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‘As pessoas não estão preparadas para uma mulher negra falando de moda sustentável’

Amanda Stabile, Nós, Mulheres da Periferia Por Amanda Stabile, Nós, Mulheres da Periferia
13 de dezembro de 2022
em A voz é delas, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Na Perifa, Trabalho
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‘As pessoas não estão preparadas para uma mulher negra falando de moda sustentável’

Larissa Ramos, do Brechó do Barulho. FOTO: DIVULGAÇÃO

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Larissa Ramos idealizou o Brechó do Barulho, negócio materno e sustentável que faz sucesso nas redes sociais

Larissa Ramos é a filha caçula de uma família de cinco irmãos. Nascida e criada nas periferias de São Paulo, ela detestava herdar as roupas usadas da irmã, das tias, das vizinhas e de todo mundo que tivesse um manequim parecido com o seu. “Eu via isso como sinônimo de pobreza. ‘Como assim eu não tenho dinheiro para comprar roupa? Eu quero uma roupa nova’ – aquilo do consumismo que te cega demais”, recorda. Mesmo incomodada, a menina criava os próprios looks. Teve o gosto pela moda despertado ainda na infância. “Eu sempre gostei muito de desenhar, eu fazia várias bonequinhas e diversas roupas para elas, várias trocas. Já no período da escola, eu ganhava concurso de desenho e tudo mais”, conta.

Já na adolescência, enquanto trabalhava como operadora de telemarketing, Larissa começou a investir em cursos na área. Formou-se em Desenho Técnico de Moda, mas viu que não era o caminho profissional que queria seguir. Começou então a fazer vários cursinhos gratuitos que rolavam na quebrada, como modelagem e corte e costura. “Depois de muito tempo eu conheci os bazares e os brechós, o que foi incrível para mim. Era um tempo que eu curtia muito funk e queria muito usar roupa de marca. Só que o meu salário só dava para comprar uma sandália. Tinha vezes em que eu recebia e só conseguia comprar um vestido e isso é absurdo. É muito caro”, desabafa.

Foi então que Larissa teve acesso a brechós e bazares que vendiam roupas de marca por um preço abaixo do mercado e dentro do seu orçamento. “A minha primeira compra foi um macacão da WH, que eu comprei e fui para o baile. Arrasei”, lembra. “Todo mundo perguntou ‘nossa, quanto você pagou?’, porque era uma roupa extremamente cara. Esse foi o meu despertar pelo garimpo, pela sustentabilidade e para comprar roupas que já existem.”

Hoje, aos 26 anos, a visão de Larissa sobre a reutilização das roupas é outra. Sua perspectiva mudou a partir desse momento em que começou a ver a qualidade das peças, o valor e como uma roupa que já existe tem o mesmo potencial de algo comprado no shopping. “Eu dou até risada. Uma coisa que começou por necessidade hoje em dia é o meu trabalho, a minha vivência e o que eu levo adiante”.

No mundo dos brechós, o termo “garimpo” é utilizado para designar a atividade de buscar e selecionar peças usadas de qualidade e em bom estado. Assim como nos garimpos de pedras preciosas, é possível encontrar verdadeiras preciosidades em meio às diversas roupas disponíveis

Brechó do Barulho — Após a descoberta dos brechós, Larissa começou a acumular roupas que comprava e não usava. Decidiu, então, desapegar. No começo, vendia as peças pelas próprias redes sociais. Com o sucesso do negócio, a recém-empreendedora foi para um evento de vendas e várias pessoas colaram justamente para conferir os seus desapegos. “Fiz metade do meu salário em um dia. Foi aí que eu decidi sair do CLT e começar a trabalhar integralmente com um brechó, num corre independente e me jogar nessa área da moda”, conta.

Larissa então fundou o Brechó do Barulho, intensificou as postagens nas redes sociais do seu negócio e continuou a participar de vários eventos por São Paulo. “O destaque do Brechó do Barulho é a criatividade e a diversidade das peças. Eu também sempre faço promoções de peças por cinco reais tentando trazer uma acessibilidade para todo mundo”, explica.

A empreendedora participa de todos os processos do brechó, desde o garimpo e a higienização das peças, até a produção das fotos, a divulgação, a venda e o envio dos produtos. “Na parte da higienização é onde eu tenho ajuda da minha mãe porque é um número muito grande de roupas e eu prezo por fazer toda a higienização da peça de uma forma natural. E aí é um longo processo, bem mais cansativo”, conta.

Com quase 20 mil seguidores no Instagram, além das vendas online pelas redes sociais e por outros canais de vendas, o Brechó do Barulho funciona em um espaço físico e atende com hora marcada em uma das lajes da Vila Isolina Mazzei, bairro do distrito da Vila Guilherme, na zona norte de São Paulo.

No TikTok – “Salve, mores”. É assim que Larissa recepciona seu público em cada vídeo no Tik Tok, conta em que acumula mais de 250 mil seguidores. Além de conteúdos como arrume-se comigo, aplicação de laces e produção de looks, o Brechó do Barulho também tem seu espaço na programação. “Eu faço vídeos fechando os pedidos para as minhas clientes porque elas gostam muito”, conta.

A rede tem trazido um grande alcance para a empreendedora desde 2021 e ela tem conseguido ganhar dinheiro também com a internet. “Antes eu tinha um Android e meu sonho era conseguir comprar um celular com uma câmera de qualidade, comprar um iPhone para conseguir produzir melhor os vídeos. Aí eu fiz uma publi e consegui comprar o meu celular e algumas coisas pra minha casa. Isso já foi muito incrível”, celebra.

Porém, nem tudo são flores quando se trabalha com a internet e Larissa lida com inúmeras críticas, algo que persiste desde o tempo do antigo Orkut. “É pela minha estética, porque eu sou uma mulher negra, tatuada, ando com roupas sensuais e eu sou mãe, por toda a bagagem que eu carrego”, aponta.

Apesar disso, ela acredita que muitas pessoas que a criticam acabam acompanhando o seu trampo e se impactando por ela estar falando de sustentabilidade e consumo consciente. “O TikTok é um lugar que tem muito hate e muitos racistas também. Eu percebo que as pessoas não estão preparadas para ver uma mulher negra falando de moda sustentável. Não é todo mundo que me leva a sério”, desabafa.

Empreendimento materno e periférico — Antes de empreender e trabalhar como produtora de moda, Larissa teve inúmeros empregos. Já fez panfletagem para casa de show, foi atendente de telemarketing, vendeu jornal, foi recepcionista em escolas de informática e de idiomas e até trabalhou na área de marketing de um sex shop. “Esse último foi um trampo que foi o marco assim da minha saída do [modelo] CLT, da minha Independência. Foi o que mais me incentivou a não trabalhar para outra pessoa”, conta.

Enquanto trabalhava no sex shop, Larissa descobriu que estava grávida e passou muito perrengue no emprego. “No final da gestação, eu não conseguia mais sair para trabalhar, aí rolou a minha demissão sem nem ter ido lá e eu deixei acontecer porque o ambiente de trabalho estava me fazendo muito mal. E aí botei a empresa no pau, consegui vencer e ganhei os meus direitos”, lembra.

Com o dinheiro que recebeu do processo, construiu o espaço físico do Brechó do Barulho na laje da casa de sua mãe. “Ter tido a Isis [hoje com 5 anos] e ter começado a empreender com uma bebezinha recém-nascida foi algo que mudou a minha vida completamente. A idade do brechó é o mesmo tempo que eu tenho a Isis basicamente. É super um corre independente incentivado pela maternidade real”.

Larissa conta que teve de lidar e aprender várias coisas novas ao mesmo tempo nesse período. Junto à maternidade, surgiu nela uma vontade de viver, de fazer acontecer e de se movimentar. “A Isis faz basicamente as coisas comigo o tempo todo. Então ela já entende sobre o consumo consciente, a sustentabilidade, sobre o consumo do brechó e tudo mais e ela também pega as referências pretas”, conta orgulhosa.

“Fico muito feliz por ela ser uma menina tão educada, feliz e radiante. Acho que vou na contra a mão do que as pessoas, pela minha estética, acham: que eu sou uma mãe doida e tudo mais. A gente é feliz demais juntas, fazemos vários rolês e coisas super legais. Ela é super descolada, ama uma música já e eu acho isso incrível”, aponta.

Mas morar na quebrada também traz desafios para a maternidade. Larissa mora no Jardim Fontalis, bairro cerca de 6km de distância da Vila Isolina Mazzei, onde fica a sede física do Brechó, e tem de conciliar os horários de estudo da filha com o empreendedorismo.

“Ela tem que ir comigo nos bazares, fazer entrega, ir comigo para o brechó e depois voltar para casa de ônibus. É um trajeto bem cansativo e um busão de basicamente 50 minutos. Eu preciso muito e sempre de uma rede de apoio, que é composta pelas avós dela, para poder me ajudar quando eu tenho algum trabalho ou quando eu preciso viajar e me ausentar por um tempo. Mas é complicado”.

Apesar disso, Larissa acredita que essa convivência com o tema e o dia a dia do Brechó do Barulho faz Isis conhecer outras realidades, ver pessoas com o mesmo cabelo que o dela e o mesmo estilo da mãe e se identificar.

“Tudo que tento passar para ela são referências que estão presentes na vida dela. Eu acho isso muito importante. É algo que eu queria ter tido como educação e ter conhecido desde nova. Então, mostrando tudo isso para a Isis vai ser muito gratificante, eu já vou formar uma mulher incrível, com muitas referências e que vai ter muita noção sobre a vida. Eu espero isso”, conclui.


Tags: Brechó do BarulhoModa na periferiaModa sustentável
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