Aceita cartão? Todo comerciante (e taxista) já ouviu essa frase e pode ter perdido uma venda a cada resposta negativa. De um lado, a clientela não sai mais de casa sem cartão no bolso – e com cada vez menos dinheiro em papel. De outro, os empreendedores viram as opções de máquinas crescerem
MATEUS APUD*
O ESTADO DE S. PAULO
Pouco mais de cinco anos atrás, duas marcas dominavam o mercado de maquininhas de pagamento com cartões. Agora, segundo mapeamento do Estadão PME, são pelo menos 12. Cada empresa oferece mais de um tipo de máquina e planos diferentes.
De acordo com Guilherme de Almeida Prado, fundador da fintech de finanças pessoais Konkero, são muitas as variáveis na hora da escolha (veja quadro). “Não adianta comprar a mais barata. Tem que analisar as condições e comparar com suas necessidades”, diz. “Se vende muito no débito, tem de escolher a máquina que tem as melhores condições para o débito e não para o parcelado. Se o local tem um 3G fraco, não pode escolher uma com conexão 3G e assim por diante.” Para Prado, a atual “guerra” só tem a beneficiar o mercado, baixando o prazo de devolução do dinheiro, o que dá mais capital de giro ao empreendedor.
Em 2018, foram movimentados R$ 965 bilhões em vendas com cartões de crédito e R$ 578 bilhões no débito, segundo a Associação das Empresas Brasileiras de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), que prevê crescimento de 16% do mercado neste ano. O Banco Central diz que, hoje, há 4 milhões de maquininhas em operação no País.
MÊS A MÊS
Para aproveitar os benefícios da concorrência, as padeiras e sócias Marina Mazzon e Juliana Cavalheiro hoje mantêm seis máquinas de quatro marcas diferentes na Feito a Pão, em Perdizes. Segundo elas, as máquinas que tinham antes não atendiam a demanda e, como passaram a receber ofertas de outras operadoras com taxas mais competitivas, hoje operam várias.
Cada cliente tem preferência por um tipo de pagamento (débito ou crédito, à vista ou parcelado), e a padaria usa a máquina que estiver com as taxas mais atrativas para a modalidade escolhida.
Além disso, o gestor financeiro da empresa, Luiz Humberto Sanchez Faria, entra em contato de três em três meses com as operadoras para renegociar as taxas. Por ser um mercado concorrido, a marca acaba reduzindo os valores para que não deixem de usar sua máquina. “Tenho a sensação de que, se passar o dia ligando, eles vão ficar baixando o tempo todo para se manterem competitivos”, diz Luiz
* Mateus Apud é estagiário sob a supervisão do editor de suplementos Daniel Fernandes
COMO ESCOLHER
PREÇO As máquinas mais baratas de cada marca mapeada pelo Estadão custam a partir de R$ 40, podendo chegar a R$ 180. No entanto, há operadoras que não cobram pelo equipamento ou dão descontos, a depender do faturamento e outras condições.
PRAZO Geralmente, o recebimento do dinheiro ocorre em até no máximo dois dias. Há modelos que o fazem na mesma hora.
CONEXÃO Veja qual tipo de cobertura tecnológica é ideal para você. Se a máquina demora para encontrar a rede ou para iniciar, você pode ter problemas efetuar a transação.
MODALIDADE DE PAGAMENTO Crédito, débito, voucher. Se compensar, tenha todos.
TAXAS Na disputa por clientes, as operadoras acabam reduzindo significativamente taxas e prazos de recebimento de acordo com o volume de vendas e o comportamento da concorrência.
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