Quando a cantora Fabiana Cozza foi chamada para interpretar a sambista Dona Ivone Lara no teatro, em 2018, surgiu um debate no movimento negro: o tom de pele de Fabiana é mais claro que o de Dona Ivone. A escolha da artista para o papel foi questionada. No fundo da discussão estava o colorismo, tema deste episódio do “Expresso na Perifa”.
Na visão do colorismo, as pessoas negras têm experiências raciais diferentes a depender da pigmentação. “Elas vivem o que é ser negro, também e principalmente, de acordo com a tonalidade da pele”, diz a jornalista e militante do movimento negro Juliana Gonçalves. Para Juliana, no entanto, pessoas negras de pele clara e escura não devem ser colocadas em trincheiras diferentes: é preciso estar atento ao colorismo que se apresenta como estratégia para dividir, desarticular e enfraquecer a própria luta por direitos e o combate ao racismo estrutural.
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Expediente do podcast Estadão Expresso na Perifa Direção e pauta: Lucas Veloso Reportagem, apresentação e edição: Artur dos Anjos Locução de vinhetas: Viviane Zandonadi