A virada do ano na Bahia e em Minas Gerais foi marcada por chuvas devastadoras que não pararam nos primeiros dias de janeiro. Até o momento, o saldo das enxurradas inclui ao menos 48 mortos, 30 mil desabrigados e 86 mil desalojados. Em ambos os estados, cerca de 300 municípios decretaram estado de emergência. Estima-se que milhões de pessoas tenham sido afetadas.
A tristeza, infelizmente, virou cotidiana. São imagens diárias de famílias ilhadas e bairros submersos, carros boiando e moradores carregando os poucos pertences que conseguiram resgatar em caixas de isopor. A dor é imensa e revoltante, tanto por ser previsível como por ser um vislumbre do futuro.
Afinal, as populações afetadas pelos desastres climáticos — ontem, hoje e amanhã — são justamente as com menos condições de se reerguer. São catástrofes distribuídas de forma desigual e sofridas a nível local, nas quais vamos precisar ajudar uns aos outros.
Em dezembro passado, Ana Paula, nossa diretora de Gente e Gestão, fez uma reflexão neste espaço sobre as limitações do trabalho voluntário. “Muitas vezes”, ela escreveu, “a situação é tão dura que o nosso esforço é desviado das pautas propositivas e direcionado à tentativa de mitigar os danos causados. Nunca temos a certeza de que vamos chegar ao final do ano melhores do que começamos.”
Nesse sentido, a situação na Bahia e em Minas é exemplar: o estrago está feito, e nada nos levará de volta à estabilidade aparente de um mês atrás. O que nos resta, então? A mitigação, a redução de danos — trabalhar, dentro de nossa capacidade, para diminuir o sofrimento de quem foi afetado.
Por isso, assim que despontaram as primeiras notícias sobre o estrago causado pelas chuvas na Bahia e em Minas Gerais, a Gerando Falcões criou o #tamojunto, voltado para a arrecadação de recursos para ajudar os afetados. Inicialmente, a intenção era mobilizar as ações nesses dois estados. Contudo, infelizmente, as chuvas intensas têm impactado outras regiões e, diante desse triste fato, estendemos a campanha para Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e Pará.
Até o momento, arrecadamos mais de R$ 2 milhões, doados por pessoas físicas e empresas, que serão distribuídos nos seis estados para comprar roupas, kits de higiene, alimentação e infraestrutura. No total, 20 ONGs, nossas parceiras, estão coordenando essa distribuição e prestando serviços em dezenas de cidades atingidas pelo colapso social.
Também direcionamos para as regiões afetadas cerca de 21 mil itens doados pelo bazar e quase 2 mil cestas básicas. Nas nossas redes sociais, recriamos a campanha #Cestou, para dar visibilidade à importância de se mobilizar nesse momento.
Se você, leitor, também quiser ajudar, é possível fazer doações às vítimas das chuvas por meio do nosso site ou pelo Pix (a chave é o CNPJ 18.463.148/0001-28). Trata-se de uma campanha em construção constante.
Queremos ajudar onde pudermos.