Nesta seção, a comunidade do Expresso na Perifa conta o que tem visto, lido e escutado por aí, fazendo sugestões de rolês
NO FIM DE SEMANA
Neste domingo (1/10), ocorre o festival Banana da Terra, no Centro de Culturas Negras do Jabaquara, em São Paulo. O evento se destaca por sua ênfase no ecossistema periférico e nas questões de preservação ambiental, racismo ambiental e cultura alimentar. Totalmente gratuito, o festival oferece uma programação musical diversificada, abrangendo gêneros como rap, R&B e funk, com a participação de artistas como Brisa Flow, MC Marechal, Indy Naíse, Dj Licciss e Dj Boby. A iniciativa visa promover diálogos contemporâneos sobre questões ambientais urgentes, destacando as vozes dos artistas que têm raízes nas comunidades periféricas. Além disso, o festival incluirá uma feira de empreendedores.
Serviço: Domingo, dia 01 de outubro, a partir das 11h | Local: Centro de Culturas Negras do Jabaquara | Endereço: R. Arsênio Tavolieri, 45 – Jabaquara, São Paulo – SP |
Entrada: Gratuita | PROGRAMAÇÃO DETALHADA – 11:00 – Abertura | 13:00 – DJ Esteves | 14:30 – Indy Naíse | 15:50 – DJ Bobby | 17:00 – MC Marechal | 18:30 – DJ Licciss | 19:45 – Brisa Flow
BALANÇO AFIADO: ESTÉTICA E POLÍTICA EM JORGE BEN LIVRO, DE ALLAN DA ROSA E DEIVISON FAUSTINO | ED. FÓSFORO E PERSPECTIVA
Deste livro, não espere uma escrita acadêmica, citações clássicas e análises puramente técnicas da música criada e pensada por Jorge Ben Jor. Escrito por dois estudiosos e pesquisadores das culturas negras, cultura e sociedade, os autores parecem ter escrito as páginas depois de uma conversa descontraída e sem compromisso com uma entrega, isso porque o livro é solto. Na verdade, é uma conversa em tom de pesquisa da obra de um dos maiores músicos brasileiros. Com muito sucesso nas rádios e nos bailes brasileiros, o estudo sobre a importância e contribuição de Ben Jor ainda é pouco, algo que o livro atribui à falta de interesse na obra de Jorge para além de estereótipos e de uma música ‘inocente’ e ‘instintiva’. Diferente de apolítico, como o próprio Ben Jor já definiu, a obra mostra o quão político e alinhado com as ideias antirracistas é o autor de ‘País Tropical’.
TAMBÉM GUARDAMOS PEDRAS AQUI, DE LUIZA ROMÃO | ED. NÓS
Poeta, atriz e slammer, Luiza Romão ganhou a categoria do Prêmio Jabuti de melhor livro de 2022 com seu livro de poesia que versa sobre o papel das mulheres na sociedade, a resistência das minorias sociais e outras violências a que o Brasil está exposto e entrega para seus cidadãos. O próprio título do livro avisa sobre o que virá: deste lado, em que Luiza está, há pedras também para o ataque, para a defesa.
UMA CHANCE DE CONTINUARMOS ASSIM, DE TAIASMIN OHNMACHT | ED. DIADORIM
Com forte inspiração em Octavia Butler (1947-2006), autora de ficção científica, a obra traz a história de Paula e Marcela, duas amigas negras, estudantes de física, que criam uma máquina possível de viajar no tempo, chamada de Sankofa, não por acaso, já que é um símbolo de origem africana que indica que para ter futuro é preciso ter um passado. No livro, sob a narração de Paula, na maioria das vezes, quem lê percebe as armadilhas passadas para capturar pessoas negras, de várias formas, mas também as tecnologias que no futuro também não são saudáveis.