Nesta sexta-feira, 19 de maio, comemora-se o Dia Mundial de Doação de Leite Humano. A Prefeitura de São Paulo dispõe de três bancos de leite humano (BLH), localizados nos hospitais e maternidades Cachoeirinha, Ermelino Matarazzo e Campo Limpo, nas zonas norte, leste e sul, respectivamente.

Em 2023, até o momento, as unidades coletaram, juntas, 993 litros de leite para alimentar mais de 1060 bebês. Em 2022, foram coletados 3.500 litros, fornecidos por cerca de 2.200 doadoras, o suficiente para 2.700 crianças.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), aproximadamente 95% dos que se beneficiam do leite doado são recém-nascidos com baixo peso, prematuros ou com alguma patologia (respiratória, cirúrgica ou neurológica, por exemplo), internados nas UTIs neonatais.

Maniely Steicy, de 28 anos, é uma das doadoras e contribui com a alimentação de 50 a 60 recém-nascidos, além do seu filho Nicolas, que tem quatro meses. Toda semana os profissionais das maternidades retiram de cinco a seis litros em sua casa.

“Tomei como uma missão de vida para ajudar os bebês que estão na UTI, porque meu bebê quase foi e pensar nisso me comove”, afirma Maniely.

Siga o nosso Canal e saiba tudo sobre a cidade de São Paulo pelo Whatsapp

O boletim é semanal, às segundas, quartas e sextas.

Quero receber!

Karina Azevedo de Souza, mãe da Heloísa, nascida prematura com 33 semanas, na maternidade Cachoeirinha, sabe bem da importância do gesto. Ela não conseguia produzir leite no início e a doação foi essencial.

“Fiquei grata porque ajuda no desenvolvimento dos bebês, principalmente nos primeiros dias. Hoje minha filha está com mais de 37 semanas, ainda internada e sem previsão de alta, mas felizmente já consigo amamentar”, ressalta.

Na maternidade Cachoeirinha, onde a pequena Heloísa nasceu, são distribuídos, em média, 2,5 litros de leite materno por dia aos bebês internados. Atualmente, no entanto, o BLH da unidade tem um estoque de aproximadamente 130 litros apenas. Em 2022, 1.759 recém-nascidos foram beneficiados na unidade, uma média de 147 por mês.

Juliana Miranda, enfermeira e coordenadora do Banco de Leite da maternidade Cachoeirinha, explica que, embora os números de doação pareçam altos, o estoque não é suficiente considerando a demanda. “As mães de bebês internados na UTI neonatal estão vivendo um momento difícil e a condição emocional impacta na produção do leite”, frisa.

Importância

O aleitamento materno é uma prática recomendada por órgãos nacionais e internacionais, devido aos seus inúmeros benefícios. A orientação é alimentar o bebê somente com o leite materno até os seis meses de vida, visando ao bem-estar, à saúde e ao desenvolvimento da criança.

Cerca de seis milhões de vidas são salvas, anualmente, pela alimentação exclusiva com leite materno até o sexto mês de idade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde e a Unicef. O leite humano protege contra doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de reduzir os riscos de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta.

Quem pode doar leite materno?

O leite pode ser doado tanto por mães que estão com os bebês ainda nas maternidades, quanto por aquelas que já estão amamentando em casa e têm produção de leite excedente. Também são requisitos:

• não ter recebido transfusão de sangue no último ano;
• não ter doenças infecciosas como HIV, hepatites, sífilis, doença de Chagas;
• não ser fumante;
• não ingerir álcool, drogas ilícitas e medicamentos não compatíveis com amamentação e doação.

Como doar

As lactantes interessadas podem entrar em contato por telefone ou ir diretamente a uma das três unidades de Banco de Leite Humano da Capital. São elas:

Hospital Municipal Maternidade-Escola Vila Nova Cachoeirinha
Avenida Dep. Emílio Carlos, 3100 – Vila Nova Cachoeirinha, zona norte
Telefone: (11) 3986-1011

Hospital Municipal Fernando Mauro Pires da Rocha
Rua Thereza Mouco de Oliveira, 71 – Vila Maracanã – Campo Limpo, zona sul
Telefone: (11) 3394-7678

Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Corrêa Netto (Ermelino Matarazzo)
Alameda Rodrigo de Brum, 1989 – Ermelino Matarazzo, zona leste
Telefone: (11) 3394-8046/8153

Após o cadastro, são fornecidas orientações sobre os procedimentos e as equipes hospitalares passam a fazer a coleta nos domicílios, seguindo um cronograma. As visitas ocorrem semanalmente e, nesse momento, as doadoras entregam o leite congelado.

Em relação ao manejo e armazenamento, é preciso extrair o leite com um coletor esterelizado, transferir para um recipiente de vidro incolor, com tampa plástica e esterilizados, colocá-lo imediatamente em um congelador ou freezer, no qual pode permanecer por até 15 dias.

O leite colhido passa por um processo que envolve análise, pasteurização e controle de qualidade antes de ser fornecido aos bebês internados nas unidades neonatais. Para que um bebê receba leite, é necessário estar internado em uma unidade neonatal e ter prescrição médica.

Mylena Lira