Júri especializado avaliou às cegas marcas do molho à base de tomate, açúcar, vinagre e especiarias. Veja o resultado
Com reportagem de Cintia Oliveira, especial para o Estadão
Batata frita, hambúrguer, hot-dog, misto quente. O catchup está em todas. À base de tomate, especiarias, vinagre, sal e açúcar, aparece também como ingrediente do estrogonofe (na versão brasileira, claro) e do molho barbecue, além de dar uma levantada no clássico steak tartare francês. Nas gôndolas dos supermercados não faltam opções. Com o objetivo de descobrir qual é o melhor, o Paladar organizou uma degustação com dez marcas. No carrinho de compras, só as versões tradicionais, que custaram entre R$ 7,89 e R$ 24,80.
Para encarar a missão, reunimos os chefes de cozinha Yoller e Park; a professora do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi Aline Guedes; e as chefs Giovanna Perrone, do restaurante Casa Rios e da lanchonete Zoe Sandwich Shop, e Júlia Tricate, do restaurante De Segunda.
COMO FOI FEITO O TESTE
Cada um dos integrantes do júri recebeu um delivery com as amostras de catchup identificadas apenas por números, ou seja, sem que pudessem identificar as marcas. Juntamente com os molhos, os jurados também receberam batatas chips temperadas com sal marinho da marca inglesa Tyrrells. O objetivo era apontar qual dos catchups daria o melhor “match” com a batata.
Os catchups foram avaliados a partir de critérios como aparência, textura, aroma e sabor. E o molho que recebeu a melhor pontuação foi o da marca Qualitá, produzido pela Predilecta para o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Ele ficou um ponto à frente do segundo colocado, o da marca norte-americana French's. O bronze é da Heinz.
1° Qualitá
(R$ 10,29; 400g no Extra)
O molho do Grupo Pão de Açúcar (GPA) conquistou medalha de ouro. Feito com polpa de tomate, açúcar, vinagre e sal, é o único da seleção a levar pectina, muito utilizada na produção de geleias para dar consistência. A textura é cremosa e o brilho, intenso. Boa acidez e bastante gosto de tomate.
2° French’s
(R$ 24,80; 567g na Casa Santa Luzia)
Com apenas um ponto de diferença do primeiro colocado, o catchup produzido nos Estados Unidos ganhou medalha de prata. Além dos ingredientes clássicos, como concentrado de tomate, açúcar, vinagre e sal, o molho também leva cebola em pó. Tem brilho, textura cremosa, um tom a mais de acidez e notas de caramelo.
3° Heinz
(R$ 12,99; 397g no Extra)
Produzido no Brasil, o catchup da marca norte-americana leva apenas seis ingredientes: tomate, açúcar, vinagre, sal, cebola e aroma natural — não especificado na formulação. Com textura cremosa e brilho intenso, tem coloração viva. Sabor de tomate, acidez e dulçor na medida certa.
4° Budweiser
(R$ 18,90; 400g no St. Marche)
Catchup tradicional da marca de cervejas combina malte e lúpulo, além de tomate e especiarias. Com textura mais rústica, típica dos artesanais, se destaca pelo sabor de tomate, mas tem um tom a mais de acidez. No júri, dividiu opiniões: “falta complexidade” e “achei bem saboroso, um dos meus favoritos”.
5° Mutti
(R$ 20,83; 340g no Empório Daruma)
Feito em Parma, na Itália, é o único que vem na garrafinha de vidro. Não ter conservantes nem espessantes. Elaborado com tomates italianos, vermelho vibrante, brilhante e cremoso, tem sabor de tomate (lembra um molho de) e um tom a mais de dulçor.
6° Hellmann’s
(R$ 10,49; 380g no Pão de Açúcar)
A versão tradicional é elaborada com ingredientes clássicos, além de goma xantana, ácido cítrico e outros componentes de nome difícil, como o carboximetilcelulose. A aparência é o ponto alto.
7° Strumpf
(R$ 20,49; 210g no Pão de Açúcar)
É um catchup rústico, mais pedaçudo que outros produtos do gênero. Além de tomate, vinagre, sal e especiarias, leva açúcar mascavo. As especiarias encobrem o sabor do tomate, e poderia ter mais dulçor e salinidade.
8° Cepêra
(R$ 7,89; 400g no St. Marche)
Ingredientes: tomate, açúcar, vinagre e sal, além de espessantes, conservantes e aromatizantes. Com textura levemente gelatinosa, tem pouca acidez e é mais doce do que o necessário.
9° Arisco
(R$ 10,29; 370g no Extra)
Além de tomate, vinagre, açúcar e sal, leva carboximetilcelulose sódica, goma xantana, ácido ascórbico e por aí vai. Tem textura levemente gelatinosa e mais sal, açúcar e vinagre do que o necessário. Mal dá para sentir o sabor do tomate.
10° Hemmer
(R$ 8,69; 320g no Pão de Açúcar)
Feito de polpa de tomate, açúcar, vinagre, sal e especiarias, a formulação ainda leva conservantes, acidulantes e espessantes. Mas o que chama atenção no rótulo é que o primeiro ingrediente mencionado é água, o que reflete na textura do molho, a mais líquida do teste.
NO SITE DO ESTADÃO: REPORTAGEM COMPLETA, BASTIDORES DA AVALIAÇÃO E PERFIL DOS JURADOS