Os gastos com material escolar são considerados a 13ª mensalidade de famílias com filhos em colégios particulares. Os pais se desdobram para encaixar a despesa no fluxo de caixa e basta uma consulta rápida a grupos de WhatsApp para colher exemplos de como as famílias driblam o orçamento apertado e dão conta da obrigação sazonal. Além de recorrer a bazares de livros usados, doações e compras em conjunto, há quem se ofereça como mão de obra em troca de permuta para os filhos.
O Procon-SP fez uma pesquisa entre os dias 5 e 10 de dezembro de 2018 em nove lojas diferentes, comparando 134 itens de material escolar (canetinha, lápis de cor, lápis grafite etc.). Esse último pode chegar a uma variação de 325% no preço final. Houve um aumento de 9,95% nos preços de todos produtos pesquisados em comparação com o ano anterior
Com um garoto de 12 anos indo para a sétima série do ensino fundamental, a comerciante Adriana Dal Secco Cordeiro precisou madrugar para economizar nos livros. O orçamento inicial, considerando apenas produtos novos, girava em torno de R$ 1,8 mil. Adriana chegou às 5h na fila de um bazar de usados do colégio e conseguiu economizar R$ 1,3 mil. “A fila já estava dobrando o quarteirão. Mas valeu”, dia Adriana.
A dona de casa Doraci Diniz estimava gastar R$ 3 mil nos livros didáticos das três filhas neste ano. Economizou R$ 1,7 mil em outra dessas feiras de troca no colégio. “Todo ano eu troco livros e uniforme. Minhas filhas estão na mesma escola há seis anos e somente no ano passado eu comprei camisetas novas pela primeira vez. De resto, sempre fui trocando, doando uma coisa e pegando outra.” Doraci diz que as meninas estão acostumadas a reutilizar estojos, pastas e canetas. “Os gastos são grandes, e não é apenas uma questão de economia. Minha escolha tem a ver com sustentabilidade também.”
A reportagem é de Renato Jakitas e Ana Neira
TOME NOTA E GASTE MENOS (E MELHOR) NAS COMPRAS DE MATERIAL ESCOLAR*
- Faça um planejamento prévio e bem detalhado, com orçamentos e planilhas, para evitar bagunçar as contas da casa.
- Recorra aos bazares e feiras de troca organizados pelas famílias e muitas vezes também pela própria escola.
- Organize grupos para comprar no atacado e obter preços melhores e descontos.
- Tente comprar direto da editora dos livros didático e/ou em grandes redes de lojas, que conseguem fazer mais promoções.
- Espere a procura esfriar um pouco e compre o mais perto possível da volta às aulas, quando os preços tendem a cair.
- Faça orçamentos online em vários lugares diferentes e compre onde for mais vantajoso em termos de preço e condições (não esqueça do frete).
- Se for comprar pessoalmente, vale a mesma regra: pesquise exaustivamente antes de sair e cuidado com a tentação de levar mais do que realmente precisa.
- Estimule as crianças a cuidar das coisas, que poderão ser reaproveitadas no ano que vem por elas mesmas ou por outros estudantes.
Fontes: Graziela Suman, da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros; Klaus Suppion, coordenador do curso de Gestão Financeira da Universidade Metodista de São Paulo; Joelson Sampaio, professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado; mães e pais de estudantes
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