Quando alguém precisa de acolhimento e não de repreensão ou de clichês vazios de sentido, é melhor ouvir mais e falar menos. A seguir, veja informações importantes e, para cada uma delas, as frases que não devem ser ditas.
Não há disputa para saber quem sofre mais do que o outro. A sensação de desesperança é individual e intransferível.
NÃO DIGA: “Sua vida é melhor do que a de muita gente”
Só a positividade não é capaz de motivar o indivíduo na busca por sobrevivência.
NÃO DIGA: “Pense positivo”
A religiosidade pode ter importância para algumas pessoas, mas não é unanimidade. Pense que o sofrimento está além da espiritualidade.
NÃO DIGA: “Se você confiar em Deus, você cairá na real”
O tom especulativo vem carregado de julgamento e pode ser devastador para quem se sente na obrigação de dar explicações. Em seu lugar, prefira algo mais acolhedor: “Você gostaria de falar mais sobre isso?”
NÃO DIGA: “Mas por que você está pensando em se matar?”
Há sentenças que parecem desprezar o que seria o motivo do sofrimento, mas só fazem com que a pessoa tenha o próprio sentimento desvalorizado.
NÃO DIGA: “Por que você vai se matar por causa dele (a)? Não vale a pena” É mito que “quem quer se matar, não avisa”.
O indivíduo em sofrimento distribui sinais de que pensa em suicídio. Cabe à sociedade aprender a identificar para ajudar.
NÃO DIGA: “Eu conheço muita gente que pensa em se matar também, mas não faz nada”
Dizer que você é forte e que, por isso, superou o pensamento suicida não contribui para aliviar o sofrimento alheio.
NÃO DIGA: “Eu também já pensei em suicídio, mas sou uma pessoa forte e consegui superar” Não existe “mente fraca” ou “mente forte”.
Cada indivíduo enfrenta problemas emocionais de maneira particular. Não julgue.
NÃO DIGA: “Quem pensa em suicídio tem a mente fraca”
AJUDA
No Brasil, o CVV oferece atendimento voluntário e gratuito 24 horas por dia a quem está com pensamentos suicidas ou enfrenta outros problemas. A organização, uma das mais antigas do País, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188 e também por chat, e-mail e pessoalmente. Informações em www.cvv.org.br/quero-conversar
Com reportagem de Camila Tuchlinski e Ludimila Honorato, O Estado de S. Paulo