30 outubro 2023 em Educação

Proposta do projeto é incentivar a reciclagem e a destinação correta do lixo usando a música como mensagem

Talvez seja difícil imaginar o potencial musical de um pote de sorvete, uma lata de milho ou uma garrafa de refrigerante. O projeto Orquestra de Sucata mostra que é possível tirar sons de itens geralmente jogados no lixo.

Fazendo apresentações musicais em escolas municipais com instrumentos feitos com materiais reciclados, a banda conscientiza os estudantes sobre a importância da reciclagem e da destinação correta dos resíduos.

“O nosso principal objetivo é despertar de forma lúdica e cultural o interesse das pessoas pela sustentabilidade em uma aula-show”, explica Jozene Noal de Oliveira, uma das diretoras da Orquestra de Sucata.

Eles estimam que já impactaram 275 mil pessoas em 534 espetáculos realizados. Só nas escolas municipais de São Paulo, em 2023, foram 34 apresentações. Nos dias 31 de outubro e 16 e 25 de novembro, acontecem os últimos shows do ano, respectivamente nos CEUs Jaguaré, Vila Atlântida e Caminho do Mar.

No repertório, eles apresentam músicas autorais misturadas com outras já conhecidas, que vão desde composições clássicas como as do compositor italiano Antonio Lucio Vivaldi, até as batidas pop da funkeira Ludmilla. “A gente faz adaptações no repertório dependendo da idade da turma”, diz Jozene.

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Origem na necessidade

O projeto nasceu de uma necessidade da professora Rosa Alice Casaes em 2014. Ao ser contratada para lecionar música em uma escola pública em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, viu-se em um impasse: os alunos não tinham acesso a instrumentos. Para as aulas, além de música, ela precisava ensiná-los a fazer instrumentos de sopro, percussão ou corda.

Hoje, a Orquestra conta com uma equipe de 16 pessoas e roda o país dando oficinas de confecção de instrumentos com materiais recicláveis e fazendo apresentações, principalmente em escolas.

Todos os instrumentos tocados pela orquestra foram feitos com materiais reciclados. O piano foi montado com garrafas de vidro e água; os pratos da bateria, com frigideiras antigas; o baixo, com um carrinho de mão; e a guitarra, com um galão de óleo.

“Cada material tem um som único, o galão de plástico, o pedaço de zinco. Não há dificuldade em fazer música a partir do que a gente encontra. Mas é imprescindível usar a criatividade para reciclar, reaproveitar e fazer música,” conclui Alice.