Segundo usuárias e servidores, o Grupo Técnico de Humanização criado no Pérola Byington está desaparecendo na mudança para o novo endereço
Pacientes e funcionários estão preocupados com as mudanças envolvendo o Hospital da Mulher, inaugurado em setembro na avenida Rio Branco, região da cracolândia, no centro da capital paulista. A humanização na assistência à saúde, segundo quem usa o hospital, está sendo (ou já foi) descontinuada. Duas servidoras públicas ouvidas pela reportagem, e que pediram para não ser identificadas, disseram que já houve a confirmação do fim do Grupo Técnico de Humanização dentro do hospital e as funcionárias estão se despedindo aos poucos das pacientes.
O Expresso na Perifa acompanhou por 20 dias um grupo de rede social que reúne pacientes e servidoras públicas do Hospital da Mulher. Usuárias e funcionárias foram entrevistadas. Além disso, para coletar mais informações e entender as mudanças, a reportagem ouviu as instituições que administram a nova unidade.
Com 550 metros quadrados, a unidade do Hospital da Mulher, na avenida Rio Branco, foi construída para absorver 100% dos atendimentos do Pérola Byington, que fica na Brigadeiro Luis Antônio e está sendo transferido para o novo endereço. O objetivo é fortalecer a instituição como centro de referência no atendimento a mulheres com câncer e vítimas de violência sexual ou doméstica na América Latina.
Há mudanças importantes na administração. Se antes a instituição esteve sob a gestão direta do poder público, agora o hospital é administrado por uma Parceria Público Privada (PPP) e gerenciado em duas frentes: pelo Serviço Social da Construção Civil de São Paulo (Seconci-SP), que é uma Organização Social de Saúde (OSS), e a Inova, uma empresa privada.
Isso significa que a administração foi dividida em duas áreas, as chamadas “bata cinza” e “bata branca”. A primeira fica a cargo da Inova, responsável pela estrutura física do hospital, que envolve setores administrativos, de limpeza e de segurança. É atribuição do Seconci, portanto, a gestão hospitalar e do atendimento médico (a “bata branca”).
A nova unidade foi instalada em área cedida pela Prefeitura de São Paulo. De acordo com a gestão municipal, o hospital irá “ofertar cerca de 184,3 mil procedimentos ao ano, incluindo atendimentos ambulatoriais, internação e sessões de quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia e ampliará a quantidade de leitos para 172, sendo 10 de UTI e 60 de enfermaria”.
Afinal o que está acontecendo com o atendimento humanizado no Hospital da Mulher? — O Grupo Técnico de Humanização (GTH), no Hospital Pérola Byington da Brigadeiro, consolidou-se como referência no cuidado a pacientes oncológicas. Sua continuidade, no entanto, tem despertado dúvidas no processo de transferência de atendimento para o Hospital da Mulher.
Formado por funcionárias e voluntários, a função do GTH é promover ações de autoestima e apoio a pacientes, a exemplo de aulas de dança, o popular Desfile da Primavera, a aplicação de reiki, a apresentação de mágicos e palhaços e a doação de itens, como lenços. Foi criado, por exemplo, um “cantinho da beleza”, onde pacientes recebem maquiagem e esmaltação das unhas, e o “cantinho da Rapunzel”, que incentiva a doação de cabelos, faz a coleta e confecciona perucas para presentear pacientes oncológicas.
Além dos “cantinhos”, as voluntárias estão em diferentes setores, como na sala de quimioterapia, oferecendo chá, café ou um simples abraço para estimular o tratamento.Psico-oncologista, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz afirma que o serviço de humanização melhora a qualidade de vida, o bem-estar e impacta na saúde emocional das pacientes. “A humanização é a base de qualquer cuidado que queremos oferecer. É o que permite e prioriza o olho no olho, um abraço apertado e mais: que escuta e incorpora o que importa para o paciente”, diz Luciana.
O que dizem as pacientes que conhecem o atendimento do Pérola Byington? — Diagnosticada aos 59 anos com câncer no ovário, Shirley Brandino tem presente na memória as ações do grupo de humanização quando iniciou seu tratamento no Pérola Byington há sete anos. Hoje, aos 66 anos, em tratamento de câncer pela segunda vez, Shirley destaca a importância da humanização no equilíbrio emocional e na autoestima. “Você está careca, sem sobrancelhas, sem cílios, está desconfigurada para certas pessoas. E ter a oportunidade de ser acolhida no hospital, de colocar cílios postiços ou fazer uma sobrancelha de hena aumenta a nossa autoestima. Um estímulo desse levanta e dá expectativa de vida a quem está arrasada psicologicamente. O tratamento partindo do psicológico potencializa a cura.”
Para Erika Casarini, a descoberta de um câncer de mama foi um pouco mais cedo, aos 38 anos. Após seis anos de tratamento, ela também traz boas lembranças do acolhimento que teve no Pérola Byington. “As pessoas do grupo de humanização têm um coração gigante. Elas organizam desfiles em parcerias com faculdades, dão cursos. Eu ganhei uma peruca no hospital. Esse cantinho é muito importante, ainda mais pelas fases que passamos de perder o cabelo, com a autoestima lá embaixo. Esse cantinho é o que leva as mulheres a ter força para continuar lutando e saber que logo estarão boas.”
Shirley, assim como Erika, defende a continuidade e a ampliação do Grupo Técnico de Humanização no novo hospital. “Primeiro, não admito que falem mal do SUS [Sistema Único de Saúde]. Tive um atendimento completo e humanizado lá. Você não é só uma paciente, é um ser humano que precisa de carinho, de atenção. E além de você, toda a sua família está fragilizada. Queremos transparência para saber se o grupo de humanização continua.”
Paciente há sete anos, Maria Rodrigues soube do diagnóstico do câncer de mama em 2015. Aos 60 anos de idade, formada em Psicologia, mestre em Saúde Coletiva e com uma experiência de 35 anos em políticas públicas, vive agora a transição dos atendimentos entre um hospital e outro. Maria traz como recordação o 1º andar do prédio do hospital Pérola Byington, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na Bela Vista, onde acontecem as consultas com os mastologistas antes das cirurgias.
“As paredes têm quadros com frases de superação e fotos de mulheres que passaram pelo câncer. No local, um banner explica o passo a passo, da hora que você chega lá até o que pode acontecer com você, dependendo de como for sua lesão. Algumas frases pintadas na parede não são só frases de positividade, mas nos remetem para a possibilidade de cura. É um lugar de acolhimento”, afirma.
Segundo Maria, o hospital localizado na avenida Rio Branco não transmite acolhimento. “As paredes do novo hospital estão vazias. É um salão imenso de cor bege com um monte de cadeiras. Nada lá nos remete a um lugar acolhedor como o que temos ainda na Brigadeiro. Não é mera decoração. É um processo de humanização que se coloca de várias formas, não só no atendimento de funcionários e voluntários, mas no ambiente. Tínhamos um espaço onde as mulheres se reconheciam em sua dignidade”, lamenta.
O que muda com a parceria público-privada? — Aos relatos das pacientes Shirley, Erika e Maria se somam reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), que sinaliza preocupação com as alterações dentro da nova unidade e com a transparência de informações durante as mudanças.
“Temos feito protestos na frente do hospital, ouvimos as pacientes e os trabalhadores no local de trabalho. Hoje existe uma atuação importante no sentido de humanizar o atendimento, mas isso pode mudar. Nessa PPP, o espaço físico fica com a Inova, que também cuida das lojas que serão colocadas lá para comercialização”, relata o dirigente sindical Paulo Antônio Marques de Moura, funcionário do Pérola Byington. Dois cafés já começaram a funcionar dentro do prédio do Hospital da Mulher e, ainda segundo Moura, outros pontos comerciais serão alugados em breve. “Essas lojas vendem produtos com preços inacessíveis a pacientes de baixa renda. Muitas vezes, elas não têm dinheiro nem para um café vendido na parte de fora por R$ 3 por uma ambulante”, afirma. “Existem ONGs que atuam no Pérola Byington e fazem doações de cabelo e de lenços. Estamos acompanhando pessoalmente a transição e temos ouvido até mesmo sobre o aluguel de uma loja para vender perucas às pacientes. Perucas que hoje são produzidas por voluntários e doadas a pacientes pobres. Imagina ter que cobrar por isso.”
O Hospital da Mulher só atende pelo SUS. Na avaliação de Moura, como o SUS segue uma linha de pensamento na qual a saúde é vista como direito de todos, é preciso ter cuidado para que a parceria público-privada não comprometa a atuação alinhada à Política Nacional de Humanização criada no Brasil em 2003. “Mesmo com o serviço ainda acessível à população, gratuito, é importante lembrar que a PPP passa a ter gerência de empresa privada e o direito previsto pelo SUS terá também a interferência de uma lógica liberal, voltada ao lucro. E o atendimento humanizado corre risco”, pontua.
Moura defende um olhar humanizado que leve em consideração o perfil econômico e social das pacientes. “Não faz sentido, por exemplo, o fim de um grupo de humanização que tem dado certo e o encerramento de atividades de ONGs que doam perucas, lenços e bolsas de tecidos customizadas para as pacientes colocarem as bolsas de colostomia para não ficarem à mostra. São doações feitas para mulheres que em sua maioria são de baixa renda e moradoras de periferias.”
O QUE DIZ A INOVA SAÚDE
Sobre a parte de infraestrutura e comercialização, a Inova Saúde afirma que foram realizadas pesquisas internas baseadas em demandas e necessidades das pacientes oncológicas que são atendidas pelo novo Hospital da Mulher. “A Inova Saúde irá implantar, dentre outros, comércio de artigos dedicados exclusivamente para a qualidade de vida de pacientes oncológicos, com a oferta de produtos como perucas e lenços no casarão, ao lado do novo prédio do Hospital.”
O QUE DIZ A SECONCI-SP
Em relação à continuidade dos trabalhos, a OSS afirma que o “Grupo Técnico de Trabalho tem sua existência prevista no novo Contrato entre Secretaria da Saúde e Seconci-SP.”
→A informação foi checada pela reportagem no Portal da Transparência da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, no contrato de gestão nº 13285, de 2022. No documento, não foi encontrada nenhuma anotação específica sobre o Grupo Técnico de Humanização, nem atividade similar entre as obrigações assumidas pela OSS referentes ao atendimento ambulatorial.
A reportagem perguntou sobre as principais ações realizadas pela equipe do Grupo Técnico de Humanização no acolhimento a mulheres ao longo dos últimos anos. “Não sabemos. Esta e outras questões estão no Pérola e não sabemos”, respondeu a OSS que passou a fazer as gestões médica e hospitalar na nova unidade.
Também foi perguntado se haverá o encerramento de atividades envolvendo ONGs e voluntários na nova unidade. “Essa informação não se aplica. O próprio Seconci-SP tem parcerias com entidades diversas através do Iepac [Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana].”.
→O Iepac é uma organização criada pela própria Seconci-SP em 2007. Até a finalização da matéria não tivemos resposta sobre o nome das entidades parceiras.
Triste demais essa realidade que está acontecendo com a humanização do hospital, quem está fazendo isso não tem idéia do mal que está fazendo com as pacientes, obrigada Vanessa por toda sua atenção! Sua matéria foi ótima!
Lamento muito tudo isso são 26 de dedicação e não só eu como muitos colegas da enfermagem e médicos e outras classificações então resta aqui minha jornada de dedicação a esse hospital que tanto admirei e amei trabalhar agora pesso minha transferência a outro lugar. É só as lembranças de tudo ficará na minha memória.
Que desrespeito com as mulheres. Descobri o câncer aos 49 anos sozinha sem saber como lidar com isso. Fui acolhida pelo setor da humanização onde recebi um tratamento diferenciado com ; rena lenços,maquiagem sem contar o convite para desfilar na primavera me senti em casa
Parecia um patinho feio sem pelos pelo corpo careca e o pior mutilada, o pessoal da humanização me deu todo o apoio que eu precisava. E agora como será,? Os novos administradores dizem não saber de nada!!!! Sem contar que também tiraram a farmácia. Não precisamos de um hospital bonito, e sim de um atendimento de qualidade , de informações com cartazes sobre as etapas do tratamento, de remédios de acolhimento humano. Aqui deixo um relato de insatisfação sobre a nova gestão do hospital falta de respeito com as mulheres e seus familiares num momento de grande sofrimento e dor.
Parabenizo a jornalista Vanessa Ramos e o Estadão pela qualidade dessa reportagem, que joga luzes num problema absurdo que está infelizmente acontecendo no centro de referência que sempre foi o hospital Pérola Bygton. Cada vez mais, o público bem sendo substituído por instâncias privadas de colaboração, que muito mais atrapalham a que propiciam melhoras efetivas no serviço público
Bom, quando teve a mobilização em frente ao antigo Pérola, no qual foram convidados pacientes, moradores e trabalhadores da unidade para apoiarem o ato contra o desmonte da saúde, não houve um retorno eficaz.
Para a privatização já não era mais possível, mas uma linha de negociação talvez fosse aberta.
Hoje todos sofrem com as mudanças.
Absurdo, as pacientes desse serviço devem ser atendidas em uma verdadeira corrida contra o tempo, câncer, avs (atendimento a violência sexual) e reprodução humana. São atendimentos com prazo (quanto antes melhor), adiar cirurgia, aborto legal, entrega de medicamentos no próprio hospital, Tratamento de QMT. desumano, precarização de um serviço essencial para pacientes tão debilitadas, antes da OSS tudo funcionava muito, um atendimento de excelência humanizado, do Jeito que está é lamentável.
Essa é a realidade das terceirizações. Serviços precarizados e falta de compromisso com a população.
É realmente triste que toda a história do Pérola seja jogada na lata do lixo por essa OS que de social não tem nada.
Olá, tínhamos uma unidade pública funcionando plenamente apesar de sucateada pelo PSDB”osta, com os heróis que faziam parte de sua máquina, estão privatizaram agora a pergunta,, uma unidade que estava nítida sua performance maxima, quem está por traz desta privatização, a benefício de quem, estão economizando verbas públicas, ou favorecendo alguém, tem que haver uma investigação profunda a respeito!
Embora extremamente triste, é importantíssimo, necessário e impecável este tipo de divulgação. Este tipo de matéria além de trazer reflexão, aponta para onde não temos que ir.
Parabéns!!
É muito complicado para pacientes fragilizados, assim como seus familiares, não poder contar com um departamento de tamanha importância como a Humanização. Assim como a farmácia que existia dentro do hospital Perola Byington. Para os pacientes fragilizados ter condição de pegar seus remédios no dia da consulta, por exemplo, era de grande valia. Muitos deles vêm de outros municípios, se tornando inviável deslocar-se para outro lugar, até hoje desconhecido, para obter remédios que se toma durante a quimioterapia injetável, quimio oral, hormonioterapia e tantos outros que se utiliza durante o tratamento. Precisam reavaliar, com urgência, essa postura administrativa, para que nossa segurança volte.
Sou tia da paciente Erika e pude observar a nítida melhora dela tanto física quanto psicologicamente em virtude do acolhimento humanizado que recebeu. O trabalho de todos os profissionais e voluntários do Perola Byington foi fundamental para a evolução positiva da Erika. Não é possível que a nova administração desconsidere um trabalho tão importante para as pacientes que passam por esse processo doloroso. Que as autoridades competentes tomem providências para a manutenção do atendimento humanizado!!
Desejo que as pessoas olhem com mais respeito, carinho e empatia, um Departamento tão importante como a Humanização não pode acabar dessa forma, pessoas que lutam diariamente pela vida, enfrentam suas dores, encaram os medos e os tratamentos que não são fáceis, merecem um atendimento acolhedor, humano e digno como sempre foi feito! Deixo aqui minha indignação como mulher portadora de CÂNCER.
É muito triste termos conhecimento dessa cruel realidade. As pacientes precisam e merecem ter respeito e dignidade. Estão indo embora sem realizar quioterapia após espera de mais de dez horas sem receber uma bolacha, um tratamento tão delicado. Para quem aquele investimento de milhões? Se não há uma farmácia para elas retirarem seus medicamentos?? E os funcionários? Tratados como números…
Estão se evadindo massa…. O que será dessas mulheres?? Parabéns pela reportagem!!
A qualidade vida dessas mulheres serão drasticamente reduzida por conta da política irresponsável e nefasta do Governo do Estado de São Paulo, mulheres que tinham todo o serviço integrado no antigo prédio agora não terão nada.
E os servidores estão largados a própria sorte descaso total com quem cuida dessas mulheres.
Estou indignada com toda essa situação ,se já não bastasse o assédio moral e perseguição pelos diretores do Perola Biyngton , agora fomos enxotados pra outra instituição Seconci e Inova, que não dão o atendimento necessário para as pacientes, tudo lento e incerto, inclusive falta de estrutura para nós funcionários, indignada com tanto desrespeito às pacientes e com funcionários.
Entra tantas coisas que me deixam triste uma delas e imaginar que o projeto sábado sem barreiras infelizmente poderá não ter continuidade.
Sabemos que mudanças muitas vezes são necessárias, mas quando são mudanças para melhor .
Teremos saudades da família Pérola que construimos.
Tem muitos absurdos acontecendo lá dentro, pacientes indo embora sem terem realizado quimioterapia por causa da demora sem uma atitude da nova gestão para resolver. As mesmas pacientes da quimioterapia passando dez horas ali dentro sem receber uma bolacha. Tratamento tão delicado!! Fora o tratamento desumano que os funcionários vêem recebendo. Isso não pode continuar.Parabens pela reportagem
É muito triste as pacientes não terem nem remédio, muitas não podem comprar, nem os mais baratos, elas estão sem saber o que fazer,precisa é com urgência oferecer remédios como sempre foi feito!esse era o perfil do nosso Pérola byington!certo governador?
Sucateamento dos hospitais públicos. Uma tristeza a forma como os gestores têm tratado a saúde.
É muito triste termos conhecimento dessa cruel realidade. As pacientes precisam e merecem ter respeito e dignidade. Estão indo embora sem realizar quioterapia após espera de mais de dez horas sem receber uma bolacha, um tratamento tão delicado. Para quem aquele investimento de milhões? Se não há uma farmácia para elas retirarem seus medicamentos?? E os funcionários? Tratados como números…
Estão se evadindo massa…. O que será dessas mulheres?? Parabéns pela reportagem!!
Duas pessoas da minha família ja precisaram deste hospital e foram muito bem tratadas, realmente é uma pena o que está acontecendo…
Infelizmente todos estamos sofrendo com essa OS, tanto os pacientes como os funcionários do antigo Pérola , está sendo realmente desumano, uma paciente oncológica aguardar por um atendimento de quimioterapia por mais de 5 horas apenas para entrar na sala de infusão e depois mais 2 ou 3 hs até terminar sua medicação sem ter o que comer e sem condições de comprar nas duas lanchonetes caríssimas que ali se encontram isso é um absurdo, enquanto uma paciente não cair no saguão essa será uma realidade a longo prazo.
Foram 20 anos dedicados aquela instituição que são só tratava mas tb acolhia seus pacientes. Foi um desmonte. Minha maior dor e pela paciente. Quanto aos meus sentimentos ,perdi minha referência, me senti desrespeitada .Noites sem dormir o novo hospital e me pertence ,não consegui me sentir acolhida. Infelizmente pedi transferência e vou começar tudo de novo. Deus abecoes e guarde nossas pacientes
É muito triste saber o rumo que esse hospital está tomando. Mulheres saindo sem fazer quimioterapia após horas de espera, trabalho prestado sem a mínima humanização. Tantos milhões gastos em que? Para quem? Nossas mulheres não teem mais farmácia para retirar seus medicamentos!!! Funcionários saindo em massa , abandonado o barco na mão de estranhos…. Onde serão absorvidas essas pacientes? Parabéns pela reportagem. Sugiro que façam sobre a situação dos trabalhadores por lá…. Nada fácil!! Triste demais
Conheço esse hospital, já passei em consulta lá, o atendimento era maravilhoso. Agora estou muito triste acompanhando as notícias a respeito dessa privatização, principalmente dessa forma desumanizada. Sem falar na região que é suja, insalubre e perigosa para funcionários e principalmente pacientes já com a saúde tão frágil. Esperando que algo seja feito para resolver essa situação tão grave.
É uma tristeza saber que todo o trabalho construído durante anos está se perdendo. A humanização era extremamente importante no Pérola, era suporte para as paciente e tinha grande impacto emocional, na busca de acolhimento e recuperaçãoda auto estima. Todas as pacientes tinham acesso gratuito as perucas, as proteses de mama de tecido, a cursos de maquiagem, suporte espiritual pela capelania, sem ainda mencionar as diversas ações realizadas ao longo do ano…
Não tinha uma estrutura de excelência, o prédio era antigo, os profissionais trabalhavam com pouco recurso, mais o trabalho acontecida da melhor forma, com muito amor e acolhimento para as pacientes e familiares.
Outro ponto, é a situação dos trabalhadores do antigo Pérola, servidores do estado. Como será o trabalho? Será possível solicitar transferência para outras unidades do Estado? A região não oferece segurança para profissionais, nem para pacientes. É um absurdo, ninguém olha pra isso!
Assim, se perde a história do Hospital Pérola Byington… nem seu nome será mantido. É um momento de luto pelo Pérola, pelos profissionais, pelas pacientes.
Absurdo, as pacientes desse serviço devem ser atendidas em uma verdadeira corrida contra o tempo, câncer, avs (atendimento a violência sexual) e reprodução humana. São atendimentos com prazo (quanto antes melhor), adiar cirurgia, aborto legal, entrega de medicamentos no próprio hospital, Tratamento de QMT. desumano, precarização de um serviço essencial para pacientes tão debilitadas, antes da OSS tudo funcionava muito, um atendimento de excelência humanizado, do Jeito que está é lamentável.
Uma transição sem comunicação com os servidores e com as pacientes. Mudar as regras do atendimento retirando a entrega da farmácia ambulatorial que fornecia medicamentos de dor básico até morfina.
É muito injusto!
Não se preocupam com o profissionalismo e sim com números!
Que triste !
O Pérola Byington sempre foi serviço de referência e de excelência tanto no âmbito profissional quanto humanitário. São Paulo perde um dos seus melhores serviços voltado para a saúde da mulher .
Infelizmente a desumanização e a falta de acolhimento não é só um sentimento relatado pelas pacientes mas tbm pelos funcionários que foram obrigados a mudar para o prédio novo .Falo isso como funcionária de lá . Tudo é muito grande , muito magnânimo , muito frio , impessoal . Deixamos nossa alma e nosso coração no Perola verdadeiro da Brigadeiro Luís Antônio e sinto que o que move a seconci é atingir metas de atendimento para lucrarem com o investimento .
Não existe mais farmácia para pacientes retirarem as medicações pq não havia espaço físico ????? Pq não convém ou não é lucrativo ter .
É o fim de uma instituição que vai deixar saudade na memória de quem teve o privilégio de fazer parte ou usar os serviços que lhes foi oferecido . Sinto muito pelas pacientes !
É de grande importância manter esse atendimento humanizado, sou sobrinha de uma paciente que teve acesso e é nítido a diferença no processo de cura.
Estamos fartos de políticas públicas, que desrespeitam, e subtraem cada vez mais da população!
Parabéns Vanessa Ramos e o Estadão por mostrar tal situação que infelizmente está com acontecendo com o hospital Pérola Byington. Um hospital deste porte e com esta referência não deveriam passar por tal situação.
Milhares de mulheres já foram e estão sendo beneficiadas por conta de todos os tipos de tratamento que o hospital oferece.
Espero que as autoridades intervenham nesta situação para que não fique na história!
Ótima matéria, apesar do triste conteúdo! Conheço médicos excelentes do hospital que não recebem o devido reconhecimento no ambiente de trabalho, uma reportagem sobre as relações de trabalho lá também seria interessante!
É inacreditável que tenham acabado com o que estava dando certo! Espero que esta matéria sensibilize as autoridades e entidades que podem solucionar esta questão e que sejam respeitados os pacientes e os profissionais da saúde que tanto se dedicaram para que o local fosse reconhecido como de excelência!
Como cidadã paulistana sempre tive muito orgulho do Hospital Pérola Biyngton pelo trabalho tanto do cuidado físico quanto mental! O grupo de acolhimento é de uma excelência relevante para as mulheres que estão passando por um tempo muito difícil, seja em virtude de câncer como em razão de abuso sexual ou doméstico. Desejo que as autoridades olhem para esse hospital de referência com respeito e humanidade.
Muito triste ver um trabalho de anos realizado com carinho e Humanização ir por água abaixo.
Tenho fé, que tudo venha a melhorar pois do jeito que está, as pacientes só tem a perder.
Câncer não espera, abortamento legal por lei tem prazo.
Que Deus nos Ajude.
Seria interessante uma matéria com as questões da relação do trabalho
Desumanização! Depois de anos oferecendo um tratamento humanizado, e de alto nível, querem mudar , qual motivo?
Seria a nova ordem gerada por esse governo extremista do atual presidente, que cortou a verba para causas das mulheres? Mulheres se atentam a isso, ñ se trará de escolha e sim defender os direitos humanos!
Nós profissionais de saúde não recebemos nada de formalização da mudança… e-mail, ofício nada… tudo acontecendo de forma obscura. Equipamentos caríssimos é desnecessários pra real prática clínica… entrada dos profissionais de saúde pela área mais perigosa… desrespeito, descaso, coisas muito suspeitas acontecendo… inclusive orientações de redução de atendimentos em certas áreas “não lucrativas”, descaso com pesquisas muito importantes e que traziam tecnologia pros pacientes sendo descartadas… por que não dão lucro… não precisamos de computadores caros, precisamos atender bem nossos pacientes, ter salários respeitosos, segurança, ensino e pesquisa. Tudo acontece sem oficialização…
E quem disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Não surpreende que após a “higienização” dos entornos do hospital da mulher na Rio Branco pouco antes do início de suas atividades, nos deparamos com tamanho descaso e desrespeito à pacientes já em tratamento. Ceifar o atendimento humanizado em troca de um projeto comercial e do lucro? Mais uma vez, naquela região, assistimos o descaso. Dessa vez de maneira melindrosa, mas, novamente com a fragilidade humana como combustível. Que bom que, embora o princípio constitucional da dignamente da pessoa humana e o princípio ético da transparência sejam desrespeitados, dia após dia, pelo poder público e nas iniciativas publico-privadas, ainda podemos contar com o jornalismo como ferramenta social, que dá voz a quem jamais seria ouvido se não fosse a denúncia, a preservaçãode fontes, a checagem e os princípios éticos, estes sim, seguidos à risca e com profissionalismo.
Minha solidariedade e apoio às pacientes, funcionários e todos os que estão sendo prejudicados com esse descaso.
Meus parabéns ao time do Estadão por ser ferramenta social e cidadã, é assim que se transforma a sociedade em um lugar menos injusto. Gratidão ao cuidado da jornalista autora dessa reportagem, primeiro por ser uma mulher dando voz às mulheres, e depois pela coragem de expor essa situação.
Afinal, se ceifar a humanização, que é tão essencial para o tratamento de pessoas com câncer, foi uma prioridade dos responsáveis pela gestão do hospital da mulher, certamente eles não estão muito felizes com a exposição desse descaso