Ter um coach para evoluir na carreira já não causa espanto a ninguém no mundo empresarial. Mas agora jovens vestibulandos buscam nesse tipo de profissional um apoio personalizado para organizar os estudos e se manter motivados.
Professor de cursinho com trinta anos de experiência, Claudio Recco via diariamente os problemas
comuns dos jovens nessa fase da vida: insegurança, pressão familiar, estresse, indecisão quanto ao curso e brancos na hora da prova, entre outras questões. “Percebia que muitas vezes a gestão da emoção era mais importante do que ensinar conteúdo. Por isso, fui buscar uma formação diferente para me tornar um coach”, diz Recco. A vantagem do coaching sobre outros planejamentos já estruturados, como o dos cursinhos, é a visão individual, personalizada, que o estudante recebe. “As pessoas são diferentes nas habilidades, nos desafios, nos sonhos. O que funciona para um pode não funcionar para outro.”
Mas até mesmo os cursinhos adotam o coaching, além da coordenação pedagógica. “Às vezes, um aluno está indo mal em matemática por causa da interpretação de texto. Então, eu o encaminho para um professor de português”, explica Fernando Nisoli, professor de matemática, pedagogo e coach para vestibulando do cursinho Hexag.
Maria Clara de Souza Santos, de 19 anos, que tenta uma vaga em medicina, aprovou a experiência. “Consegui criar uma rotina de estudos para a semana ser mais produtiva. Também me ajudou muito com as crises de ansiedade e me mostrou que preciso de um tempo para mim, que preciso parar um pouco de vez em quando”, diz Maria Clara.
Mas há limites para a atuação do profissional. “Há alguns jovens com barreiras fortes por causa de algum trauma na infância. Quando percebo uma questão mais séria, eu encaminho para a psicóloga aqui da escola”, explica Nisoli.
O QUE FAZ UM TREINADOR DE ESTUDOS?
• Promove o autoconhecimento, para que o jovem saiba identificar pontos fortes e fracos e obtenha bons resultados.
• Ajuda a contar a qualidade do estudo e não as horas. Não adianta ficar sem dormir.
• Nos cursinhos pré-vestibulares, o coach trata das dificuldades individuais. Se alguém vai mal em matemática por causa de interpretação de texto, pode ser encaminhado para o professor de português.
• Aumenta a motivação do estudante para os estudos e trabalha com questões emocionais, motivacionais e técnicas.
SETE DICAS PARA SUPERAR O ESTRESSE
Wellington Souza, coordenador do ensino médio do Colégio Arquidiocesano dá algumas dicas para que os estudantes cheguem bem até esse dia tão importante e tenso que o das provas de vestibular
- EXERCITE-SE
No último ano do ensino médio do Colégio Móbile, Fernanda Nishikawa praticava corrida três vezes por semana. “Ficar o dia inteiro só estudando me deixava esgotada”, conta. O exercício libera serotonina
e endorfina, hormônios que trazem bem-estar. Deu certo para ela: Fernanda passou na USP, na Unicamp, na Unesp e no Einstein. - RESPIRE COM CALMA
Contra o nervosismo na prova, exercícios de respiração podem ser úteis. “Quando percebia que estava ansiosa, perdendo a concentração, fazia um exercício básico: prender o ar em quatro tempos e soltar em quatro”, relata Isabella Marucci, ex-aluna do Arquidiocesano, que cursa Administração Pública na Unesp. - FAÇA SIMULADOS
Além de saber o conteúdo, é importante treinar o formato do exame, acostumar-se com a longa duração, dividir o tempo entre as questões. A experiência dos simulados ajuda a ter tranquilidade na prova. - DURMA
Dormir pouco prejudica a consolidação das memórias, provoca sensação de cansaço constante e pode aumentar o estresse. Portanto, nada de trocar o sono pelo estudo, sobretudo na véspera do exame. - ALIMENTE-SE BEM
Para muitos, a comida funciona como um escape à tensão. Mas o excesso de alimentos gordurosos, açúcar e cafeína pode interferir na produção hormonal e provocar ainda mais estresse. - PARTICIPE DE COMPETIÇÕES
Esportes ensinam a superar medo e insegurança frente a adversários. - MEDITE
Pesquisas científicas mostram que a meditação melhora a saúde física e mental. A técnica mais recomendada é chamada mindfulness (atenção plena). Bastam quinze minutos por dia.