Jogos eletrônicos fazem parte da vida de 72% dos brasileiros, de acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2021. O levantamento mostra que as mulheres representam 51,5% do total de jogadores. O perfil da maioria: negra, moradora da periferia, usa o celular para jogar. Pessoas pretas, no total, correspondem a 50,3% dos jogadores e a população de baixa renda fica em 60%. Os pesquisadores atribuem essa predominância aos joguinhos de celular.
Mas e no setor em nos eSports? Há atletas digitais mulheres participando das competições? Bem menos. No mundo dos esportes eletrônicos praticados em computador e console, elas ainda são minoria. Algumas, no entanto, se destacam. Conheça nesta reportagem sete jogadoras negras importantes na cena.
Cobertos pela bolha de novas tecnologias, preços altos e transmissões ao vivo em redes sociais — que exigem conexões de rede rápidas e estáveis —, o mundo dos esportes eletrônicos, os eSports, não é de fácil acesso para quem vive nas periferias. Mas tem gente se mexendo para mudar esse cenário
Cherna (@chernaoficial)
Vencedora do Circuito Feminino 2019, Danielle Andrade, conhecida como Cherna, é jogadora do game de tiro em primeira pessoa Rainbow Six Siege. Seu bom desempenho fez com que fosse a única mulher indicada ao Prêmio eSports Brasil em 2018. Ela, que já foi vítima de assédio moral e sexual, criou a Associação Feminina de Gaming Brasil (AFGB) para apoiar meninas da cena.
Laura Bueno (@ff_laurab)
Laura mostra habilidade no Free Fire, jogo de tiro e sobrevivência que pode ser acessado pelo celular. Participa de competições e foi vencedora da Liga NFA, campeonato independente. Laura faz parte do time Mansão Rei, uma organização de eSports.
Sher Machado ou Transcurecer (@transcurecer)
Também conhecida como Transcurecer, Sher faz lives de vários jogos e integra a organização de eSports INTZ. Estudante de licenciatura em Física e mulher trans ela idealizou o primeiro campeonato de League of Legends (LoL) voltado para pessoas trans: a Copa Rebecca Heineman. No jogo LoL, duas equipes se enfrentam a fim de destruir a base inimiga.
Jinkiwinkki (@jinkiwinkki)
Da Streamer Facebook Gaming, plataforma de transmissão de games, Jinkiwinkki costuma jogar League of Legends. Formada em Rádio e TV, se dedicou a pesquisar streamers de jogos negros em seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). A paulista também integra o grupo de jogadoras Garotas Mágicas.
Rawrafaela (@rawrafaela)
Rafaela Martins ou Rawrafaela se decida a jogos como Valorant, jogo de tiro em primeira pessoa. A carioca faz parte do SBT Games, canal de notícias e conteúdos sobre e-Sports. Rafaela começou a fazer live de jogos motivada pelo projeto Wakanda Streamers, que visa divulgar a comunidade negra.
AthenaXis (@athenaxiss)
AthenaXis faz lives de vários jogos, mas principalmente Valorant e Grand Theft Auto (GTA), em que o personagem pode cumprir missões e realizar atividades em uma cidade fictícia. A baiana também publica vídeos bem-humorados sobre o mundo dos games em suas redes sociais.
NayuChan (@enayuchan)
Jogadora de GTA e Free Fire, NayuChan faz parte da equipe de streamers da FURIA, organização de esportes eletrônicos. Nayu apresentou a Copa das Favelas de Free Fire em 2020 e já marcou presença na CCXP Worlds (Comic Con Experience), evento de cultura pop.
GLOSSÁRIO PARA QUEM ESTÁ CHEGANDO Avatar: representação gráfica do jogador Nerf: gíria usada nos jogos de League of Legends que significa o enfraquecimento do personagem eSports: competições de jogos eletrônicos Console: equipamento feito para executar jogos eletrônicos
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Esportes eletrônicos deve ser para todos, parabéns garotas!