Para alcançar boa parte dos desejos de um novo ano é preciso ter dinheiro. Mas isso não é suficiente. Se o orçamento for limitado e estiver comprometido com contas fixas e dívidas, muitas pessoas abrem mão de metas pessoais, adiam sonhos e deixam para depois, também, a organização da vida financeira. Melhorar a relação com o dinheiro, por sua vez, é o que ajuda a realizar sonhos.
Sobre isso conversamos com as especialistas Janina Jacino, que é educadora financeira comportamental, especialista em Neurociência da Aprendizagem e idealizadora da empresa Finanças sem Fronteira, e Nathalia Arcuri, fundadora do canal de educação financeira MePoupe!, que produz conteúdos e cursos sobre poupar e investir.
Na avaliação de Janina, antes de mais nada é preciso criar o hábito de fazer anotações de tudo que entra e tudo que sai, identificar os supérfluos e obedecer ao orçamento realista. “Partindo dessas orientações, é possível encontrar um pouco mais de conforto financeiro e se distanciar das dívidas”, afirma.
SETE DICAS PARA SE (RE)ORGANIZAR
- Perceba seu comportamento em relação ao dinheiro e identifique sua realidade com um diagnóstico financeiro real, honesto e meticuloso
- Verifique os extratos bancários e anote todas as suas despesas: aluguel, água, luz, gás, condomínio. Se precisar, considere quanto gastou no último mês para contas que nem sempre chegam no mesmo valor. Lembre-se também de anotar o total a ser pago na próxima fatura do cartão de crédito
- Veja quanto tem no banco ou na carteira (para algumas pessoas isso pode dar medo, mas é importante)
- Faça um levantamento, agora, de tudo o que é essencial e pode variar de preço. Exemplos: alimentação, saúde, lazer. Faça uma projeção para cada uma das categorias (considere o último mês como base)
- Ao somar tudo, você terá o valor ideal que você deveria receber para viver. É hora de mapear os gastos fixos que podem ser negociados ou reduzidos
- Ao tomar consciência de seus gastos e de seu comportamento financeiro, evite novas dívidas, siga as anotações feitas em planilha e as regras de limitação de gastos e despesas
- Na sequência, comece a fazer uma reserva de emergência para imprevistos futuros
FRASES
JANINA JACINO
Educadora financeira comportamental, especialista em Neurociência da Aprendizagem e Idealizadora da empresa Finanças sem Fronteira
Ganhar pouco ou ganhar muito não é o que cria o endividamento das pessoas. Na realidade, por falta de educação financeira comportamental, [que] não é cultural em nosso país, principalmente nas periferias, as pessoas não fazem qualquer tipo de anotação
Há uma avaliação comportamental desde a idade mais tenra que é muitas vezes onde se identifica a origem de descontrole financeiro, dívidas e outros problemas observados na vida adulta
O ‘cálculo de cabeça’ oferece informações equivocadas e, por vezes, a pessoa não sabe nem exatamente quanto ganha
NATHALIA ARCURI
Fundadora do canal de educação financeira MePoupe!, que produz conteúdos e cursos sobre poupar e investir
Mesmo que não seja muito dinheiro, devemos olhar para ele, de fato, com um objetivo e não somente mais uma verba sem finalidade
O essencial para organizar a vida financeira é o planejamento para chegar ao final do próximo mês com todos os boletos pagos e sem novas dívidas
Outro passo importante é conseguir poupar dinheiro, optando pelo investimento em vez de guardar. ‘Nem que seja R$1 por mês’
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