Nutrido por uma mistura de influências potentes, como o funk afro-americano dos anos 1960, os bailes de música black e soul da década de 1970, os ritmos afro-brasileiros e as batidas eletrônicas, o funk carioca surgiu nas favelas do Rio de Janeiro nos anos 1980 e ganhou o Brasil. Onde estiver, essa manifestação cultural periférica move parte da sociedade e da economia e expressa sua identidade na música, nas roupas, nos acessórios e na gíria. E, por falar em linguagem, o Expresso na Perifa conversou com três pessoas que conhecem a fundo a cena paulistana. Elas ajudaram a compor um glossário dos termos mais usados no cotidiano de quem vive o funk.
Nossa fontes na foto acima, da esquerda para a direita: Pequeno Gênio, youtuber. É produtor de conteúdo direto das quebradas do Itaim Paulista; Fernanda Souza, multiartista. É jornalista, educadora e criadora do editorial de moda ‘Essas são as Meninas que os Menino Gosta 011’; Laryssa Lenne, podcaster. Apresenta o
Parças Zilla, da plataforma Kondzilla. Fotos: arquivo pessoal
Perreco Se você já foi chamado assim, não foi por bom motivo. O perreco é desagradável, fofoqueiro, que cuida da vida dos outros. Um “comédia” Comédia Pessoa que não deve ser levada a sério Zé-povinho Usado pra dizer que alguém é básico demais – deslocado do estilo funk. Fita Se falarem que a tua fita é maneira, significa que vocês curtem as mesmas coisas e podem ser da mesma banca Banca (ou bonde) É seu grupo de amigos; pessoas com quem você vai sair pra curtir um baile funk, uma festa Kit (ou traje) Uma característica forte em São Paulo é a vestimenta. No Rio, por exemplo, o jeito de vestir é mais despojado, com chinelo e roupas leves. Na cena paulistana, tem de usar tênis doze molas e lupa (óculos da marca Oakley). Aliás, se você usar Oakley ou Lacoste, vão dizer que seu estilo é drake, de mandrake Mandrake Substitui o “chave”, que é a mesma coisa que ser funkeiro. Em São Paulo se refere principalmente a um estilo e jeito de vestir muito particular e que chama a atenção. Óculos Oakley, roupas esportivas, correntes e risquinho na sobrancelha costumam compor o visual Bala Quem tem esse estilo se veste muito bem Pode pá O funkeiro paulista não fala ok ou tudo bem, ele usa o “pode pá” para concordar com tudo Isso é mó bica Quer dizer que algo está caro Chamar pras ideias Funkeiro não pede para acertar as contas, ele chama pras ideias O baile tá moiado O baile está ruim O baile moiou Teve operação policial ou foi interrompido por alguma briga
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