O objetivo é que até 2030 ninguém tenha de viver com menos de US$ 1,25 por dia, ou R$ 6,54. Nas periferias, porém, ainda há muitas pessoas abaixo dessa faixa
A erradicação da pobreza — um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) — está no artigo 3º da Constituição de 1988. É um dos objetivos fundamentais do Brasil para promover o bem de todos, sem preconceito de origem e raça
Nas favelas, bairros e comunidades da região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, historicamente os moradores convivem com os impactos da desigualdade social. Mas sem conformismo. Criado em 2009, o Banco União Sampaio foi uma das primeiras organizações da periferia a falar de economia solidária, geração de trabalho e desenvolvimento econômico criativo para superar as vulnerabilidades. O banco tem uma moeda comunitária própria, o Sampaio, usada na troca de produtos e serviços. Ao não cobrar juros, abriu um debate na sociedade para explicar e questionar essas taxas, explica Thiago Vinicius, 32, que participou da fundação.
O projeto foi fortalecido em 2012 com o surgimento da Agência Popular Solano Trindade, que trabalha junto à população iniciativas de inovação social, cultura popular e produção e acesso a alimentos saudáveis. “Com o lançamento de um livro ou um álbum, é possível movimentar toda uma engrenagem de economia criativa que combate a desigualdade, gerando renda e autoestima”, diz Thiago.
Acesso universal — Para o ex-senador Eduardo Suplicy, a erradicação da pobreza passa pela garantia mínima de renda, com acesso universal e sem condicionantes. Suplicy é autor do projeto de lei para a criação de uma renda básica da cidadania. A lei aprovada em 2004 (10.835-04) determina um valor igual para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados. O texto prevê que seja implantada de acordo com “o grau de desenvolvimento do país e as possibilidades orçamentárias”. A renda mínima é aplicada em alguns lugares do Brasil, a exemplo de Maricá, no Rio de Janeiro. Na cidade, que tem banco comunitário e moeda local, 40 mil dos 165 mil moradores são recebem o equivalente a R$ 170 por mês na moeda local, chamada de mumbuca. Ela é aceita em bares, lojas, restaurantes, farmácias e supermercados. Em alguns estabelecimentos, responde por mais de 10% das vendas.
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