26 janeiro 2023 em Urbanismo
Reparos em ponto histórico do centro da Capital estão em fase final
Quem passou nos últimos dias pela Praça Júlio Mesquita, que fica no triângulo entre a Avenida São João, a Alameda Barão de Limeira e a Rua Vitória, viu funcionários da Prefeitura de São Paulo trabalhando na reforma da Fonte Monumental, ponto histórico da cidade que constantemente é danificado por atos de vandalismo. Em fase de conclusão, as obras devem terminar no início de fevereiro.
Com custo total de R$ 246 mil, a revitalização da praça integra o programa de recuperação do centro da Capital implementado pela atual gestão. Além de trocar a proteção de acrílico no entorno da fonte, farão parte da restauro o reparo da área de passeio, o paisagismo da praça e a reforma e pintura das orlas das árvores, que serão realizadas posteriormente.
Não é a primeira vez que a área precisa ser revitalizada. Em 2013, foi reinaugurada após reforma que durou dez meses. À época, foram realizados serviços de limpeza do mármore da fonte, substituição de peças de bronze que haviam sido roubadas por réplicas de resina e reparos na tubulação para que a fonte, desativada, voltasse a funcionar. Uma nova iluminação também foi instalada, assim como uma estrutura protetiva ao redor do monumento.
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Quero receber!A proteção, no entanto, não impediu que a praça fosse alvo de novos atos de vandalismo. Segundo a Prefeitura, foram registrados furtos de elementos da fonte, danos à estrutura de proteção e às luzes.
“Tá cheio de nóia por aqui, eles arrancaram os vidros e usavam a fonte como banheiro, motel… isso assusta as pessoas e faz o movimento cair”, relata João Silva Santos, gerente da Churrascaria Mester, que fica na Avenida São João.
João conta que a situação melhorou quando o acesso à fonte ficou temporariamente bloqueado por tapumes de madeira e a região teve um aumento no patrulhamento. A depredação, junto com as reclamações de comerciantes e moradores dos arredores da praça, motivaram a revitalização do local.
Atualmente, a fonte não está funcionando, pois demanda revisões hidráulica e elétrica que, segundo a Prefeitura, serão iniciadas após a conclusão do fechamento da área com a proteção de acrílico.
História
O local tinha, inicialmente, o nome de Praça Vitória. Em 1927, ele passou a abrigar a Fonte Monumental, obra da artista Nicolina Vaz que é considerada a primeira escultura de rua esculpida por uma mulher na cidade de São Paulo. O espaço também foi rebatizado como Praça Júlio Mesquita, uma homenagem ao fundador do Estadão.
Feita de mármore, a fonte exibe esculturas de um pescador rodeado por sereias, flores, conchas e também peças em bronze, como as lagostas que cercam o monumento e lhe renderam o apelido de “Fonte das Lagostas”. Diante dos furtos ocorridos ao longo do tempo, as peças foram substituídas nos anos 2000 por réplicas de resina. As originais se encontram preservadas em instalações da Prefeitura.
O histórico de crimes no local vem de longa data. Nos anos 1970, Adoniran Barbosa compôs a música “Roubaram a Lagosta”, que fala sobre o furto de peças de bronze que adornavam a Fonte Monumental.
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