23 janeiro 2024 em Desenvolvimento Econômico

Programa da Prefeitura de São Paulo tem 1,1 mil credenciados; veja como participar

Instituído em 2015, o programa São Paulo Afroempreendedor ganhou impulso no ano passado. Atualmente conta com 1,1 mil participantes, sendo 910 credenciados no segundo semestre de 2023, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Smdet).

A iniciativa busca desenvolver estratégias e ações voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo negro e de grupos e comunidades tradicionais de matrizes africanas na cidade de São Paulo nos segmentos cultural, artístico, turístico, estético e identitário, possibilitando a troca de experiências.

O SP Afroempreendedor realiza feiras e eventos de comercialização e exposição de produtos e serviços e participa de parcerias que estimulam a geração de renda e o acesso ao mercado de afroempreendedores. Entre 2019 e 2023, foram realizadas 59 ações por meio do programa, informou a Smdet.

Podem se inscrever empreendedores formais e informais, pequenos e microempresários que se declaram negros ou de grupos e comunidades tradicionais de matrizes africanas, comunidades quilombolas, tradicionais e de terreiros. Para isso, é necessário preencher o formulário de inscrição.

Conheça a história de três negócios credenciados no SP Afroempreendedor:

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Ana Santiago Moda Afro

 

A empresária Ana Paula Santiago, de 42 anos, não imaginava que a publicação de uma bolsa customizada por ela em uma rede social renderia pedidos de compra. Foi assim que começou a história da Ana Santiago Moda Afro, em 2014.

Além de bolsas, a cartela de venda do negócio inclui mochilas, carteiras e maletas, com foco na valorização da mulher negra. Ana conta que customizava cadernos, agendas e camisetas desde a adolescência porque não se via representada nesses produtos.

“A escola, muitas vezes, é hostil para pessoas negras. Eu me sentia muito sozinha e, por isso, enchia o meu caderno de colagem com artistas negros. Aquele caderno me fazia companhia”, conta.

Para a empresária, ter se credenciado no SP Afroempreendedor possibilitou a participação em eventos e capacitações voltadas ao marketing e finanças. “Essa experiência ajudou na organização, principalmente na precificação.”

@estadao

CONTEÚDO FEITO EM PARCERIA com a @Cidade de São Paulo Instituído em 2015, o programa São Paulo Afroempreendedor ganhou impulso no ano passado. Atualmente conta com 1,1 mil participantes, sendo 910 credenciados no segundo semestre de 2023, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Smdet). Veja como participar https://bit.ly/42XG5q #sp #oxum #ood

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Mr.BRIBRI

 

O confeiteiro Leandro Garcia saiu de Vargem Grande Paulista para iniciar um novo negócio na capital após o fim de uma sociedade comercial, em 2015. Daí surgiu a ideia de vender bombinhas de chocolate em uma food bike.

Além de bombinhas, hoje a Mr.BRIBRI comercializa milk shake e sundae. Este ano a empresa vai focar apenas em atender a demandas de eventos. Segundo Garcia, a medida evita prejuízo, tendo em vista a validade curta dos produtos.

Ano passado, o confeiteiro se credenciou no programa São Paulo Afroempreendedor. Pela iniciativa, ele diz ter conhecido não só as questões burocráticas da atividade, mas também ter se conectado com outros empreendedores negros.

Para ele, a experiência no programa o ajudou a desenvolver uma consciência racial. Hoje, ele leva em consideração o critério de diversidade racial, sexual e de gênero para contratação de profissionais.

 

100%NEGRO

 

O designer gráfico Wigor Pereira, de 39 anos, iniciou em 2018 o empreendimento de moda, vestuário e acessórios “100%NEGRO”. O nome da marca é inspirado em uma camiseta que ele ganhou da tia, em 2015, com a mesma expressão estampada.

“Há 15 anos, nós não nos víamos representados em campanhas de moda, por exemplo”, afirma. ”Esse se tornou o propósito da 100%NEGRO: fazer as pessoas pretas entenderem que existe uma marca que dialoga e se identifica com elas”, complementa.

Hoje, o trabalho de Wigor é desenvolver o layout de peças como camisetas, vestidos e batas. A produção é terceirizada para profissionais da periferia e leva em conta critérios de diversidade.

O designer gráfico apresentou a marca na 3ª Expo Internacional Dia da Consciência Negra por intermédio da iniciativa da Prefeitura para os afroempreendedores. Ele conta ainda que as vendas aumentaram 35% em novembro e que recebeu vários retornos positivos dos visitantes da Expo.