Nesta seção, a comunidade do Expresso na Perifa conta o que tem visto, lido e escutado por aí, fazendo sugestões de rolês
Tudo o que você sempre quis saber sobre Funk… mas tinha medo de perguntar, de Thiago de Souza, o Thiagson | Ed. Tipografia Musical
A obra de Thiagson, que ganhou fama nas redes sociais por ser um pesquisador dentro da universidade investigando o funk como música – algo que muitos evitam – é uma aula para quem nunca reconsiderou os preconceitos com o movimento funk e os bailes que semanalmente movimentam as ruas das periferias. De maneira didática e simples, o autor explora assuntos espinhosos e polêmicos que envolvem o funk. “O funk é machista?”, “O funk faz apologia do crime?” ou “Funk é um problema social?”. Este livro é recomendado para todos, desde aqueles com grande conhecimento, que podem perceber outras perspectivas, até aqueles com muitas opiniões, mas sem uma compreensão aprofundada sobre o movimento funk. Outro aspecto interessante é a visão de um músico, que pensa em melodia, acordes e música clássica, oferecendo uma perspectiva única.
A gente é da hora: homens negros e masculinidade, de bell hooks | Ed. Elefante
Aqui, bell hooks explora as complexidades da identidade masculina negra, com base nos Estados Unidos. A autora examina como os homens negros lidam com os estereótipos de masculinidade impostos pela sociedade, confrontando o mito da superioridade masculina negra com a realidade da opressão racial e de gênero que enfrentam. Ao longo do livro, hooks mostra a importância do amor, do cuidado mútuo e da solidariedade na construção de uma masculinidade mais saudável e autêntica. É um ótimo livro para repensar a sociedade e a nós mesmos.
Âmago, de Raimundo Justino | Ed. Versos em Cantos
Professor da rede municipal de São Paulo e nascido em Fortaleza, Ceará, Raimundo escreve sobre sua vida, família e um tio alcoólatra nas páginas do livro, mostrando que suas experiências são únicas, mas ressoam com muitas outras pessoas, especialmente aquelas que vivem em regiões periféricas. A obra é facilmente identificável para essas pessoas, já que os cenários, problemas, sonhos e dramas se entrelaçam na trajetória da vida. Em tempos de tantas polarizações, o autor também não se nega a mostrar seu lado político, como no texto “Ustras”, que é pequeno, simples, e de fácil entendimento.
Um Bom Choro, de Nikki Giovanni | Ed. Companhia das Letras
Nikki explora a natureza das emoções humanas e o papel fundamental que elas desempenham em nossas vidas. A autora, renomada poetisa e escritora afro-americana, mergulha nas experiências pessoais e coletivas relacionadas ao choro e ao riso, oferecendo reflexões profundas sobre como essas emoções moldam nossa jornada emocional e espiritual. De alguma maneira, ela incentiva os leitores a abraçar as emoções de forma autêntica e a encontrar significado e crescimento em suas expressões. Um convite para todos nós reconhecermos a riqueza e a profundidade de nossas próprias emoções e aprendermos a honrá-las como partes essenciais de quem somos.
Garotas Brancas, de Hilton Als | Ed. Fósforo
Esta obra mergulha nas complexidades da identidade, raça, gênero e sexualidade na América contemporânea. Por meio de uma série de ensaios reflexivos e penetrantes, Hilton examina as experiências de indivíduos marginalizados, especialmente mulheres brancas e negras, em uma sociedade permeada por desigualdades arraigadas. Ao investigar uma variedade de temas, desde as representações culturais até questões de classe e identidade sexual, Als desafia as normas sociais e culturais. Com uma abordagem que combina crítica cultural, análise literária e memórias pessoais, ele convida os leitores a reconsiderar suas próprias suposições e preconceitos, promovendo um diálogo mais amplo sobre questões urgentes de justiça social e igualdade.