No dezembro laranja, um olhar atento para a o maior órgão do corpo humano (e também o mais vulnerável à radiação solar e à poluição).
VEJA TAMBÉM
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
“Um dano grave, que a pele absorve, é a radiação ultravioleta do sol”, diz o dermatologista Elimar Gomes, coordenador do grupo de Dermatologia do Centro Oncológico da Beneficência
Portuguesa de São Paulo. “A exposição a essa radiação facilita o envelhecimento e provoca
manchas, além de mutações do DNA das células, que levam ao câncer de pele.” Ao se expor, portanto, a recomendação é sempre utilizar protetor solar com fator acima de 30.
COM PRAIA (OU NÃO)
As altas temperaturas do verão convidam para piscinas e praias, e o sol forte lembra que protetor
solar nunca é demais. Mas os dermatologistas indicam passar o filtro diariamente, mesmo
sem sol, porque os raios ultravioleta atingem a pele ainda que exista uma barreira física
comum, como a roupa.
POLUIÇÃO
A poluição é outro vilão – especialmente em grandes centros urbanos, lugares de trânsito pesado e atmosfera mais carregada. “Ela favorece o envelhecimento, deixa os poros mais dilatados e prejudica a aparência da pele, tornando-a menos saudável”, diz Gomes.
BANHO
Até durante o banho podemos prejudicar a pele, seja ao exagerar no sabonete, seja com a água muito quente. Ambos, em excesso, ressecam e interferem na proteção. “A pele tem um microbioma natural que faz parte da sua simbiose. Essa interação colabora com a manutenção de uma derme saudável.
DERMATITE
Ao descuidar desses pontos de fragilidade, a exemplo de radiação, poluição e erros na hora do banho, ficamos mais suscetíveis a dermatites. Crianças que têm a pele protegida e hidratada desde cedo têm menos chance de desenvolver dermatite na vida adulta.
HIDRATAÇÃO
A hidratação é importante para evitar reações alérgicas e para pessoas que estão em tratamento de câncer. “Os tratamentos provocam perda de qualidade da pele, deixando-a mais sensível. Se ela estiver hidratada, é menor a possibilidade de ter qualquer reação”, diz o médico Elimar Gomes.
IMUNIDADE
A imunidade merece atenção redobrada – ela tem relação direta com o aparecimento de tumores. “Um paciente transplantado ou que apresente outras causas de imunossupressão tem maior risco de desenvolver câncer de pele do que alguém não transplantado, porque a imunidade não está preservada adequadamente”, explica Gomes. “Temos comprovado que a reposição via oral de nicotinamida – derivada da vitamina B3 – melhora a imunidade e reduz a ocorrência de câncer de pele.”
ALIMENTAÇÃO
Alimentos ricos em antioxidantes – a exemplo de frutas e legumes – têm efeito protetor e reparador de tecidos. Fora isso, a hidratação interior também é fundamental. Beba bastante água e sucos frescos e naturais.
CONTATO VISUAL: DIAGNÓSTICO E CURA
• O diagnóstico precoce do câncer de pele é essencial para aumentar a chance de cura.
• Preste atenção em feridas que não curam, pintas que crescem rapidamente ou de aspecto suspeito.
• Para rastrear os riscos, dermatologistas podem usar ferramentas avançadas, como a dermatoscopia – uma espécie de lupa que mapeia as pintas.
• Outros profissionais da pele, o que é o caso dos tatuadores, precisam estar aptos a identificar sinais suspeitos e agir como aliados do cliente e do médico. O ideal é que participem de cursos de
fisiologia e biossegurança.
• A regra do ABCDE ajuda a vigiar a pele:
A (Assimetria): se traçar uma linha imaginária no meio da pinta e notar que os lados são diferentes, ela precisa ser avaliada.
B (Borda): quando as bordas são irregulares, o risco é maior.
C (Cores): pintas com várias cores têm chance de ser melanoma.
D (Diâmetro): pintas com mais de meio centímetro também têm.
E (Evolução): pintas que crescem precisam ser avaliadas.
FONTES: RAFAEL SCHMERLING, ONCOLOGISTA CLÍNICO DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO E INTEGRANTE DO COMITÊ CIENTÍFICO DO INSTITUTO VENCER O CÂNCER E RONALDO SAMPAIO BRITO, DIRETOR PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS TATUADORES E PERFURADORES DO BRASIL (ATPB)
Comments 2