21 junho 2023 em Urbanismo
Projeto, que passou este mês na Câmara, propõe urbanização de áreas do Ceagesp e do Parque Villa-Lobos
A Vila Leopoldina é conhecida por, além de abrigar a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), seus galpões de antigas indústrias da cidade. Muitos desses galpões hoje em dia, porém, estão sem uso.
Uma dessas áreas desocupadas será destinada ao Projeto de Intervenção Urbana Vila Leopoldina (PL 428/2019).
O PIU foi aprovado definitivamente com 48 votos Favoráveis no último dia 7 de junho na Câmara de Vereadores, após uma discussão de 7 anos.
Entre os principais objetivos do PIU Vila Leopoldina, está o incentivo de Construções de Habitação de Interesse Social para 835 famílias. O esvaziamento dessas antigas áreas industriais era uma preocupação do arquiteto e urbanista Philip Yang, fundador do Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole, que trabalhou no desenvolvimento desse PIU.
“São Paulo é uma cidade que se desindustrializou, deixando muitas áreas industriais ociosas com potencial urbano e imobiliário extraordinário. As decisões sobre o futuro desses espaços determinarão o futuro da cidade”, explica Yang em entrevista ao Expresso Bairros.
Previsto no plano diretor aprovado em 2014, o PIU é instrumento que permite a instituições privadas manifestar interesse em realizações de intervenções urbanísticas para transformar locais da cidade buscando atender ao interesse
público.
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O projeto destinado ao PIU Vila Leopoldina propõe a urbanização de uma área de 300 mil metros quadrados, entre elas o Ceagesp e o Parque Villa-Lobos, onde havia antes indústrias, em sua maioria do grupo Votorantim, e terrenos públicos.
O projeto, idealizado pela Votorantim, SDI, BVEP e URBEM, visa à verticalização da região, com a construção de prédios para diferentes faixas de renda, abertura de vias, implantação de comércios, serviços e equipamentos públicos ao longo de 15 a 20 anos. Além dos prédios comerciais, o principal destaque da proposta é a construção de habitações de interesse social para famílias que residem nas comunidades da Linha e do Nove, juntamente com o retrofit do Cingapura Madeirite.
O investimento privado previsto é de R$ 200 milhões. A contrapartida do governo municipal é a ampliação do limite de área construída, que pode variar de um mínimo de 203 mil m² a um máximo de 500 mil m².
Diferentemente de outros PIUs em discussão na cidade, o da Vila Leopoldina se distingue por abranger uma área menor. Para efeito de comparação, o PIU Setor Central, no centro da cidade, engloba uma área de 2.098 hectares, quase 70 vezes maior que a da Vila Leopoldina.
O projeto agora seguirá para a fase de leilões, na qual será escolhido o agente da iniciativa privada responsável por executar as obras.
“Além do desenvolvimento imobiliário, o PIU promove melhorias urbanas no bairro, como o assentamento das famílias que atualmente vivem em condições precárias, o desenho de ruas com calçadas mais largas e amigáveis, o surgimento
de novos estabelecimentos comerciais e espaços corporativos. A diversidade de pessoas de diferentes classes sociais convivendo em um mesmo bairro é algo extremamente saudável para a sociedade”, conclui.
Karina Sérgio Gomes