As melhores produções nacionais dos últimos vinte anos. As escolhas são do crítico de cinema Luiz Carlos Merten
Crítico do Estadão, Luiz Carlos Merten faz um listão dos melhores filmes nacionais e internacionais das últimas duas décadas, de 2000 a 2019. São mais de 40 títulos. Com quais escolhas você concorda? Que tal fazer sua própria retrospectiva ano a ano?
NACIONAIS
BICHO DE SETE CABEÇAS (2000)
Laís Bodanzky ataca o sistema manicomial na história de Neto (Rodrigo Santoro), que o próprio pai envia para o instituto psiquiátrico por causa de um baseado.
LAVOURA ARCAICA (2001)
Sufocado pelo carinho da mãe, pelo autoritarismo do pai e por um amor proibido, André foge de casa. Romance de Raduan Nassar por Luiz Fernando e Walter Carvalho.
EDIFÍCIO MASTER (2002)
Obra-prima de Eduardo Coutinho (1933-2014), este documentário celebra a arte do encontro, da conversa e da escuta – como só o cineasta paulistano sabia fazer.
LISBELA E O PRISIONEIRO (2003)
Lisbela e Leleu querem aventura e romance, mas não é fácil. Para este filme, Caetano Veloso interpretou a canção “Você não me ensinou a te esquecer”, de Fernando Mendes.
CIDADE DE DEUS (2004)
O filme de Fernando Meirelles (do livro de Paulo Lins) virou um espelho do Brasil para o mundo. Teve quatro indicações ao Oscar (diretor, roteiro, fotografia e montagem).
CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS (2005)
Em 1942, um alemão fugitivo da guerra percorre o sertão nordestino vendendo aspirina num caminhão. No caminho, encontra um sertanejo.
O BAIXIO DAS BESTAS (2006)
A jovem Auxiliadora é explorada sexualmente pelo avô. Cícero leva a vida em sexo e drogas. Na direção, Cláudio Assis vai fundo; a fotografia é de Walter Carvalho.
SANTIAGO (2007)
No maior documentário da história do cinema brasileiro, na opinião de Merten, João Moreira Salles reconstitui a história de sua família no perfil do mordomo.
ESTÔMAGO (2008)
Nonato, migrante nordestino, tenta a sorte na cidade grande, vira cozinheiro renomado, envolve-se com prostituta e termina cozinhando na cadeia.
RECIFE FRIO (2009)
Neste filme de preciosos 24 minutos, um meteorito muda a paisagem do Recife, com temperaturas abaixo de zero e pinguins nas praias geladas. De Kleber Mendonça Filho.
O setor audiovisual tem trabalhado para reocupar as salas de exibição dos filmes. Uma das ações é a campanha #JuntosPeloCinema. O objetivo é garantir que a experiência volte a atrair o público com conforto e segurança
ESTRADA PARA YTHACA – ALUMBRAMENTO (2010)
Quatro amigos viajam e choram a morte de um companheiro. Um filme pequeno no custo, imenso na ambição e, esteticamente, um marco.
AS CANÇÕES (2011)
A arte da conversa por quem a dominava, Eduardo Coutinho. Frente a frente com o entrevistador, uma a uma as pessoas se revelam por meio de suas canções preferidas.
FEBRE DO RATO (2012)
O poeta fora de controle, a Eneida que não quer saber dele: o diretor Cláudio Assis retira da marginalidade um retrato estético do Brasil. Fotografia de Walter Carvalho.
OS DIAS COM ELE (2013)
Maria Clara Escobar se propôs a recuperar a história de seu pai, Carlos Henrique Escobar, um filósofo que foi preso e torturado pela ditadura militar.
PRAIA DO FUTURO (2014)
No mais belo filme de Karim Aïnouz, Wagner Moura interpreta o salva-vidas que vai para a Alemanha encontrar o homem que ama. Inverno de sentimentos.
QUE HORAS ELA VOLTA? (2015)
Jessica entra de mansinho e começa a ocupar espaços na casa em que sua mãe, Val, trabalha como doméstica. O filme de Anna Muylaert causou rebuliço naquele ano.
AQUARIUS (2016)
Sonia Braga (Clara) compra guerra para impedir que seu velho prédio seja destruído para dar lugar a um espigão na orla do Recife. Longa de Kleber Mendonça Filho.
ARÁBIA (2017)
A partir do encontro de um diário numa fábrica de alumínio, os diretores João Dumans e Affonso Uchoa reconstroem a histórica opressão da classe trabalhadora no Brasil.
BENZINHO (2018)
Mãe, pai, filho, cunhada. Quando uma crônica familiar vira metáfora de um país em crise. Karine Teles, Otávio Müller e Adriana Esteves são excepcionais em seus papéis.
BACURAU (2019)
Em parceria com Juliano Dornelles, Kleber Mendonça Filho fez o grande filme em que um vilarejo do sertão some do mapa – e seus moradores resolvem reagir.
O que será do cinema no pós-pandemia? Reinvenção não é novidade para o setor, porque há anos a nova era digital tem desafiado e transformado a produção cinematográfica e o modo como o público vê filmes
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