Em média, o locatário da capital tem até 34 anos, é casado ou mora com mais uma pessoa e procura imóveis de dois dormitórios com valor máximo de R$ 1.250,00. Os bairros de sua preferência são Bela Vista, Vila Mariana, Moema, Pinheiros, Tatuapé, Consolação, Perdizes, Saúde, Butantã e Brooklin. Essas informações são parte de um estudo feito pelo portal de imóveis Grupo Zap.
Com base no levantamento e em entrevistas com diferentes representantes do setor imobiliário, é possível identificar quatro perfis frequentes de locatários paulistanos: estudantes, executivos, família e mais recentemente, idoso.
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ESTUDANTE
Quer morar em regiões próximas às faculdades ou com fácil acesso a transporte público. Tal exigência pode se tornar um desafio, uma vez que parte das universidades está em regiões valorizadas pelo mercado imobiliário. Assim, quando o imóvel desejado ultrapassa o orçamento, a solução é compartilhar a locação.
O estudante Bruno Reis, de 20 anos, mora com duas pessoas em um apartamento a 4 minutos a pé da faculdade, na Vila Mariana. Ele e seus amigos pagam, cada um, R$ 1.200,00 de aluguel. “Minha casa já veio mobiliada. Tem três quartos. dependência de empregada, cozinha grande. Nessa faixa, só daria para encontrar uma quitinete.”
Sandy Zambelli, pós-graduanda de 26 anos, saiu há pouco mais de um mês do apartamento que dividia com um amigo para morar sozinha, na Bela Vista. Ela encontrou um imóvel na faixa dos R$ 1.500,00, na Avenida Nove de Julho. Sandy afirma não se importar com a alta movimentação da região. “Eu durmo e acordo com o barulho dos carros, mas gosto, porque há muito movimento e consigo ir para qualquer lugar a pé.”
EXECUTIVO
Não tem filho, tem padrão de vida alto e, usualmente, muda de cidade por causa do trabalho. É comum morar em uma cidade e trabalhar em outra e usar o apartamento para não viver em trânsito.
O executivo busca residência em regiões nobres, próximas aos polos de negócio da cidade e com fácil acesso ao trabalho. Preza por condomínios de alto padrão com serviços e área de lazer.
Representante de uma importadora europeia, o italiano Pedro Pedretti, de 44 anos, mora em um condomínio em Cotia com sua mulher, Ivana. Um dos motivos pelos quais o casal escolheu o imóvel – a 10 minutos do emprego
de Pedretti – foi a variedade de serviços oferecidos, a segurança e a faixa de preço do aluguel, pago pela empresa.
FAMÍLIA
Há três fatores importantes na escolha de um imóvel. Localização (perto da escola dos filhos), segurança (no condomínio a sensação de segurança é maior) e área de lazer. A comerciante Daniela Picirilo, 43 anos, morava com o marido e as três filhas, hoje com 11, 7 e 6 anos, em uma casa no Morumbi
quando alugou um apartamento menor no mesmo bairro, há três anos. “A rua da minha casa era muito assaltada, e no condomínio nos sentimos mais seguros.”
Juliana Martinez, 40 anos, enfermeira, está se mudando para um apartamento menor, mas com espaços de lazer no condomínio. Tudo para garantir o bem estar da filha, de 10 anos. “Ela é muito sociável e gosta de brincar com outras crianças, ao ar livre. É bom para o desenvolvimento da dela”, diz Juliana.
IDOSO
Tem aumentado o número de pessoas mais velhas que alugam imóvel menor depois que os filhos saem de casa. Essas pessoas não necessariamente buscam sossego, e sim aproveitar a cidade em áreas com comércio e acesso ao transporte. Quanto mais a região for servida por lojas, shoppings e parques, oferecendo lazer, mais ela será agradável para esse público.
A aposentada Lucia Chicoli, 76 anos, mora sozinha em imóvel alugado próximo a uma avenida movimentada na zona leste. “Tem tudo perto. Eu não pago condução, então pego metrô e passeio, vou para o shopping.” Sua única reclamação diz respeito à área de lazer. Para ela, a taxa condominial
é muito cara, “porque o prédio não tem sequer uma academia”. Por isso, Lucia procura outro lugar. “Aqui, o condomínio sai mais caro que o aluguel.”