28 julho 2023 em Saúde

Expresso SP acompanhou, mês a mês, a trajetória da gestante pela iniciativa da Prefeitura de São Paulo

No último mês de gestação, em junho, as consultas de Graciete Maria da Silva no programa Mãe Paulistana passaram de quinzenais a semanais. A pernambucana de 41 anos já sentia as dores que caracterizam a proximidade do parto e sua caçula, Ana Clara, poderia vir ao mundo a qualquer momento. No dia 6 de julho, a família correu para o hospital e, no mesmo dia, já pôde dar as boas-vindas à mais nova integrante.

Ana Clara nasceu com 50 centímetros, pesando 3,048 quilos. “Ela é boazinha, não chora muito não”, conta a mãe. As duas são acompanhadas pela reportagem do Estadão Expresso São Paulo desde seu ingresso no programa municipal. Graciete passou pela primeira consulta de pré-natal em dezembro do ano passado e realizou o acompanhamento na UBS Jova Rural, no Jaçanã, zona norte da Capital.

Cerca de 65 mil consultas de pré-natal são realizadas a cada mês na cidade de São Paulo pelo Mãe Paulistana, que atende cerca de 51 mil gestantes. O programa está presente nas 470 UBSs da cidade, além de 23 Ambulatórios de Especialidades, 16 maternidades e duas casas de parto.

Gravidez saudável e parto seguro

O pré-natal busca garantir uma gravidez mais saudável, um parto seguro e esclarecer as dúvidas que possam surgir no período. Para Graciete, que já tinha quatro filhos, o acompanhamento não foi novidade, mas ela considera que foi bem assistida e orientada durante toda a gestação de Ana Clara.

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Desde a segunda consulta, já foi possível ouvir os batimentos cardíacos do bebê e, na terceira consulta, ela recebeu orientações médicas para evitar ao máximo fazer esforços, já que havia apresentado sangramentos ao longo dos primeiros meses.

Apenas no sexto mês foi possível ver, no exame de ultrassonografia, que a família acolheria sua segunda menina, como torciam a mãe e sua filha mais velha, Jacqueline. O nome foi rapidamente escolhido, e o chá de bebê providenciado.

Durante o pré-natal, foram prescritos exames para investigar uma possível infecção urinária e um quadro leve de anemia foi identificado e tratado. Apesar de ser considerada uma gestação de risco, como ocorre quando a mãe tem mais de 36 anos, a evolução ocorreu conforme o esperado pela equipe médica.

Como acessar o Mãe Paulistana

Para ingressar no programa Mãe Paulistana, a mulher que suspeita estar grávida deve procurar a UBS mais próxima e fazer o teste de gravidez. Para ser atendida, é preciso apresentar o cartão SUS, RG e comprovante de residência. O exame feito na UBS confirmou a gravidez de Graciete na décima primeira semana de gestação.

Em seguida, ela realizou testes rápidos para sífilis, HIV e hepatite e já começou a fazer parte do programa Mãe Paulistana. Ao longo do pré-natal, as gestantes recebem vacinas contra doenças como difteria, tétano, coqueluche, hepatite e influenza e passam por pelo menos seis consultas — mensais até a 32ª semana, quinzenais até a 36ª semana e em intervalos menores a partir daí, de acordo com avaliação médica.

A futura mãe também pode contar com transporte gratuito para se locomover até as consultas e exames, garantido pelo Bilhete Único Mãe Paulistana, e, em caso de gravidez de risco, tem à disposição uma central telefônica no Mãe Paulistana Digital e atendimento especializado no aplicativo e-saúdeSP.

Nos recém-nascidos, além do teste do pezinho ampliado, que detecta 50 doenças metabólicas, genéticas ou endócrinas de forma precoce, é realizada a Triagem Auditiva Universal, importante no diagnóstico da surdez ou déficit auditivo precoce, e o teste do reflexo vermelho universal, que detecta doenças oculares, com encaminhamento para centros de tratamento sempre que necessário.

O acompanhamento não termina na hora do parto: além de receber um kit enxoval e realizar o teste do pezinho ampliado, a criança tem automaticamente direito a uma vaga na creche e transporte gratuito para as consultas na UBS no primeiro ano de vida.