Nos próximos dez anos, a computação quântica resolverá problemas na medicina, no mercado financeiro, na segurança digital e na logística
O avanço previsto para os próximos dez anos é considerado por especialistas uma das maiores conquistas da humanidade.
O QUE JÁ SABEMOS
- O computador quântico finalmente deixará de ser um experimento complexo para se tornar a mais poderosa ferramenta computacional da humanidade
- Os resultados mais relevantes surgirão no final da década
- Os desafios são de ordem técnica e o investimento na área é massivo
- Amazon, Google, IBM e Microsoft apostam na computação quântica
- Para resolver problemas da vida real, máquinas quânticas precisam ter um alto número de qubits
Qubits: nome dado à menor unidade computacional dos aparelhos
“Para obtermos uma máquina funcional, é preciso que ela tenha entre 100 mil e 1 milhão de qubits”
Fernando Brandão, professor do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech)
- A IBM prevê entregar um equipamento de 1.000 qubits em 2023
- A máquina atual mais conhecida do Google tem 53 qubits
No computador quântico não é só a quantidade de qubits que importa, mas sim sua qualidade, já que apresentam alta instabilidade. Para que fiquem estáveis, o sistema deve funcionar em temperatura de -272,99ºC (ou 0,01 miliKelvin), muito perto do zero absoluto
- Não teremos máquinas quânticas para uso pessoal. Elas funcionarão em plataformas na nuvem e solucionarão problemas coletivos
- A IBM diz que está construindo um super refrigerador, capaz de manter estáveis até 1 milhão de qubits
- Pesquisadores de universidades americanas, em parceria com a Intel, estão conduzindo experimentos para máquinas que operam em temperatura ambiente
- Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, as áreas química e médica podem ser as primeiras beneficiadas, com pesquisas de novos materiais e medicamentos
- Grandes problemas do mercado financeiro, da cibersegurança e do setor de logística poderão aproveitar as novas máquinas.
“Em um primeiro momento, é possível que máquinas universais, capazes de resolver problemas de diferentes áreas, sejam limitadas a um número de algoritmos, que respeitam a limitação em qubits”
Bárbara Amaral, pesquisadora de informação quântica do Instituto de Física da Universidade de São Paulo
- Ao final da década, teremos computadores quânticos no mesmo estágio em que as máquinas clássicas estavam há 20 anos
Com reportagem de Bruno Romani. Leia no Estadão a íntegra do especial que fala das tecnologias transformadoras nos anos 2020