Enquanto os leões não contarem suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis. O provérbio nigeriano resume o que é o Expresso na Perifa, projeto no ar desde junho de 2021. De lá para cá, contamos centenas de histórias, de todas as partes do Brasil, várias vielas, becos. Aliás, desde o início, desenhado pela Helaine Martins – a quem dedicamos todo o trabalho por aqui.
Falamos de pessoas que criaram projetos nas favelas, artistas que atuam no território onde nasceram e cresceram, além de tantas outras histórias que, muito provavelmente, não seriam visibilizadas. Um dos resultados mais significativos foi a premiação e reconhecimento da iniciativa, em dezembro passado.
Plataforma de conteúdo jornalístico, o Na Perifa faz parte de um projeto da 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana e à conveniência, em parceria com o Estadão Blue Studio, do Grupo Estado, e coletivos de comunicação das periferias brasileiras. E, sem dúvida, uma das coisas mais importantes aqui: quem conta as histórias conhece bem. São majoritariamente pessoas que nasceram, cresceram e vivem nas periferias e de lá são nossos correspondentes.
Este texto é também para avisar aos leitores que estamos de volta com as histórias contadas para e pelas periferias brasileiras. E como um trabalho coletivo, a partir de agora, teremos a colaboração de algumas pessoas que serão nossas colunistas, além de matérias escritas por coletivos.
Mulher trans, Sanara Santos nasceu e cresceu na periferia da zona leste de São Paulo. Desde nova, aprendeu dentro de seu território o valor da informação que as pessoas das periferias produzem. Hoje, também atua como produtora e agente de formação do Laboratório Énois.
O Nós, mulheres da periferia, como ele mesmo se apresenta, é um site jornalístico dedicado a repercutir a opinião e a história de mulheres negras e periféricas. O compromisso é oferecer um outro jeito de ver os acontecimentos no Brasil e no mundo e contribuir para a construção de uma sociedade plural, antirracista e não patricarcal.
Samela Sateré Mawé é indígena do povo Sateré Mawé, estudante de Biologia na Universidade do Estado do Amazonas, ativista ambiental, jovem comunicadora na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). Hoje é uma das principais lideranças dos povos originários no Brasil .
Por aqui, a equipe do Gênero e Número vai colaborar com jornalismo e informação orientados por dados e análises sobre questões urgentes de gênero e raça. O veículo usa a linguagem gráfica, além de conteúdo audiovisual, pesquisas, relatórios e reportagens multimídia para tratar dos assuntos abordados.
Formado por três mulheres negras, o Perifa Sustentável vai colaborar com colunas para o Expresso. A iniciativa é formada por um grupo de jovens engajadas na agenda climática para combater os retrocessos e apresentar propostas para o desenvolvimento sustentável e justo para o Brasil, a partir das periferias.
Além das colaborações fixas, há um espaço aberto pensado para outras vozes que podem colaborar conosco, a depender dos debates dos próximos meses.
Boa temporada para todos nós!