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‘Índio do buraco’, que viveu mais de 20 anos isolado, ainda não foi enterrado

Estadão Conteúdo Por Estadão Conteúdo
26 de outubro de 2022
em Cidadania e Política, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Na Perifa
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Há 26 anos, o indígena era monitorado pela Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé, da Funai, que registrou as habitações de palha ocupadas por ele durante esse tempo. Foram 53 casas, chamadas pela Funai de "palhoças". Todas seguiam o mesmo padrão arquitetônico: uma única porta de entrada e saída e um buraco cavado no interior. Foto: Acervo/Funai

Há 26 anos, o indígena era monitorado pela Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé, da Funai, que registrou as habitações de palha ocupadas por ele durante esse tempo. Foram 53 casas, chamadas pela Funai de "palhoças". Todas seguiam o mesmo padrão arquitetônico: uma única porta de entrada e saída e um buraco cavado no interior. Foto: Acervo/Funai

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Há dois meses, o corpo do indígena que viveu mais de duas décadas isolado na mata do sul de Rondônia permanece insepulto. A Funai e a Polícia Federal não informaram quando vão enterrar os restos mortais do “Índio do Buraco”, um homem de idade, língua e costumes desconhecidos, último sobrevivente de um grupo étnico envenenado e fuzilado por grileiros e madeireiros. A Funai limitou-se a informar que “aguarda os laudos para definir os melhores procedimentos quanto ao sepultamento” e a PF não se manifestou.

A saga do corpo do indígena começou em 23 de agosto, quando a equipe da Frente de Proteção Etnoambiental mantida pela Funai em Guaporé o encontrou morto em uma rede, ornado de penas de araras como se tivesse se preparado para a morte, dentro de uma maloca. Levado para Vilhena, cidade a 50 quilômetros, o corpo foi transportado em seguida para Brasília. Na capital federal, passou por exames no Instituto de Criminalística. Um mês depois, retornou a Rondônia. Agora, está na sede da Polícia Federal.

Último da etnia, 'indígena Tanaru' é encontrado morto em Rondônia

Em meio à demora das autoridades em dar resposta sobre o sepultamento, a terra onde o isolado resistia — sem aceitar contatos com órgãos oficiais, entidades civis ou mesmo xamãs de aldeias vizinhas — voltou a despertar a cobiça externa. Em 1998, um dos últimos trechos de floresta nas margens do Rio Tanaru foi reservado pela União exclusivamente para a sobrevivência dele. O governo classificou o Território Tanaru, de 8.070 hectares, equivalente a 8 mil campos de futebol, como área de restrição de uso, isto é, para estudos e demarcação e homologação. De lá para cá, o lugar tornou-se um oásis numa região de desmatamento e expansão econômica, mesmo com clareiras abertas no passado por ruralistas.

Indigenistas, antropólogos e procuradores se mobilizam para garantir que o corpo possa ser enterrado na terra em que o indígena vivia e onde seus ancestrais foram mortos. Seria um passo decisivo para garantir a proteção do lugar.

É o primeiro caso de território em processo de demarcação em que morreram todos os indígenas que nele habitavam. O prazo de restrição de uso expira em 2025. “O Estado Brasileiro deve ter o cuidado com a memória desse indígena que resistiu aos seus algozes”, afirma Bruno Biagio, que chefiou a Coordenação de Índios Isolados e Recente Contato.

Veneno — Na área de floresta cercada de pastagens e grandes plantações, o “Índio do Buraco”, de idade estimada de 60 anos quando morreu, construiu exatos 53 tapiris (malocas cobertas de palha) nos últimos 26 anos, sempre fugindo de madeireiros e grileiros. Ele mudava de lugar dentro do território para não ser morto, numa vida de guerrilha. Assim, construía tapiris com uma entrada. Dentro, abria um buraco em forma ovalada, de meio metro de largura, um de comprimento e até três de fundura.

Em 1995, os indigenistas Marcelo Santos e Altair José Algayer estiveram pela primeira vez frente a frente com o “Índio do Buraco”. Foram recepcionados com uma flechada. No tempo mais antigo, os integrantes desse povo eram conhecidos como exímios guerreiros. “Quem entrava na terra deles não saía”, conta Marcelo. Com o tempo, os indígenas passaram a acreditar no pessoal das fazendas. Foi fatal.

Depoimentos coletados por Marcelo indicam que esse grupo sofreu dois massacres. No primeiro, nos anos 1980, os indígenas trocaram produtos de suas roças por açúcar com pistoleiros de uma fazenda. Os homens puseram veneno no açúcar e mataram parte da aldeia. Na década seguinte, um fazendeiro mandou atacar a tiros os sobreviventes, incendiar as casas restantes e passar o trator. Foi quando Marcelo encontrou seis buracos de antigas residências. Assim, restou apenas um indígena no Tanaru. “Não conheço outro grupo que fazia buracos dentro de casas. Tem significado místico e religioso”, relata o indigenista.

Durante anos, a indigenista Ivaneide Bandeira atuou no monitoramento da área onde o “Índio do Buraco” vivia. “Ele nunca quis ser contactado por ninguém. Vivia fugindo, estava cercado por grandes fazendas”, relata Ivaneide. “A Funai não deixa sepultar. Para mim, é assustador. Não consigo entender. Ele enfrentou todo o massacre de seu povo, resiste, morre e agora a Funai não deixa descansar. É desumano.” Há 40 anos no trabalho com indígenas, ela avalia que a cobiça pelo território está por trás da demora no sepultamento. “Enterrá-lo lá é impedir a grilagem”, avalia. “Não se pode negar a ele ser enterrado em sua terra.”

O indigenista Altair José Algayer foi quem encontrou o corpo do “Índio do Buraco”. Ele observa que jamais se saberá a origem, a língua e os costumes do homem do Tanaru. Ainda assim, observa que, no final, mesmo precisando de ajuda, não quis fazer contato. “Foi algo muito ruim que ocorreu com ele e seu povo para ter resistência de lutar mesmo sozinho, por anos.”


Tags: AmazôniaFloresta AmazônicaIndígena TanaruÍndio do BuracoTerra Indígena Tanaru
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