Nesta seção, os jornalistas que escrevem para o Na Perifa contam o que têm visto, lido e escutado por aí, fazendo sugestões de rolês
Colaboração de Lucas Veloso
‘MARROM E AMARELO’
O Brasil é um país estruturado no racismo, onde a opressão e o preconceito se expressam de várias formas no cotidiano. Não é novidade. Mas, ainda que o debate das questões raciais seja urgente e importante, a sociedade brasileira tem dificuldade de encarar o assunto. “O racismo e o colorismo ainda são tabus imensos para os brasileiros, os de pele clara e os de pele escura”, disse, em entrevista ao Estadão, o escritor gaúcho Paulo Scott — a conversa foi publicada no jornal em março deste ano, quando o autor foi indicado ao prestigioso International Booker Prize pelo livro que o Na Perifa indica nesta semana: Marrom e Amarelo (Ed. Alfaguara).
O romance fala das vivências dos irmãos Federico, que tem a pele clara, e Lourenço, que é negro. Os dois encaram o racismo que sofrem de modo diferente. Federico, vira ativista da causa negra. Lourenço, por sua vez, naturaliza a discriminação. A obra, que não apresenta discursos prontos, soluções, saídas, provoca reflexão. A linguagem usada pelo protagonista Federico, por exemplo, aproxima o leitor — muitos se identificam com as experiências relatadas por ele. Vêm as próprias histórias transcritas na ficção.
A tempo: parte da trama de Marrom e Amarelo se passa nas periferias de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, onde 16% da população é afrodescendente, segundo o IBGE, e o estigma de que a população negra não existe é uma forma de (tentar) apagar sua história.
‘A MÁQUINA DO MUNDO’
Até 25 de setembro, o Núcleo Atômico apresenta o espetáculo infantojuvenil A Máquina do Mundo — Abeni e o Mistério que Veio do Espaço. A peça está em cartaz em são Paulo, no Teatro Arthur Azevedo, que fica na Mooca. O enredo junta ciência e saberes ancestrais dos povos originários, propondo caminhos para preservar o planeta e garantir o futuro das próximas gerações. A entrada é gratuita. Mais informações neste link, que é a página da companhia do Facebook.
‘BOM RETIRO, MEU AMOR — ÓPERA SAMBA’
A companhia Teatro Popular União e Olho Vivo – também conhecida como Tuov — inicia temporada do espetáculo Bom Retiro, Meu Amor — Ópera Samba, em homenagem ao tradicional bairro de lojas e fábricas de roupas e tecidos no centro da cidade. Além dos espetáculos, o grupo vai promover oficinas. Tudo a partir do dia 24 de setembro. As atividades são gratuitas e abertas ao público. As apresentações vão ocorrer em espaços culturais e escolas públicas em várias regiões da cidade. Quem quiser pode ver o musical no YouTube (abaixo).
Próximas datas e horários das apresentações ao vivo:
- 24/9 (sábado); 10h (espetáculo) e 11h40 (oficina)
- 8/10; 10h (espetáculo)
EMEFM Professor Derville Allegretti (R. Voluntários da Pátria, 777, Santana) - 1/10 (sábado); 14h (oficina) e 16h e 19h (espetáculo)
Instituto Pombas Urbanas (Av. dos Metalúrgicos, 2100, Cidade Tiradentes)