Você não quer ser uma daquelas pessoas que ajudam a espalhar a desinformação e as notícias falsas, que acreditam cegamente em tudo o que leem e acabam alimentando o ciclo nocivo da boataria, muito comum no aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp.
Só no Brasil, o serviço de comunicação é usado por mais de 120 milhões de pessoas. O problema é que muita gente repassa o que recebe sem checar e isso aumenta o poder da mentira. Quem nunca recebeu uma mensagem sobre uma promoção para ganhar um creme de uma marca famosa, uma notícia sensacionalista duvidosa ou um áudio sobre uma suposta epidemia? Pois é. Confira, abaixo, algumas dicas para identificar conteúdos falsos compartilhados no aplicativo e não espalhar bobagens por aí.
- Desconfie de mensagens que apresentam erros gramaticais ou de grafia.
- Evite acessar links de origem desconhecida ou mensagens que peçam para clicar em um endereço específico.
- Avalie criticamente mensagens que peçam que você compartilhe conteúdo com a lista de contatos. Na dúvida, não espalhe.
- Cheque se portais de notícias ou jornais confiáveis publicaram reportagens que confirmem aquilo que você recebeu por meio do aplicativo.
- Jamais passe para desconhecidos dados pessoais (cartão de crédito, conta de banco, aniversários e senhas).
- O WhatsApp nunca envia mensagens diretas aos usuários. O aplicativo é grátis, então não é preciso fazer nada para obter esse “benefício”.
AS CARAS DAS FAKE NEWS
São muitas as formas de desinformação que circulam nas redes sociais. A pesquisadora Claire Wardle, diretora do First Draft, centro de estudos ligado ao Shorenstein Center da Universidade Harvard, classificou sete diferentes tipos de informações problemáticas.
CONTEÚDO INVENTADO: algumas das formas mais danosas de desinformação são aquelas fabricadas com a intenção de enganar e prejudicar. É o caso do conteúdo inventado, que não tem nenhuma base na realidade.
CONTEÚDO MANIPULADO: engana e prejudica apropriando-se de imagens e informações autênticas (e alterando-as).
CONTEÚDO ENGANOSO: distorção de informações para favorecer um indivíduo ou assunto.
CONTEÚDO IMPOSTOR: imitação de fontes genuínas.
FALSO CONTEXTO: inserção de dados contextuais distorcidos em conteúdo autêntico.
FALSA CONEXÃO: discrepância entre texto e manchete, imagens e legendas.
SÁTIRA OU PARÓDIA: conteúdo humorístico com potencial para enganar.
ESTADÃO VERIFICA
Você já recebeu textos, áudios, fotos ou vídeos suspeitos no WhatsApp? O aplicativo é uma ferramenta muito usada na proliferação de notícias falsas. É por isso que o Estadão Verifica criou um canal para receber rumores
dos leitores e checar os que estiverem circulando com mais frequência. O número para contato é (11) 99263-7900.
VERDADE OU MENTIRA?
Circulou nas redes sociais há alguns dias a notícia de que o Superior Tribunal de Justiça autorizou o cancelamento automático da CNH de devedores do IPVA. O Estadão Verifica apurou que é mentira. O rumor dizia, ainda, que os devedores teriam de pagar multa de R$ 2.934,70 e que pessoas com o nome inscrito no SPC e no Serasa também correm risco de perder o documento.
A assessoria de imprensa do STJ disse que não existe a tabela de cancelamento descrita na mensagem. É possível que a habilitação seja suspensa em decisões judiciais, mas nunca de forma automática. Cabe a um juiz analisar caso a caso e determinar as medidas cabíveis.
Em um caso recente, o ministro Luis Felipe Salomão, da Quarta Turma do STJ, afirmou que a jurisprudência de suspender a CNH “não ocasiona ofensa ao direito de ir e vir”. Isso não quer dizer, no entanto, que uma medida do tipo seria aplicada a todos os brasileiros.
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