O documento do Vaticano que autorizou expressamente os padres católicos a abençoarem uniões entre pessoas do mesmo sexo estabelece as condições para o que essas bênçãos podem ou não envolver.
O objetivo geral é deixar bem claro para o casal e todos ao redor que essa bênção não se assemelha de forma alguma ao casamento, porque a Igreja Católica ensina que o casamento é uma união vitalícia entre um homem e uma mulher.
Nada mudou no posicionamento da igreja sobre o casamento, sua firme oposição ao casamento homoafetivo, ou sua crença de que qualquer tipo de sexo extraconjugal, homo ou heterossexual, é pecado.
O que diz o documento?
O documento do Dicastério para a Doutrina da Fé do Vaticano diz expressamente que os padres podem oferecer bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que as bênçãos em si não se assemelhem de forma alguma a um casamento. Para evitar qualquer tipo de confusão, elas não devem ser oferecidas em conjunto com uma cerimônia de união civil, homo ou heterossexual.
Isso significa que os padres podem casar os casais LGBTQ+?
Não. Nada mudou quanto à firme oposição da Igreja Católica ao casamento homoafetivo, nem quanto ao ensinamento de que os atos homossexuais são “intrinsecamente perturbados”. O objetivo desse documento, na verdade, é permitir que qualquer casal em uma “união irregular” procure e receba o amor e a misericórdia de Deus por meio de uma bênção. Isso pode incluir casais LGBTQ+ e casais heterossexuais que não se casaram na igreja.
Como essas bênçãos podem ser realizadas?
Essas bênçãos podem ser oferecidas durante uma visita a um santuário católico, durante um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em grupo, ou durante uma peregrinação. Mas elas não podem ser realizadas com “nenhuma roupa, gesto ou palavras próprios de um casamento”.
Essas orações estão escritas?
Para evitar qualquer confusão com as orações oficiais da igreja, a bênção não deve ser codificada, nem estabelecida em procedimentos ou rituais definidos pelas dioceses ou conferências episcopais. Os padres devem ser treinados para oferecer bênçãos “espontaneamente” fora do conjunto de bênçãos aprovadas pela igreja.
Há mais novidades em vista?
Para deixar clara a natureza informal e espontânea dessas bênçãos, o Vaticano declarou que não tem planos de regular detalhes ou aspectos práticos sobre as bênçãos às uniões homoafetivas, nem responder a mais perguntas sobre elas, deixando a tarefa a cargo de cada sacerdote, individualmente.