23 abril 2023 em Meio Ambiente

Parque Anhanguera sedia até 30 de maio curso de brigada de incêndio florestal

O Parque Anhanguera, o maior parque urbano em extensão na cidade de São Paulo, recebe ações para a Operação Fogo Zero 2023, iniciada neste mês de abril. O local sedia até o dia 30 de maio o curso de brigada de incêndio florestal, que faz parte da iniciativa da Prefeitura de São Paulo para agilizar o atendimento e o combate às chamas em áreas de proteção ambiental e parques.

O objetivo é proteger a flora e fauna sob monitoramento do Programa Vigilância pela Biodiversidade – VigiBio, da Divisão de Defesa e Vigilância Ambiental, da Prefeitura de São Paulo. A Operação Fogo Zero existe desde 2012 e, somente nos últimos três anos, combateu 239 incêndios desse tipo na Capital.

De acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), foi necessário elaborar um plano de risco para o Parque Anhanguera, que está localizado na Estrada de Perus, 1000, na zona norte, possui uma área de aproximadamente 950 hectares (9,5 milhões m2) de Mata Atlântica e apresentava histórico de queimadas.

O local figura entre os parques do município com maior número de incêndios nos últimos anos. Entre 2020 e 2022, foram registradas 23 ocorrências, o que o deixa na quinta posição. Antes aparecem o Parque Natural Municipal Jaceguava, com 47 focos de incêndios; o Parque Natural Municipal Itaim, com 41; e o Parque Natural Municipal Bororé, que teve 25 registros.

No ano passado, o parque Anhanguera inaugurou uma central de monitoramento para detecção de incêndios, com equipamentos específicos e torres de monitoramento de tecnologia importada de Israel. O sistema detém alarme e sensores infravermelho que captam a elevação de temperatura e fumaça em um raio de 6km, acionando a central.

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O curso para brigadistas do Parque Anhanguera, que acontece em quatro datas, entre abril e maio, tem duração de aproximadamente oito horas e conta com a participação de 42 pessoas, inclusive vizinhos de parques municipais, cujas propriedades apresentam características semelhantes de vegetação nativa preservada.

Na primeira parte do treinamento são tratados assuntos teóricos, como a importância da brigada de incêndio florestal, consequências do fogo, comportamento e tipo de queimadas, equipamentos de combate e de proteção individual. Na segunda parte é feita uma simulação de incêndio (controlado) para que os alunos possam exercitar algumas técnicas apresentadas no curso.

Além do curso de capacitação, a Operação Fogo Zero prevê para 2023 ações de prevenção por meio de educação ambiental junto às comunidades do entorno dos parques e seus frequentadores. “Também está prevista a publicação de uma portaria propondo a criação de um quadro efetivo de veículos nas unidades, com equipamentos e brigadistas preparados para atuar de forma mais eficiente durante todo o ano”, ressaltou a SMVA em nota.

O órgão acrescentou, ainda, que as ações educativas englobam a fixação de cartazes em pontos estratégicos, conversas com conselhos gestores dos parques e das APAs e, em breve, também serão promovidas atividades de conscientização nas escolas.

Como agir diante de um incêndio florestal?

A ação humana é a responsável por grande parte dos incêndios florestais, seja de forma intencional ou por negligência que provoca acidente. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que as principais causas de queimadas são quedas de balões, incêndios criminosos produzidos por caçadores, limpeza de terrenos e queima de lixo e móveis próximos aos parques.

A proximidade das festas juninas exige atenção, pois, apesar de ser proibida, a soltura de balões ainda é comum. A época mais seca, quando a incidência de chuva é menor, também acende um alerta. Esse fenômeno natural ocorre, em geral, entre os meses de julho e setembro em São Paulo.

O clima seco favorece a ocorrência de incêndio florestal – caracterizado pelo fogo não controlado nas áreas verdes. Isso porque a vegetação extremamente seca serve como combustível para alimentar as chamas. As queimadas provocam uma série de prejuízos, entre eles:

  • destruição da vegetação;
  • a morte de animais silvestres;
  • redução da fertilidade do solo;
  • aumento da poluição do ar;
  • risco de queimaduras;
  • acidentes com vítimas;
  • problemas de saúde na população.

Por isso, além de evitar as atitudes mencionadas anteriormente, ao presenciar o foco de incêndio em parques municipais, a SMVA orienta a população a entrar em contato imediatamente com a administração do espaço ou com os vigilantes. Também é fundamental ligar para os números 153, da Guarda Civil, e 193, dos Bombeiros da Polícia Militar.

 

Raisa Toledo