Galeria, lambe-lambe, favela grafitada, muro de casa, parede de escola. Veja alguns exemplos de obras visuais que se apropriam da arquitetura improvisada das cidades e interagem com a população.
Essas intervenções artísticas são importantes, porque transformam paisagens e passam mensagens de identidade, representatividade e justiça social a todo mundo que estiver a fim de ver, ouvir e falar
EM SÃO PAULO, um destaque é o movimento Favela Galeria, de São Mateus. Cenas cotidianas e moradores são retratados nos muros do bairro da zona leste. O passeio começa na Rua Archângelo Archina, 587. Dá para agendar visitas monitoradas por email e nas redes sociais: linktr.ee/favelagaleria.
NO RIO DE JANEIRO, o projeto Negro Muro usa a arte urbana para aumentar, nas paredes do Rio e da região metropolitana, a representatividade de pessoas negras. Neste muro no Encantado, zona norte da cidade, o escritor Cruz e Souza, que foi o principal nome do movimento literário simbolismo no Brasil.
EM BELÉM, o projeto Artitudes Femininas, do coletivo Mulheres Arte de Rua Pará coloriu muitos muros de Belém como este, no Benguí. A organização valoriza grafiteiras da Amazônia, abrindo espaço e promovendo o reconhecimento.
EM CAMPO GRANDE (MS), a comunidade Só por Deus estampa arte a céu aberto em casas improvisadas feitas de pedaços de tapume e telhas de zinco. Na foto acima, família de moradores posa junto ao lambe-lambe de Leo Mareco sobre a pandemia: “aqui o isolamento social sempre existiu”.
EM MACEIÓ (AL), a imagem do garoto que sorri na janela com vista para o mar e o cartaz que pergunta se as pessoas negras ao seu redor estão se divertindo são “intervenções pretas nos muros brancos” do artista alagoano Gleyson Borges, autor do A Coisa Ficou Preta, projeto afirmativo da identidade preta.
EM PORTO ALEGRE (RS), a muralista Ana Scarceli acredita que o muralismo tem efeito curativo. “Vejo isso no sorriso das crianças quando as cores começam a surgir”, diz. Os temas mais frequentes na pinturas de Ana são natureza, combate a preconceito e feminicídio e luta pelos direitos das mulheres.
Com reportagem de Andressa Marques (Porto Alegre); Carla Costa e Cássio Miranda (Periferia em Foco); Eduarda Nunes (Favela em Pauta); Ethieny Karen (Campo Grande); Felipe Migliani (PerifaConnection); Julia Santiago (Embarque no Direito) e Lucas Veloso (São Paulo)
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