Em 2006, foi inaugurado no Complexo da Maré o primeiro museu em favela do mundo. O Museu da Maré registra, preserva e divulga a memória das comunidades — e parte da história do Rio de Janeiro. Saiba mais sobre esse espaço e outros quatro endereços em que a vida cultural pulsa nas periferias de Niterói, Belford Roxo, Duque de Caxias e Cidade de Deus.
QUILOMBO URBANO XICA MANICONGO
Erguido por mulheres e coletivos que pensam a proteção, o fortalecimento e a articulação dos movimentos Negros e LGBTIA+, o Quilombo Urbano Xica Manicongo é um grande símbolo da potência cultural no Rio de Janeiro. Fica perto da efervescente região da Cantareira, em Niterói.
Entre outras atividades, o espaço oferece oficinas de dança afro com Joa Assumpção e de teatro com o coletivo Transparente e ensaios do bloco Quilombo Akoma. Os grupos terapêuticos para a comunidade LGBTIA+ são tocados pelo Grupo de Genêros, Sexualidades, Corpos e Psicologia (GSex) da Universidade Federal Fluminense.
O Quilombo Urbano Xica Manicongo é resultado do trabalho conjunto do Movimento Xica Manicongo, que reúne travestis e transexuais da região metropolitana do Rio de Janeiro, e dos coletivos Quilombo Alagbara — grupo de mulheres negras amefricanas —, e Transparente. Esse último pauta a concepção de raça, classe e gênero na arte.
Referência na promoção de atividades culturais e artísticas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, o Centro Cultural Donana tem uma história de mais de três décadas. Oferece atividades educacionais, musicais e esportivas, além de apresentações e exibições artísticas. Na pandemia, a organização tem concentrado as atividades no Sarau Donana, realizado e transmitido online no canal oficial do Donana no YouTube.
Pensado, construído e mantido pelos próprios moradores desde 2006, o Museu da Maré reúne um grande valor cultural e histórico — o acervo é fruto da pesquisa em arquivos públicos da cidade e das doações da população. Durante a pandemia, as visitas são guiadas e podem ser marcadas por email: contato@museudamare.org.br.
O Gomeia vem se firmando desde 2015 como um espaço de referência em cultura, arte e defesa dos direitos humanos na cidade de Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Teatro, capoeira, cineclube, rodas culturais, show e batalhas de rap, eventos de matrizes africanas e oficinas de grafite estão na programação. As atividades e o caminho para agendar visitas estão nas redes sociais do Gomeia e do Movimenta Caxias. A tempo: o nome do espaço é uma homenagem ao bailarino e agitador cultural Joãozinho da Gomeia (1914-1971), que comandou um trabalho social em Caxias em que reunia milhares de pessoas.
INSTITUTO ARTEIROS
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Na Cidade de Deus, o Instituto Arteiros é um importante núcleo de difusão cultural e de educação que distribui suas atividades em três eixos: arte (aulas de teatro, dança, produção cultural e realização de espetáculos), educação (aulas de reforço e pré-vestibular) e direitos humanos (oferece workshops e atua diretamente com as crianças para entender suas necessidades). Para acompanhar o trabalho da organização, acesse este link.
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