Quase dois anos depois de a Organização Mundial de Saúde decretar pandemia global por causa da covid-19, o número de variantes conhecidas do coronavírus chegou a sete. A mais recente é a Ômicron, altamente contagiosa.
O mundo tem até hoje 317 milhões de casos da doença e 5,5 milhões de mortos. No Brasil, são 621 mil vítimas. Desde o início deste 2022, para piorar, a atual escalada da covid no País se juntou a um novo surto de gripe, a Influenza A subtipo H3N2. E há pessoas que pegam as duas de uma só vez.
Flurona é o nome da infecção simultânea por gripe e por covid-19. Os dois vírus se desenvolvem no corpo ao mesmo tempo. Os casos no Brasil se tornaram mais comum a partir do fim de 2021, quando um surto de gripe encontrou a variante Ômicron em alta velocidade de propagação
Ou seja, a pandemia não acabou e todo mundo tem de manter o combinado: vacinação em dia, máscara, higienização das mãos, álcool em gel e distanciamento.
Listamos a seguir as informações mais importantes para proteger a própria saúde e de todo mundo ao redor. As recomendações são do médico Yuri Rocha. Conselheiro e ex-presidente do Instituto Luiza Mahin (Iluma) — primeira associação de médicas e médicos negros do Brasil —, Rocha é especializado em Saúde de Família pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Formou-se em Medicina na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
- Proteger as vias de contágio: olhos, nariz e boca, com máscara e, se possível, algum tipo de óculos.
- Manter as mãos sempre higienizadas, evitar tocar o rosto.
- Manter o distanciamento, principalmente em locais fechados.
- Usar as máscaras mais indicadas, em adultos e crianças.
- As máscaras mais indicadas são as cirúrgicas ou a modelo N95 ou PFF2.
- Máscaras de pano não são recomendáveis.
- Se for fazer compras, ficar o menor tempo possível nos lugares e usar a máscara o tempo todo.
- Se for inevitável estar em locais fechados com outras pessoas, ficar o menor tempo possível e manter o distanciamento mínimo de um metro.
- Todos devem se vacinar, isso inclui Idosos e crianças.
O Ministério da Saúde autorizou a aplicação da vacina em crianças de 5 a 11 anos. O intervalo da aplicação das duas doses pediátricas será de 8 semanas
A primeira pessoa vacinada no Brasil — A enfermeira Mônica Calazans, de 55 anos, foi a primeira brasileira a receber imunização contra a covid-19 no País. Foi em janeiro de 2021, no Estado de São Paulo, com a Coronavac. E já completou o ciclo com as outras duas doses. “Como profissional da saúde, vou sempre defender a vacinação. Não temos outra saída para essa doença terrível”, afirma Mônica.
Para a enfermeira, a população precisa se conscientizar sobre os riscos da pandemia e da necessidade da vacinação. “Todos nós queremos voltar para a vida normal, mas ainda não saímos da pandemia e é necessário que todas as pessoas se vacinem”, diz Mônica. Sobre a apresentação do comprovante da vacinação em eventos, ela é a favor. “É uma questão de garantia da segurança para todos aqueles que estão naquele local, por isso, eu acho que precisa mesmo mostrar a comprovação que vacinou”, diz Mônica, que destaca ainda a necessidade de se evitar aglomeração e o uso do álcool em gel para higienizar as mãos.
Não existe escolha individual quando há consequências para os outros
(Lia Vainer Schucman, psicóloga e professora da UFSC)
Lia Vainer Schucman, psicóloga e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), afirma que a decisão de não tomar a vacina ou de não usar máscara de proteção em ambientes com outras pessoas não é um exercício da liberdade individual. “As pessoas acreditam que é possível existir algo que seja só do indivíduo em um mundo em que tudo é sistêmico. Não existe escolha individual quando o resultado acarreta consequências para os outros”, diz Lia.
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