Durante a pandemia, a saúde mental e física dos profissionais está no centro do debate. Empresas contratam gestor de bem-estar
Quando as companhias focam na felicidade, os funcionários tendem a ser mais felizes e produtivos, afirma Laurie Santos, pesquisadora da área de psicologia na Universidade de Yale, Laurie Santos. Este é o efeito dominó que as empresas estão buscando entender nos últimos tempos. “A felicidade afeta tomada de decisão, criatividade e função imunológica. É realmente importante pensar o desenvolvimento da carreira com esse viés”, sintetiza Laurie.
Cenário
• Em 2017, o Brasil ocupava o primeiro lugar de prevalência de transtornos de ansiedade nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde(OMS). • Pesquisa do Instituto Ipsos mostra que 53% dos brasileiros declararam que sua saúde mental piorou um pouco ou muito sob o efeito da pandemia do coronavírus. • A American Psychological Association (APA) publicou um relatório com tendências emergentes na área de psicologia para 2021. Um dos dez destaques é: empregadores aumentam apoio para saúde mental. • Usinas de exaustão: pesquisas da Universidade Stanford mostram que as pessoas estão cansadas de trabalhar e estudar por videochamadas. O fenômeno recebeu o nome de 'fadiga de zoom'
Palavras-chave do ambiente de trabalho saudável: valorização, reconhecimento e pertencimento. Não tem segredo. O bem-estar favorece a produtividade
Ambev cria cargo de chefe de felicidade
A regional Nordeste da empresa Ambev criou durante a pandemia o cargo de especialista happiness & learning, hoje ocupado por Ellen Luna. Depois de sofrer esgotamento psicológico no auge da carreira no mercado financeiro, Ellen se especializou em psicologia e gestão de pessoas e há três meses, já na Ambev, certificou-se como Chief Happines Officer (CHO) pelo Instituto Feliciência.
Quem é o gestor de felicidade, o que faz e por que é importante
Na Universidade de Brasília, a matéria felicidade atrai alunos de diversas áreas
A Universidade de Brasília oferece desde 2018 a disciplina Felicidade. Quando surgiu, tinha como foco atender estudantes de engenharia, mas hoje recebe alunos de vários cursos. Para muitos, trata-se de válvula de escape e contribui no desempenho em outras matérias. O objetivo é quebrar o paradigma de que para ser um bom profissional é preciso sofrer.
“A maioria dos alunos tema ideia de que trabalhar é uma batalha, é preciso sobreviver, ser forte”, diz o professor Wander Pereira.“ No decorrer do semestre, percebem o preço alto para a saúde mental e que o prazer é essencial.” Um dos conhecimentos que o curso pretende transmitir é que, embora ninguém seja responsável pela felicidade do indivíduo além dele mesmo, as empresas têm de criar condições para que as pessoas se realizem e, desafio ainda maior, fazer com que a saúde mental dos colaboradores preceda a lucratividade. “Essa lógica de primeiro o lucro e depois o bem-estar não dá certo. A empresa que não é sustentável emocionalmente um dia também não vai ser economicamente”, afirma o professor.
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