Você pode planejar as suas viagens detalhadamente, checar as datas e os horários mais de uma vez, fazer tudo como manda o manual do bom viajante. Mas, às vezes, as viagens – ou melhor, a vida – têm seus próprios planos, aparentemente baseados na famigerada Lei de Murphy. O viajante-bambolê vai se dar bem em momentos como esses, porque ele tem jogo de cintura. Listo algumas dicas para você também ter.
1. INVERTA AS EXPECTATIVAS: SUA MALA NÃO VAI CHEGAR
Não é coisa de pessimista nem vai atrair coisa ruim, como dizem as avós. Conexões curtas, greves ou erro humano são suficientes para sua querida mala não desembarcar com você – e se tiver invertido as expectativas, você estará prevenido. Foi exatamente isso que aconteceu comigo depois de um longo voo até a Austrália. Não fui só eu: todo mundo que saiu de São Paulo e fez conexão em Santiago ficou sem bagagem. Eu, porém, tinha na bagagem de mão tudo que precisava para ficar até dois dias sem mala. De quebra, ganhei 120 dólares australianos da empresa aérea para despesas de emergência e a promessa (cumprida) de que a mala seria entregue no meu hotel no dia seguinte. Fica a lição: não despache nada que seja imprescindível para você, como câmeras, remédios ou material de trabalho.
2. FAÇA DO LIMÃO UMA LIMONADA (OU UMA CAIPIRINHA)
A previsão do tempo era de sol, mas choveu. O museu que você mais queria ver estava fechado no dia de sua visita. A comida daquele restaurante caro, que você estava louco para conhecer, não correspondia à fama (e aos preços do menu). Ficar emburrado não vai resolver nada. Choveu? Que tal aproveitar o dia livre para descansar e curtir o hotel, pegar um cinema ou fazer as inevitáveis comprinhas? Museu fechado? Use o tempo para curtir a cidade sem roteiro definido ou substitua por outro passeio próximo – ter um plano B na manga (e internet à mão, quando possível) ajuda. Restaurante ruim? Não volte – e use os fóruns de viajantes para alinhar as expectativas de outros turistas em relação ao lugar. E, para aplacar o mau humor, coma uma excelente sobremesa. Em outro lugar, claro.
3. O DÓLAR SUBIU. NÃO SE DESESPERE
Quem segue as dicas que damos no caderno Viagem, do Estadão, sabe que o ideal é comprar uma quantia de moeda estrangeira por mês para não sofrer tanto com as oscilações do câmbio. “Ih, mas decidi tudo em cima da hora”, você pode dizer. Bem, se esse é o caso e seu orçamento é limitado, use seu bambolê dourado e troque de destino. Argentina, Bolívia e Tailândia são algumas opções baratas para brasileiros – e por que não escolher um destino nacional? O site Quanto Custa Viajar (quantocustaviajar.com) pode ajudar na adequação do orçamento. Tudo isso, logicamente, se não tiver feito as reservas; caso tenha, coloque no papel se seu prejuízo será maior cancelando a viagem ou aumentando o orçamento.
4. MELHOR DO QUE REMEDIAR É…
• Fazer seguro viagem.
• Levar dinheiro de várias formas (espécie, cartão de crédito, débito pré-pago).
• Desconfiar de mercadorias com preço muito abaixo do normal.
• Não descuidar da segurança.
• Evitar fazer um roteiro apertado demais (você pode ser surpreendido por uma greve, como a da Latam no fim de abril de 2018, e ter seu voo cancelado).
• Sair cedo para o aeroporto.
• Ter o passaporte escaneado na nuvem, e não confiar apenas no celular: levar informações importantes (como telefone da embaixada brasileira e endereço do seu hotel) escritas em um caderninho. Afinal, é bom ter o bambolê a postos – mas melhor ainda é não precisar usá-lo.
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