Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector estão em mostras paralelas no Instituto Moreira Sales da Avenida Paulista
CAROLINA MARIA DE JESUS: UM BRASIL PARA OS BRASILEIROS
Em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS) da Avenida Paulista até o dia 30 de janeiro de 2022, a mostra é algo incomum sobre uma escritora cuja obra cada dia mais se consolida no imaginário literário nacional – apesar da curiosa característica de que essa obra, na maior parte, ainda é desconhecida. Não obstante o sucesso estrondoso de Carolina Maria de Jesus nos anos 1960, agora renovado, o que a exposição faz é construir um olhar contemporâneo ao redor das ausências que ainda cercam a história de Carolina. A mostra tem entrada gratuita com agendamento prévio pelo site do IMS. (Guilherme Sobota, O Estado de S. Paulo)
- Mostra lança olhar contemporâneo para a escrita da autora
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CONSTELAÇÃO CLARICE
Investigar a poética de Clarice Lispector, identificando temas e recursos estéticos presentes em sua obra, é o que propõe a exposição em cartaz no IMS da Avenida Paulista até o dia 27 de fevereiro de 2022 – a entrada é gratuita e precisa ser agendada. Além de aproximadamente 300 objetos da autora (manuscritos, fotografias, cartas e discos), a mostra traz ainda trabalhos de cerca de 20 artistas visuais mulheres. Elas atuaram na mesma época de Clarice, entre as décadas de 1940 e 1970. São nomes como MariaMartins,MiraSchendel, Fayga Ostrower, Lygia Clark, Letícia Parente, Djanira e Celeida Tostes, entre outras. (Ubiratan Brasil, O Estado de S.Paulo)
- Objetos pessoais da escritora dialogam com obras de pintoras
- 100 anos de Clarice Lispector: por que a autora segue desafiando leitores?
+ Literatura: o podcast Cruzamentos Literários, do Instituto Camões e da Associação Oceanos, recebe escritores para falar da língua portuguesa e de seus países. Os episódios são mensais. Já passaram por lá, entre outras e outros, Noemi Jaffe, Paulina Chiziane, José Eduardo Agualusa e Milton Hatoum. Está no Spotify
PRÊMIO CAMÕES 2021
A escritora moçambicana Paulina Chiziane (foto) venceu o 33º Prêmio Luís de Camões, considerado o principal prêmio literário da língua portuguesa no mundo. O anúncio foi feito no dia 20 de outubro. Suas obras se destacam pelo protagonismo feminino e seu livro mais conhecido (Niketche: uma História de Poligamia) foi publicado pela primeira vez em 2002. É editado no Brasil pela Companhia das Letras. O mais recente é O Canto dos Escravizados, de 2017. Paulina nasceu em Manjacaze, uma vila rural de Moçambique, mas aos seis anos mudou-se para a capital Maputo. Cresceu em uma família protestante, participou de movimentos pela libertação do país de Portugal, de quem era colônia até 1975. No ano passado, o Prêmio Camões foi atribuído ao acadêmico português Vítor Manuel Aguiar e Silva, que coordenou o Dicionário de Luís de Camões. E, em 2019, o eleito foi Chico Buarque, decisão que irritou o presidente Jair Bolsonaro, que não assinou o diploma de atribuição. À essa reação, Chico disse que via a ausência dessa assinatura como "um segundo Camões".