30 abril 2025 em Infraestrutura E Obras
SP aplica R$ 8,4 bi em obras, serviços e manutenções no sistema de drenagem desde 2021 — aumento de 96% em relação aos 8 anos anteriores
Levantamento elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou queda de cerca de 20% nos pontos de alagamento em 42 distritos da capital e redução pela metade no tempo de duração das ocorrências durante a temporada 2023/2024.
Os resultados refletem o investimento recorde da gestão municipal na área. Entre 2021 e 2024, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) destinou R$ 8,4 bilhões para obras, serviços e manutenção do sistema de drenagem urbana — um crescimento de 96% em relação aos oito anos anteriores. No período, foram entregues sete novos reservatórios (sendo cinco piscinões) e outros nove seguem em obras.
Esses reservatórios estão em diferentes bacias da cidade, incluindo o Ribeirão Perus, Morro do S, Córrego Antonico, Jardim Lapenna, Carumbé, Mooca, Córrego Paraguai-Éguas e Córrego Zavuvus. Outras 83 obras de menor porte foram realizadas pelas subprefeituras, como reformas de galerias, implantação de jardins de chuva e manutenção preventiva.
Além do trabalho da FGV, estudo da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), da USP, confirma que a cidade registrou entre 2023 e 2024 a menor relação entre volume de chuva e número de alagamentos desde o início da série histórica.
Mais investimentos
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Quero receber!Em julho de 2024, a Prefeitura atualizou o Plano Diretor de Drenagem, que prevê 97 obras estruturantes, com investimentos de R$ 8,7 bilhões, além da intervenção em 53 mil metros de rios e córregos em 33 bacias hidrográficas.
As intervenções são baseadas em estudos técnicos e estratégicos elaborados em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica da USP. Os documentos avaliam riscos, propõem soluções e integram medidas estruturais, como túneis, galerias e reservatórios, a alternativas baseadas na natureza, como praças de infiltração, poços, pisos permeáveis e parques lineares.
Entre as soluções já adotadas estão reservatórios com função social, como o do córrego Paciência, que abriga um campo de futebol e um centro comunitário, e os reservatórios do córrego do Cordeiro, construídos sob praças públicas. Outros exemplos são a Praça de Infiltração da avenida Nove de Julho e os reservatórios do Ribeirão Perus, na Zona Norte.
A Prefeitura também vem atuando em áreas de risco. Até abril de 2025, 91 obras foram concluídas e outras 19 estão em andamento. Desde 2024, a cidade conta com o Plano Municipal de Redução de Risco, uma ação intersecretarial que se aplica a todas as áreas do município.
Obra inovadora
Obra na Brasilândia – Foto: Divulgação/Prefeitura SP
A Prefeitura iniciou na Brasilândia (Zona Norte) a implantação de uma solução inédita contra enchentes: galerias pluviais com capacidade de reservar água da chuva. A obra, prevista para o primeiro semestre de 2026, vai beneficiar mais de 243 mil pessoas e receberá R$ 56,2 milhões em investimentos.
As duas galerias estão sendo construídas sob a avenida Manoel Bolívar, com 350 metros de extensão, oito de profundidade e capacidade para reter até 9,2 milhões de litros. O sistema foi projetado para evitar desapropriações e reduzir impactos no trânsito.
Após as chuvas, a água será liberada de forma gradual, evitando transbordamentos nos córregos Carumbé e Bananal. A intervenção inclui ainda nova pavimentação, bocas de lobo e poços de visita. O projeto, elaborado em parceria com a USP, integra o Plano Diretor de Drenagem da cidade.