Jornalista, escritor e colunista de economia do “New York Times”, Paul B. Brown escreveu em um artigo recente o que tem aprendido com a quarentena e os planos para cultivar uma relação melhor com o dinheiro. Listamos os principais pontos nesta página
A tradução do original foi feita por Beatriz Velloso para o E-Investidor, no Estadão. Clique e leia a íntegra
Brown é jornalista e escritor autônomo, e perdeu boa parte da renda com a pandemia. Veja os principais pontos de sua experiência ao analisar as finanças e as lições da quarentena.
RESERVAS
Como segui os conselhos financeiros que eu mesmo cobri por dever profissional durante anos, minha situação [na chegada da pandemia e da quarentena] não era das piores. Eu tinha uma reserva para emergências, e uma fatia considerável dos meus investimentos – cerca de 35% – estava em fundos mútuos de títulos de médio prazo.
MAIS DINHEIRO À MÃO
Uma das lições básicas de educação financeira sugere que é preciso ter o equivalente a pelo menos três meses de gastos correntes guardados numa aplicação líquida e super segura, “só para garantir”. No momento em que o telefone parou de tocar, eu tinha mais de quatro meses de despesas domésticas à mão.
Minha meta agora é ter reserva para um ano. A ideia é mais garantir minha paz de espírito do que aumentar meu patrimônio líquido
ADMINISTRAR DÍVIDAS DE FORMA AGRESSIVA
Sempre paguei a conta integral do cartão de crédito, todos os meses. Por isso, nunca fiquei em dívida com o cartão. Mesmo assim, tenho dois financiamentos relativos à casa em Nova Jersey onde moro com minha família e um terceiro para nossa casinha de veraneio em Cape Cod. Somados, eles representam uma quantia considerável, e pensei bastante sobre isso durante a quarentena. Quando minha renda entrava de forma regular, eu sempre pagava mais do que o valor das prestações mensais. Mas não fazia isso de forma estratégica: pagava valores aleatórios, arredondando para cima a parcela devida. No entanto, cada empréstimo tem taxas de juros diferentes.
A partir de agora, vou concentrar os pagamentos adicionais no financiamento que cobra juros mais altos – o segundo empréstimo da casa de Nova Jersey. É o que faz sentido do ponto de vista financeiro (desde que minhas entradas sejam suficientes para fazer os pagamentos adicionais, é claro)
APOSENTADORIA
Se eu conseguir esperar até os 66 anos – falta pouco –, vou receber uns US$ 3.000,00 por mês, segundo a calculadora do site do governo. E o melhor: o valor do benefício aumenta 0,66% a cada mês adicional que eu deixar passar, caso decida não solicitar o benefício aos 66 anos. Ora, 0,66% por mês é igual a 8% ao ano. O fato é que os US$ 3.000,00 mensais não são suficientes para pagar minhas contas.
Conclusão: vou continuar brincando de somar os possíveis valores da minha aposentadoria do governo a outros tipos de benefício, para ver o que faz mais sentido. Pensar no que fazer com minha aposentadoria
POUPAR MAIS
Ninguém contrata um seguro na esperança de um dia precisar usá-lo. A gente faz isso para se proteger da possibilidade de um dia enfrentar uma situação ruim na vida.
Embora eu goste da ideia de gastar esse dinheiro em algo mais prazeroso, também posso afirmar que já tenho tudo o que realmente importa
Mas, durante a pandemia, eu me dei conta de que não sei exatamente quanto preciso economizar para proteger minha família e manter intacto nosso confortável padrão de classe média – agora e no futuro.
A crise complicou a vida de muita gente. Mas, no meu caso, serviu para aumentar minha determinação de organizar as finanças pessoais.
Excertos da tradução de Beatriz Velloso
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