acabou endividada. “Não consegui empréstimos. Tive de abandonar meu empreendimento de comida”, conta.

O empurrão que ela precisa, contudo, pode vir da 2ª Feira de Empreendedorismo Imigrante, que ocorre nos dias 8 e 9 de dezembro no Largo do Arouche, centro de São Paulo. No evento, ela e outros empreendedores imigrantes que vivem na Capital terão a oportunidade de expor e vender seus trabalhos, além de receber orientações para os seus negócios.

Promovida pela Coordenação de Políticas para Imigrante e Promoção do Trabalho Decente da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET), a feira fornecerá informações sobre processos que envolvem o microempreendedorismo individual, empréstimos a microempreendedores, encaminhamento para programas de orientação empresarial, inscrições em eventos e cursos. 

Os serviços serão prestados pela equipe de analistas de negócios da Ade Sampa, agência ligada à SMDET. Os empreendedores também terão acesso à equipe da Fundação Paulistana da Prefeitura de São Paulo, que dará dicas para ingressar no mercado formal, processos seletivos e elaboração de currículo.

Irão expor trabalhos no evento seis artesãos imigrantes da Argentina, Togo, Venezuela, Bolívia, Chile e Sudão e sete empreendedores ligados à gastronomia do Peru, Bolívia e Congo. Haverá também apresentações culturais de grupos como Mduduzo, da África do Sul, e Dj Lokito Brian, do Peru.