Câncer de mama: prevenir, diagnosticar, entender, cuidar. Você sabia que exercícios regulares podem salvar vidas? Veja informações sobre saúde física e mental
As informações e os alertas chegam em profusão: autoexame, ultrassonografia, mamografia, riscos familiares. Cuidados com a alimentação. Busca por qualidade de vida. Exercícios físicos. Quimio e radioterapia, cirurgia, reconstrução, prótese, cura. Metástase. Avanços no tratamento. Medicamentos mais modernos. Efeitos colaterais. Superação.
+OUTUBRO ROSA
- SAÚDE MENTAL: a terapia psicológica ajuda a enfrentar a realidade
- DIREITO DE PACIENTE: reconstrução de mama
- MOSTRA FOTOGRÁFICA: em cartaz até o fim deste mês
- INSTITUTO VENCER O CÂNCER: doença tem atingido mais mulheres jovens
Sim. Já estamos em outubro: o mês internacional de conscientização sobre prevenção e tratamento do câncer de mama. Trata-se do tumor mais comum entre as mulheres – o de pele não melanoma é o único que tem incidência maior – e corresponde a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, o porcentual é de 29% e dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) dão conta de 60 mil diagnósticos da doença no País em 2018.
É um ciclo virtuoso: quem faz exercício tende a se alimentar melhor, dormir melhor e se expor menos a hábitos nocivos
Christina May Moran de Brito, chefe do serviço de reabilitação do
Instituto do Câncer de São Paulo
A atividade física é um trunfo
Em outubro do ano passado, o Ministério da Saúde apresentou um estudo inédito no País que indicava que uma em cada dez mortes de mulheres por câncer de mama poderia ser evitada pela prática regular de atividade física (150 minutos por semana). Os dados foram divulgados no artigo científico Mortality and years of life lost due to breast cancer attributable to physical inactivity in the Brazilian female population (1990-2015), publicado online pela revista Nature.
O poder do hábito: uma em cada dez mortes por câncer de mama poderia ser evitada pela prática regular de atividade física (150 minutos por semana). Outros ‘hábitos de risco’, além do sedentarismo, são uso abusivo de álcool e excesso de açúcar na dieta
O levantamento concluiu que 2.075 mortes poderiam ter sido evitadas, apenas em 2015, se as pacientes realizassem ao menos uma caminhada de 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. E mais: a prática regular de exercícios contribui na prevenção da doença e na adesão ao tratamento: submetidas a terapias agressivas, mulheres com tumores podem ter uma série de efeitos colaterais.
A atividade física ajuda na fadiga oncológica, no controle da dor, nos transtornos de humor e nos distúrbios de sono
Christina May Moran de Brito, chefe do serviço de reabilitação do
Instituto do Câncer de São Paulo
“A atividade física ajuda na fadiga oncológica, no controle da dor, nos transtornos de humor e nos distúrbios d e sono”, explica Christina May Moran de Brito, chefe do serviço de reabilitação do Instituto do Câncer de São Paulo. “Essa é a parte do tratamento que está nas mãos do paciente”, afirma Heloísa Veasey Rodrigues, oncologista do Hospital Albert Einstein. Para ela, é compreensível que [segundo o relatório] os piores indicadores da associação entre sedentarismo e câncer de mama estejam nos Estados mais ricos. “Nosso estilo de vida moderno não favorece a prática de atividade física de maneira regular”, diz. “Mas há medidas que podem ajudar, como descer no ponto de ônibus antes do que o de costume e subir escadas, se você trabalha em prédio”, exemplifica.
Nosso estilo de vida moderno não favorece a prática de atividade física de maneira regular. Mas há medidas que podem ajudar, como descer no ponto de ônibus antes do que o de costume e subir escadas, se você trabalha em prédio
Heloísa Veasey Rodrigues, oncologista do Hospital Albert Einstein
Com reportagem de Cláudio Vieira e Júlia Marques