A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) divulgou o resultado da análise realizada em amostras de água coletadas na praia de Boa Viagem, no Recife, confirmando a ocorrência de maré vermelha no local. As investigações sobre as condições da água iniciaram após banhistas registrarem manchas no mar. Nesta quinta-feira, 22, o monitoramento da CPRH confirmou o fenômeno.
A “maré vermelha” é um fenômeno natural causado pela proliferação excessiva de algas marinhas, especialmente de espécies tóxicas.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco mais de 300 casos por intoxicação relacionadas a Maré Vermelha foram registradas no Estado em fevereiro. Tamandaré, com concentração de casos, Maracaípe e Ipojuca já tiveram banhistas intoxicados. Ainda de acordo com a Secretaria, em Boa Viagem não foram identificadas ocorrências de saúde que possam envolver o fenômeno.
A CPRH recomenda que a população verifique o odor e cor da água e em caso de anormalidades evite banhos de mar. Isso porque, devido ao movimento das correntes marítimas, a Maré Vermelha pode ter se deslocado para outra área.
Para o Estadão, o professor do Instituto Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ronaldo Christofoletti explicou que a intoxicação, a partir da Maré Vermelha, pode acontecer de diferentes maneiras, seja por via oral, aérea ou pelo contato direto com a água. Entre os principais indicativos de infecção estão:
Problemas Gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais podem estar associados ao consumo de frutos do mar contaminados pelas toxinas;
Irritação Respiratória: a presença de toxinas no ar próximo à costa pode causar irritação nas vias respiratórias, resultando em tosse, falta de ar e desconforto respiratório;
Questões Neurológicas: algumas toxinas presentes na “maré vermelha” têm o potencial de afetar o sistema nervoso, causando tonturas e dores de cabeça.
No início do mês, mais de 300 pessoas buscaram atendimento médico em Alagoas e em Pernambuco devido a sintomas de intoxicação após contato com algas marinhas afetadas pela chamada “maré vermelha”.
De acordo com o informado pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) na oportunidade, a proliferação dessas algas prejudiciais é desencadeada por diversos fatores, incluindo aumento da temperatura, mudanças na salinidade e excesso de nutrientes. Além disso, a presença elevada de carga orgânica vinda de efluentes domésticos (esgoto) pode prolongar a permanência dessas marés na região.